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"SHOWTIME"
O ocaso de Robert de Niro
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
Quem passou a frequentar
cinema no fim dos anos 70,
começo dos 80 era obrigado a ter
um preferido entre o trio de grandes atores norte-americanos, os
três adeptos do "método" de Lee
Strasberg, lendário professor do
Actor's Studio: Al Pacino, Dustin
Hoffman e Robert de Niro.
Eram os fãs de "O Poderoso
Chefão 2" contra os de "Taxi Driver", os de "A Primeira Noite de
um Homem" correndo por fora,
em discussões intermináveis e inconclusivas. Com a estréia desta
semana, é triste constatar que De
Niro perdeu a batalha. É o sexagésimo longa de uma carreira que
tem mais porcarias do que clássicos. Para cada "Touro Indomável", "Os Intocáveis" e "Cabo do
Medo", há cinco "As Aventuras
de Alceu e Dentinho", "Frankenstein" e este "Showtime".
A comediazinha boba dirigida
por um tal de Tom Dey (que não
dá para o começo, apesar do sobrenome) lança mão de um recurso já esgarçado de tanto uso,
que é colocar o ator nova-iorquino como o durão mal-humorado,
mas no fundo de alma boa.
No caso, um policial que é obrigado a aceitar um parceiro trapalhão (Eddie Murphy, o Robert de
Niro negro no quesito "ótimo
ator com escolhas erradas na carreira") para que os dois protagonizem um "reality show" comandado por uma produtora de TV
inescrupulosa (Rene Russo).
A idéia vem de um dos programas mais vulgares da TV norte-americana, "Cops", que a emissora aberta Fox exibe por aqui com
sucesso nos sábados à noite, em
que equipes de cinegrafistas
acompanham policiais em batidas e perseguições reais.
A estrela solitária da avaliação
abaixo vai pelas participações especiais de William Shatner, o
eterno capitão (depois almirante)
James T. Kirk de "Jornada nas Estrelas", cujo ganha-pão hoje em
dia é tirar sarro de si mesmo, o
que faz com muita graça, e da filha adotiva de De Niro, Drena,
como assistente de Rene Russo.
Showtime
Showtime
Direção: Tom Dey
Produção: EUA, 2002
Com: Robert de Niro, Eddie Murphy
Quando: a partir de hoje, nos cines Pátio
Higienópolis, Metrô Tatuapé 4 e circuito
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