São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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ARTES CÊNICAS

Até o próximo dia 30, quatro atores vão interpretar 15 peças no Sesi; evento terá também ciclo de debates

Mostra abre com incomunicabilidade

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O ruído da comunicação pode surgir entre quatro paredes ou na extensão de um braço que não é seu. As três primeiras peças da Mostra de Dramaturgia Contemporânea, que abre hoje em São Paulo, transitam pelo tema da incomunicabilidade, ainda que cada uma abra caminhos a seu modo. "Três Cigarros e a Última Lasanha", de Fernando Bonassi e Victor Navas, "Remoto Controle", de Leonardo Alkmin, e "Pelicano", de Marici Salomão, fazem a inauguração do projeto do Núcleo Teatro Promíscuo.
Até o próximo dia 30, os atores Renato Borghi, Élcio Nogueira Seixas, Luah Guimarãez e Débora Duboc vão interpretar 15 peças no palco do Teatro Popular do Sesi. Serão três encenações a cada semana.
Assim como os autores, representantes da dramaturgia que se afirmou ao longo dos anos 90, o Promíscuo convidou 13 diretores e demais profissionais para compor a equipe técnica (o Sesi investiu R$ 400 mil, dos quais R$ 259 mil para a produção do grupo).
Hoje à noite, Débora Duboc dirige "Três Cigarros..."; Elias Andreato, "Remoto Controle"; e Maurício Paroni de Castro, "Pelicano".
O monólogo "Três Cigarros e a Última Lasanha" narra as agruras de um sujeito (Borghi) que tem seu braço decepado, não se sabe como, e é submetido a um transplante. Ele não se adapta ao novo membro, uma extensão do outro, no caso, o "doador" morto.
Em "Remoto Controle", Bianca (Luah) e Osmar (Seixas) são casados há sete anos, têm filhos. Um dia, súbito, ela apresenta rompantes de amnésia. Justamente na noite em que recebem um casal para jantar. O encontro será bastante revelador da qualidade da relação que levam.
Em "Pelicano", Téo (Nogueira) e Mariângela (Luah) têm quase 30 anos. Eles travam um diálogo nonsense em seu quarto, sobre a ave que rasga o próprio ventre para dar de comer aos filhotes. Um terceiro personagem surge em cena para ampliar o estranhamento que está em jogo.
Na próxima segunda-feira, começa o ciclo de debates que acontecerá paralelamente à mostra (veja quadro nesta página).
Os próximos autores a serem encenados no projeto são Sergio Salvia Coelho, Mário Bortolotto e Pedro Vicente (segunda semana); Bosco Brasil, Alberto Guzik e Dionisio Neto (terceira); Otavio Frias Filho, Samir Yazbek e Newton Moreno (quarta); e Aimar Labaki, Hugo Possolo e Marcelo Rubens Paiva (quinta).


MOSTRA DE DRAMATURGIA CONTEMPORÂNEA - De hoje a domingo, "Três Cigarros e a Última Lasanha", de Fernando Bonassi e Victor Navas, com direção de Débora Dubois; "Remoto Controle", de Leonardo Alkmin, direção de Elias Andreato; e "O Pelicano", de Marici Salomão, com direção de Maurício Paroni de Castro. Até 30 de junho serão encenados mais três textos por semana. Com: Teatro Promíscuo (Renato Borghi, Élcio Nogueira Seixas, Luah Guimarãez e Débora Duboc). Onde: Teatro Popular do Sesi (av. Paulista. 1.313, SP, tel. 0/xx/11/ 3284-3639). Quando: qui. a sáb., às 20h; dom., às 19h. Quanto: entrada franca (retirar ingressos com antecedência). Os debates acontecem sempre às segundas, às 20h. Inscrições pelo tel. 0/xx/11/3284-3639. Patrocinador: Serviço Social da Indústria - SP (Sesi-SP).



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