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ARTES CÊNICAS
Até o próximo dia 30, quatro atores vão interpretar 15 peças no Sesi; evento terá também ciclo de debates
Mostra abre com incomunicabilidade
VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ruído da comunicação pode
surgir entre quatro paredes ou na
extensão de um braço que não é
seu. As três primeiras peças da
Mostra de Dramaturgia Contemporânea, que abre hoje em São
Paulo, transitam pelo tema da incomunicabilidade, ainda que cada uma abra caminhos a seu modo. "Três Cigarros e a Última Lasanha", de Fernando Bonassi e
Victor Navas, "Remoto Controle", de Leonardo Alkmin, e "Pelicano", de Marici Salomão, fazem
a inauguração do projeto do Núcleo Teatro Promíscuo.
Até o próximo dia 30, os atores
Renato Borghi, Élcio Nogueira
Seixas, Luah Guimarãez e Débora
Duboc vão interpretar 15 peças no
palco do Teatro Popular do Sesi.
Serão três encenações a cada semana.
Assim como os autores, representantes da dramaturgia que se
afirmou ao longo dos anos 90, o
Promíscuo convidou 13 diretores
e demais profissionais para compor a equipe técnica (o Sesi investiu R$ 400 mil, dos quais R$ 259
mil para a produção do grupo).
Hoje à noite, Débora Duboc dirige "Três Cigarros..."; Elias Andreato, "Remoto Controle"; e
Maurício Paroni de Castro, "Pelicano".
O monólogo "Três Cigarros e a
Última Lasanha" narra as agruras
de um sujeito (Borghi) que tem
seu braço decepado, não se sabe
como, e é submetido a um transplante. Ele não se adapta ao novo
membro, uma extensão do outro,
no caso, o "doador" morto.
Em "Remoto Controle", Bianca
(Luah) e Osmar (Seixas) são casados há sete anos, têm filhos. Um
dia, súbito, ela apresenta rompantes de amnésia. Justamente na
noite em que recebem um casal
para jantar. O encontro será bastante revelador da qualidade da
relação que levam.
Em "Pelicano", Téo (Nogueira)
e Mariângela (Luah) têm quase 30
anos. Eles travam um diálogo
nonsense em seu quarto, sobre a
ave que rasga o próprio ventre para dar de comer aos filhotes. Um
terceiro personagem surge em cena para ampliar o estranhamento
que está em jogo.
Na próxima segunda-feira, começa o ciclo de debates que acontecerá paralelamente à mostra
(veja quadro nesta página).
Os próximos autores a serem
encenados no projeto são Sergio
Salvia Coelho, Mário Bortolotto e
Pedro Vicente (segunda semana);
Bosco Brasil, Alberto Guzik e Dionisio Neto (terceira); Otavio Frias
Filho, Samir Yazbek e Newton
Moreno (quarta); e Aimar Labaki,
Hugo Possolo e Marcelo Rubens
Paiva (quinta).
MOSTRA DE DRAMATURGIA
CONTEMPORÂNEA - De hoje a
domingo, "Três Cigarros e a Última
Lasanha", de Fernando Bonassi e Victor
Navas, com direção de Débora Dubois;
"Remoto Controle", de Leonardo Alkmin,
direção de Elias Andreato; e "O Pelicano",
de Marici Salomão, com direção de
Maurício Paroni de Castro. Até 30 de
junho serão encenados mais três textos
por semana. Com: Teatro Promíscuo
(Renato Borghi, Élcio Nogueira Seixas,
Luah Guimarãez e Débora Duboc). Onde:
Teatro Popular do Sesi (av. Paulista.
1.313, SP, tel. 0/xx/11/ 3284-3639).
Quando: qui. a sáb., às 20h; dom., às 19h.
Quanto: entrada franca (retirar ingressos
com antecedência). Os debates
acontecem sempre às segundas, às 20h.
Inscrições pelo tel. 0/xx/11/3284-3639.
Patrocinador: Serviço Social da Indústria
- SP (Sesi-SP).
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