DA REPORTAGEM LOCAL

Nascido em Angola, o kuduro já se espalhou por Portugal e vem sendo tocado em clubes e festivais da Europa. Um dos principais divulgadores do ritmo no continente são os portugueses Buraka Som Sistema. Formado nos arredores de Lisboa pelos produtores e DJs LilJohn, Riot e Conductor, o trio vem ao Brasil pela primeira vez participar do Baile Skol, evento que acontece no sábado, no Rio, simultaneamente em quatro locais diferentes. Terá, entre outros, DJ Marlboro, Leandro Sapucahy, Dudu Nobre, Fernanda Abreu e os franceses Favela Chic Crew (mais informações em www.baileskol.com.br).
Após o evento carioca, o Buraka Som Sistema se apresenta, por exemplo, nos tradicionais festivais Glastonbury (Inglaterra) e Roskilde (Dinamarca). "O kuduro chegou a Portugal há cinco ou seis anos, mas pouco depois caiu em esquecimento", conta LilJohn à Folha. "Há um ano e meio atrás iniciamos nossa banda, e passamos a misturar kuduro com outros gêneros da dance music", diz.
Essas misturas, que fazem uso do electro e de outras batidas eletrônicas, fez a música do Buraka ser classificada como "kuduro progressivo". E alguns torceram o nariz, como o DJ e produtor francês Frederic Galliano, autor da compilação "Kuduro Sound System", que faz um apanhado de vários artistas angolanos.
"Nossa visão é mais urbana. Misturamos kuduro com drum'n'bass, hip hop", afirma o português. "O kuduro, na verdade, é como uma anti-world music. É feito em Angola por pessoas que estão fartas de viver à sombra da música dos pais, dos avós. Tentam fazer canções completamente digitais através do sampling, técnicas usadas na Europa." LilJohn fala sobre as semelhanças com o funk carioca: "O kuduro é marginalizado por ter vindo da periferia de Luanda. Ocorre o mesmo com o funk carioca. Musicalmente, o kuduro é mais rápido". (TN)