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"A CIDADE E O IMPÉRIO"
Pesquisa examina medo na sociedade colonial urbana
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
A palavra "império" no título da obra da historiadora
Maria Fernanda Bicalho pode fazer o leitor pensar que se trata de
mais um livro sobre o período de
1822-89. Um dos méritos é fazer o
leitor refletir sobre o papel do Rio
no império colonial português.
Com raras exceções, historiadores brasileiros deram pouca importância ao que acontecia nas
outras colônias lusas.
Essa história paroquial tem sido
implodida por novos estudos, como no caso do livro de Bicalho,
historiadora da UFF (Universidade Federal Fluminense). A obra é
uma versão da sua tese de doutorado defendida na USP em 97.
Bicalho partiu de uma idéia curiosa: tentar entender o medo na
sociedade colonial urbana. A
atualidade do tema é óbvia. Medo
é o que não falta nas cidades brasileiras hoje -medo de furto, de
assalto, de bala perdida.
Não há dúvida de que ela foi
bem-sucedida. A violência fazia
parte do cotidiano colonial, através de invasões estrangeiras, revoltas de escravos e motins.
Ela foi além do que já se conhecia sobre os ataques franceses ao
Rio, como os dos corsários Duclerc e Duguay-Trouin, em 1710 e
1711. Desenterrou uma profusão
de dados inéditos sobre a espionagem francesa anterior aos reides e sobre a preparação em 1762
de outro ataque que, para sorte
dos cariocas, não aconteceu.
A Cidade e o Império - O Rio de Janeiro no século 18
Autora: Maria Fernanda Bicalho
Editora: Civilização Brasileira
Quanto: R$ 42 (420 págs.)
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