São Paulo, sábado, 30 de março de 2002

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TRECHO

"Ditei a ela uma breve lista de palavras em italiano. Olhava para as páginas de cabeça para baixo enquanto ela escrevia com uma caligrafia caprichada, com uma canetinha azul. Impressionava-me o movimento do seu braço direito: a vibração que produzia no ar e a vibração mais íntima, sob a seda da camisa desenhada com ferraduras de cavalo. Impressionava-me a idéia de estar na origem do movimento; de estar a um metro e meio dela e mesmo assim poder guiar a ponta da sua caneta. Ela usava um perfume suave, que recendia pelo quarto a cada gesto seu. Fazia com que ela escrevesse palavras compridas para poder respirar melhor este perfume."

DE "TREM DE NATA",
romance de Andrea De Carlo



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