São Paulo, sábado, 30 de maio de 1998

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Filme não bate recorde de "Mundo Perdido'
"Godzilla' fracassa com US$ 74 mi

AMIR LABAKI
de Nova York

Quem dera todo fracasso fosse como "Godzilla". A versão de Roland Emmerich ("Independence Day") para as desventuras do megamonstro pelas selvas de Manhattan deve ultrapassar a marca de US$ 100 milhões neste final de semana, o segundo desde sua estréia.
Mas "Godzilla" não bateu o recorde de estréia de verão de "O Mundo Perdido", de Spielberg, como era esperado. Chegou perto. Arrecadou US$ 74 milhões no final de semana esticado pelo feriado do Memorial Day da segunda ("O Mundo Perdido" faturou US$ 94 milhões em sua estréia).
A imprensa já aposta que "Armageddon" vai roubar de "Godzilla" o título de filme do verão 1998. Pode ser -mas não que o "disaster movie" de Michael Bay pareça ostentar méritos cinematográficos maiores que o de Emmerich.
Certo, o novo "Godzilla" não é um clássico, mas tampouco é tão fraco quanto disseram. É um Ed Wood com orçamento, desses filmes ruins que acabam extraindo das deficiências certo charme.
Entre os lançamentos para adultos, dois veteranos disputam as preferências. Robert Redford e Warren Beatty dirigem, produzem e estrelam respectivamente "O Encantador de Cavalos" e "Bulworth".
No primeiro, Redford faz um especialista em cavalos que tenta recuperar a montaria de estimação de uma garota após um grave acidente. No entretempo, envolve-se com a frenética mãe dela, vivida por Kristin Scott Thomas. É belo, mas excessivamente longo.
Muito mais corrosiva e irregular é a radiografia que "Bulworth" faz dos EUA de Clinton. Beatty interpreta um senador democrata que, cansado das regras do jogo, contrata o próprio assassinato e aproveita a campanha eleitoral de 1996 para desabafar.
É uma versão "hip hop" das fábulas políticas de Capra, muito mais imperfeita que o modelo. Ainda assim, é cinema com cérebro, coisa rara na era de supercobras e megalagartos.



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