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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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"A CIDADE E O IMPÉRIO"

Pesquisa examina medo na sociedade colonial urbana

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

A palavra "império" no título da obra da historiadora Maria Fernanda Bicalho pode fazer o leitor pensar que se trata de mais um livro sobre o período de 1822-89. Um dos méritos é fazer o leitor refletir sobre o papel do Rio no império colonial português.
Com raras exceções, historiadores brasileiros deram pouca importância ao que acontecia nas outras colônias lusas.
Essa história paroquial tem sido implodida por novos estudos, como no caso do livro de Bicalho, historiadora da UFF (Universidade Federal Fluminense). A obra é uma versão da sua tese de doutorado defendida na USP em 97.
Bicalho partiu de uma idéia curiosa: tentar entender o medo na sociedade colonial urbana. A atualidade do tema é óbvia. Medo é o que não falta nas cidades brasileiras hoje -medo de furto, de assalto, de bala perdida.
Não há dúvida de que ela foi bem-sucedida. A violência fazia parte do cotidiano colonial, através de invasões estrangeiras, revoltas de escravos e motins.
Ela foi além do que já se conhecia sobre os ataques franceses ao Rio, como os dos corsários Duclerc e Duguay-Trouin, em 1710 e 1711. Desenterrou uma profusão de dados inéditos sobre a espionagem francesa anterior aos reides e sobre a preparação em 1762 de outro ataque que, para sorte dos cariocas, não aconteceu.


A Cidade e o Império - O Rio de Janeiro no século 18
     Autora: Maria Fernanda Bicalho Editora: Civilização Brasileira Quanto: R$ 42 (420 págs.)



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