São Paulo, sexta-feira, 30 de março de 2001

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CRÍTICA

Cantora cria roupagem para o velho soul

ESPECIAL PARA A FOLHA

Talvez seja uma certa semelhança de timbre vocal ou mesmo o fato de que ela se acompanha com um violão.
O fato é que, mais do que lembrar alguma diva do soul da Motown, India.Arie parece um pouco com a hoje sumida Tracy Chapman, cantora e compositora revelada nos anos 80. Essa lembrança não deve ser entendida como um possível sinal de chatice.
Sem pretensões de fazer indignadas canções de cunho social, como eram as de Chapman, India prefere temas mais amenos.
"Eu não sou a garota-padrão para o seu vídeo / E não quero virar uma supermodelo / Aprendi a me amar incondicionalmente / Porque eu sou uma rainha", diz ela, no refrão da canção "Video", a vitrine do disco.
Não é à toa que na breve "Intro", faixa inicial do CD, India agradece textualmente a Sam Cooke, Marvin Gaye e Donny Hathaway, medalhões do soul, por terem "aberto uma porta". Canções como a dançante "Promisses" ou a funkeada "Brown Skin", sem falar no tributo explícito a Stevie Wonder, em "Wonderful" ("Shakespeare do nosso tempo", elogia), mostram que suas raízes estão mesmo nos 60 e 70.
India não chega a causar o impacto de uma Erica Baduh ou de um Maxwell, mas tem potencial para figurar na nova geração que traz o velho soul na alma.
(CARLOS CALADO)



Acoustic Soul
  
Artista: India.Arie
Lançamento: Motown/Universal
Quanto: R$ 22, em média




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