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Após Paris, Rio celebra Itália
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois do Salão do Livro de Paris, será a vez de a Bienal do Rio de
Janeiro homenagear a Itália, em
sua próxima edição, que acontece
entre 15 e 25 de maio do ano que
vem, no Riocentro.
Resta saber se até lá o calor da
onda contra o premiê Silvio Berlusconi continuará agitando a intelectualidade italiana, como
aconteceu no evento parisiense,
na semana passada.
Pouco após a abertura do Salão
do Livro, no dia 22, os representantes oficiais italianos se retiraram do encontro, por conta de
manifestações ocorridas contra a
política cultural de Berlusconi.
Falando à Folha sobre "Trem de
Nata", o escritor italiano Andrea
De Carlo manifestou sua impressão sobre o ambiente que cerca a
intelectualidade de seu país.
"Estamos muito perplexos com
a situação atual, que é muito anômala, num país democrático. É
muito estranho o fato de que o
premiê seja também proprietário
de três redes televisivas e controle
outras três; proprietário da maior
editora e de outras várias, além de
ter também jornais, bancos, seguradoras. Os intelectuais, e eu não
conheço nenhum que seja pró-Berlusconi, estão todos num estado de tensão e agitação."
Paulo Rocco, presidente do Sindicato Nacional dos Editores de
Livros (Snel) -entidade que comanda o encontro literário carioca- garante que a escolha do país
como convidado de honra não
tem conotação política.
"Em 99 foi Portugal, em 2001, a
Espanha. Ficamos em dúvida entre França e Itália e, sem demérito
para os franceses, escolhemos os
italianos, pela importância que
tem sua cultura e pela quantidade
de livros italianos editados no
Brasil", diz Rocco.
O presidente do Snel aproveitou
a ida ao Salão de Paris para fazer
contatos com editores (e também
com órgãos oficiais italianos). Entre os nomes que Rocco cita -ele
espera poder trazer de 12 a 15 autores italianos- estão ao menos
dois de estrelas presentes no
evento francês: Antonio Tabucchi
("Réquiem") e Umberto Eco ("O
Nome da Rosa").
(FA)
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