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CRÍTICA
Cantora cria roupagem para o velho soul
ESPECIAL PARA A FOLHA
Talvez seja uma certa semelhança de timbre vocal ou
mesmo o fato de que ela se acompanha com um violão.
O fato é que, mais do que lembrar alguma diva do soul da Motown, India.Arie parece um pouco com a hoje sumida Tracy
Chapman, cantora e compositora
revelada nos anos 80. Essa lembrança não deve ser entendida como um possível sinal de chatice.
Sem pretensões de fazer indignadas canções de cunho social,
como eram as de Chapman, India
prefere temas mais amenos.
"Eu não sou a garota-padrão
para o seu vídeo / E não quero virar uma supermodelo / Aprendi a
me amar incondicionalmente /
Porque eu sou uma rainha", diz
ela, no refrão da canção "Video",
a vitrine do disco.
Não é à toa que na breve "Intro", faixa inicial do CD, India
agradece textualmente a Sam
Cooke, Marvin Gaye e Donny Hathaway, medalhões do soul, por
terem "aberto uma porta". Canções como a dançante "Promisses" ou a funkeada "Brown Skin",
sem falar no tributo explícito a
Stevie Wonder, em "Wonderful"
("Shakespeare do nosso tempo",
elogia), mostram que suas raízes
estão mesmo nos 60 e 70.
India não chega a causar o impacto de uma Erica Baduh ou de
um Maxwell, mas tem potencial
para figurar na nova geração que
traz o velho soul na alma.
(CARLOS CALADO)
Acoustic Soul
Artista: India.Arie
Lançamento: Motown/Universal
Quanto: R$ 22, em média
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