RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Existe um verdadeiro tesouro cultural guardado no Rio de Janeiro, até agora conhecido por poucos pesquisadores.
O Arquivo Histórico do Exército possui um acervo riquíssimo de mapas, plantas e desenhos de edifícios públicos e de fortalezas do período colonial. Uma pequena parcela desse acervo está em exposição no principal campus da USP, no anexo do MAC.
Os militares, em anos recentes, iniciaram uma política para preservar seu patrimônio cultural. Entre essas ações se inclui a criação da Fundação Cultural Exército Brasileiro, que patrocina a exposição com a BrasilConnects.
A mostra é pequena. São apenas 48 plantas, mapas e vistas de cidades, com ênfase na antiga capitania, depois província e hoje Estado de São Paulo, e um módulo contemporâneo com obras de três artistas, Cláudio Tozzi, Marco Buti e Feres Khouri.
O curador da parte histórica é o professor da FAU/USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) Nestor Goulart Reis Filho. Trata-se de um dos principais pesquisadores brasileiros da história da arquitetura e urbanismo. Seus estudos têm mostrado, desde a década de 1960, a existência de modelos urbanísticos na origem das cidades brasileiras. E os arquitetos ou engenheiros militares estão por trás desses modelos.
"Até há poucos anos, acreditava-se mesmo que não teriam existido projetos urbanísticos no Brasil colonial e que nossas cidades e vilas tinham sido formadas e haviam crescido de modo inteiramente desorganizado", afirma Reis Filho no catálogo.
Os mapas expostos mostram quase inacreditáveis imagens de uma minúscula São Paulo, composta por um número pequeno de ruas mesmo na metade do século 19. As plantas de fortalezas dão destaque às de Santos. E há mapas do interior do país, da região por onde ocorreu a expansão de desbravadores paulistas.

Leituras Cartográficas Históricas e Contemporâneas   
Curadoria: Nestor Goulart Reis Filho e Helouise Costa
Onde: MAC-USP - anexo (r. da Reitoria, 109-A, Cidade Universitária, São Paulo, tel. 0/xx/11/ 3091-3538)
Quando: de ter. a sex., das 10h às 19h; sáb. e dom., das 10h às 16h; até 1º/6
Quanto: entrada franca