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ERIKA PALOMINO
MIAMI COMEÇA MAIS UM ANO ELETRÔNICO
Rolou em Miami esta semana
o Winter Music Conference, e
você vê algumas fotos nesta página. Dez mil pessoas relacionadas à indústria de música eletrônica no mundo se reúnem por
cinco dias lá, e a graça é que ainda é frio no Hemisfério Norte,
mas Miami fica com cara de oásis na história. Os DJs vão, são
bajuladíssimos e ficam com as
meninas de topless na praia.
Tem dezenas de festas por dia e
todas com top DJs. Enquanto os
clubbers querem ir para Ibiza,
essas coisas, o povo que entende
de música prefere ir para Miami.
Os brasileiros descobriram a
história e, de dois anos para cá,
vão em peso também -donos
de clubes, DJs, A&R, wannabes,
todos. Lá é o lugar em que os DJs
também dançam -nas pistas
dos outros DJs, claro. Carl Cox
(que chegou com segurança, para evitar o aluguel manso), Deep
Dish, Nick Warren e John Digweed, por exemplo, dançavam
todos na pista de Danny Tenaglia, que está sendo considerado
o DJ dos DJs. Patife tentou ir,
mas foi gongado no visto americano.
Mas Marky foi e teve tratamento de superstar. Entrou e
detonou. O Movement, a posse
de drum'n'bass de que faz parte
em Londres, está com um canal
com a Nike e todos andam com
blusitcha e boné da marca. Fernanda Porto, a cantora revelada
por Patife, vai ter música em comercial da Nike e o Movement
em si vai ter um modelo de tênis.
Quer mais? É só esperar. Eu
poderia fazer uma coluna inteira
com as novas conquistas do
drum'n'bass e do povo... E faltou falar que o Winter Music
Conference define as músicas
que serão tocadas nas pistas do
mundo nos próximos meses...
DE VOLTA E JÁ É
QUASE ABRIL
Depois de muitas e muitas semanas, um longo verão que para mim foi um longo inverno,
esta coluna está de volta. Quanto tempo, né? Já é quase abril e
as coisas se agitam em São Paulo. O lugar do momento na noite é o Ultralounge, nos Jardins.
Que abriu sem ser gay, depois
resolveu ser gay e agora tem tido até ótimas noites mixed, como a da última terça, em que a
Laura, booker da agência Mega,
recebeu amigos para comemorar o sucesso de Marcelle Bittar,
aposta sua desde o começo, no
mercado internacional.
Marcelle foi das poucas que sobreviveu ao furacão que varreu
as brasileiras do mapa fashion.
Pois de Cássia Ávila a Marcelo
Otaviano, de Renato De Cara a
Cacá Ribeiro e Paulo Borges, todo mundo dançou, muita gente
saindo da badaladérrima inauguração da loja da Iódice, que
também é linda.
Nos dias normais, o Ultra tem
sido boa opção, já que abre durante a semana. Ainda mais
agora, que a SoGo fechou para
reforma geral e só reabre em
maio, com novo staff (ufa!) e
nova pista. Quem sabe com novo som também?
O fechamento da SoGo de repente encheu a festa de dois
anos da B.A.S.E., no sábado
passado. Que não teve quase
nada do que foi prometido e em
que estava impossível transitar.
E o show, que começou às 5h?
Perdi. Vi só a Léia e a Marcelona
na porta, louras e lindas, chiques. E a Athena, montadérrima. E a Maria Lúcia, escalando
as paredes... É engraçado ver todos dançando no palco juntos.
Nesse vácuo da cena gay, tem
nova noite a partir do dia 8 de
abril. Brincando com a sigla
DKNY, a top drag Dimmy Kier
cria sua grife, a DKBR, Dimmy
Kier Brasil, que já vendeu 1.600
camisetas e agora vai virar noite
de domingo, naquele clube
Kyron, ali na Estados Unidos,
que vai ser gay aos domingos.
RIO E SÃO PAULO
JUNTOS NA PISTA
E quem aproveita o movimento
de São Paulo é Fabinho Monteiro, o famoso carioca Fabio Demente. Depois do sucesso das
festas que fez no réveillon e no
Carnaval, ele ataca em terras
paulistanas justamente unido
ao povo do Ultralounge.
A festa acontece dia 6 de abril,
na próxima sexta-feira, naquela
fábrica de talheres desativada
onde rolou aquele histórico
desfile da Forum, lembra? Diz
que foi lá também aquela festa
do MP3. O line up combina
educadamente Rio e SP. Alguns
DJs já confirmados são Renato
Lopes, Tatá, Papagaio e Erik Caramelo. Na porta, Helô Ricci e
Kátia Miranda, que está de volta
à noite mais linda do que nunca. Está com o cabelo comprido, cacheado e moreno, meio
Sophia Loren (jovem). Sabia
que a Kátia está com duas filhas? Então. Clubbers também
se reproduzem. Fabinho também decidiu produzir um documentário sobre o Carnaval
carioca, chamado "Carnaval
Eletrônico". Teve três câmeras
no Rio, cobrindo desde a praia
até os desfiles das escolas, sem
deixar de fora os making ofs e as
festas, claro. É o nosso "Human
Traffic", talvez? Ou o nosso
"Maestro", o documentário sobre os DJs de NY? Ou o nosso
"Scratch", sobre o hip hop inglês? Ou o nosso "Studio 54"?
Nem precisa. É nosso é nosso.
Somos incomparáveis! E também no território do cinema começam em abril as filmagens de
Anna Muylaert sobre a cultura
do vinil nas lojinhas de Pinheiros. Que assunto mais querido!
"Durval Discos" vai se passar
nos anos 70, homenageando lojas como a Eric Discos e a Edgar
Discos. Rita Lee, Theo Werneck
e Marisa Orth estão no elenco. E
diz que depois das filmagens
tanto a loja fictícia quanto as
verdadeiras serão demolidas
para dar lugar a um prédio...
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