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São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003
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ARQUITETURA Galeria Serpentine inaugura em junho, na Inglaterra, estrutura temporária desenhada pelo brasileiro Londres vê Niemeyer pela primeira vez
ALEXANDRA MORAES DA REDAÇÃO Um Niemeyer sem concreto. E já à venda. Uma das mais recentes empreitadas do arquiteto brasileiro é uma tenda em aço e vidro que está em construção em frente à galeria de arte londrina Serpentine, nos jardins de Kensington. É a primeira construção de Oscar Niemeyer, 95, no país. A obra faz parte do projeto Serpentine Gallery Pavilion, que está em sua quarta edição e convida anualmente um arquiteto para projetar um espaço efêmero, que existe como peça/espaço expositivo apenas durante os três meses de verão inglês. A inauguração do Niemeyer Pavilion está marcada para o próximo 20 de junho, e o término, 14 de setembro. "Em vez de fazer exposições sobre arquitetura, convidamos um arquiteto para desenhar um projeto para nós, para que o público possa sentir como é estar em uma de suas estruturas. A idéia é que trabalhemos com arquitetos como trabalhamos com artistas", diz Julia Peyton-Jones, diretora da Serpentine, em sua quarta visita ao Brasil para o acerto dos últimos detalhes com Niemeyer, já que o arquiteto não acompanhará o projeto em Londres. Pode parecer estranha a idéia de um "palácio de cristal" pós-moderno que desaparece em três meses. Mas a galerista explica que a função da obra é cumprida durante o tempo de exposição e que a venda também funciona como uma maneira de pagar a própria estrutura. "Contamos com um intenso apoio de empresas de engenharia e de materiais de construção, que respondem por 49% dos custos. A venda cobre 25% do que é gasto na obra, e o resto vem de doações e patrocínios", diz. Cogita-se que o pavilhão desenhado por Niemeyer seja vendido por 200 mil libras, algo em torno de R$ 950 mil, fora os custos do transporte e da desmontagem. "Claro que há considerações financeiras, mas nosso trabalho é viabilizar o projeto do arquiteto. É um processo muito diferente de projetos comerciais, tem um uso diferente", afirma Peyton-Jones. Quanto à escolha de Niemeyer, a galerista é enfática ao ressaltar sua importância. "Chega a ser uma espécie de deus", diz. "Há dois anos queremos convidá-lo, mas havia uma preocupação sobre a distância entre Brasil e Inglaterra. Este foi o ano em que decidi que tinha de convidá-lo, pois é um dos mais importantes arquitetos vivos no mundo e parte do nosso trabalho é mostrar obras de arquitetos fundamentais aos quais o público britânico não tem acesso facilmente." A construção vai abrigar uma exposição da fotógrafa americana Cindy Sherman, um café e um auditório onde será exibido um vídeo sobre Niemeyer, além de outras atividades culturais. Texto Anterior: "Dou crédito às crianças", diz "pai" das Superpoderosas Próximo Texto: "Leituras cartográficas": Exposição apresenta imagens quase inacreditáveis de São Paulo Índice |
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