DE NOVA YORK

A consagração veio no começo deste mês, quando a Sony lançou nos Estados Unidos o DVD de "Homem-Aranha". No primeiro fim de semana, o título rendeu US$ 200 milhões, ou 11 milhões de cópias vendidas, sendo 7 milhões apenas no primeiro dia.
Quando estreou no país, em maio, o filme havia faturado US$ 115 milhões no primeiro fim de semana, a maior bilheteria de uma estréia até hoje. Pois o DVD rendeu quase o dobro.
Resultado semelhante tiveram títulos recentes como "Homens de Preto 2", "O Senhor dos Anéis " e os infantis "Lilo & Stitch" e "Stuart Little 2".
Tamanho sucesso fez os analistas da indústria do entretenimento voltarem suas calculadoras para o fenômeno do pequeno disco. Pois os números encontrados são impressionantes. É a mídia que mais cresce nos EUA hoje em dia, chegando a 37% dos lares norte-americanos, ou 40 milhões, total que deve quase dobrar, para 76 milhões, em 2007.
Suas vendas vão bater US$ 10,6 bilhões neste ano, um aumento de 69% em relação a 2001. Destes, US$ 2,5 bilhões virão só de aluguel, o que levou a gigante Blockbuster a reformar o visual de suas 4.412 lojas de maneira a abrigar uma sessão só de vendas.
Em média, colecionadores de DVD compram 20 títulos por ano, contra seis que os fãs das fitas em VHS compravam no auge daquela mídia, há duas décadas.
"As pessoas estão apaixonadas pelo disco de 13 centímetros", disse Tom Arnold, da publicação especializada "Video Store Magazine", que compara a febre atual à que ocorreu quando a indústria fonográfica passou a privilegiar o CD no lugar do velho vinil, no começo dos anos 80. Ainda não se sabe o que leva o consumidor a comprar um DVD, se a qualidade da imagem em relação à TV e ao videocassete, se a quantidade de extras que cada título costuma trazer ou se o preço cada vez mais baixo.
Hoje, um disco sai por cerca de US$ 15 nos EUA, e DVD players, US$ 70. A mídia também é mais barata de ser produzida do que o VHS, custando US$ 1 por exemplar digital contra US$ 2,5 do primo mais velho analógico, o que a torna ainda mais lucrativa.
O DVD, sigla para "digital versatil disc", em inglês, uma referência aos múltiplos usos que a mídia pode ter, foi criado em 1997, muito por conta da insistência de Warren Lieberfab, 59, presidente da Warner Home Video.
Na época, diferentes estúdios de diferentes países trabalhavam em pelo menos cinco formatos digitais diferentes para filmes. Se todos vingassem, o consumidor teria de lidar com um festival de aparelhos e conversores. Coube a Lieberfab juntar interesses, aparar diferenças e fazer lobby junto aos grande nomes em favor de um formato comum, que viria a ser o DVD.
(SÉRGIO DÁVILA)


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