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FESTIVAL DE VENEZA
Astro de "Doutor Jivago" recebe Leão de Ouro por sua carreira e defende diálogo no Oriente Médio
"Sobreviver já merece um prêmio", diz Sharif
DA REDAÇÃO
O ator Omar Sharif, 71, célebre
por "Doutor Jivago" (1965), defendeu o diálogo entre palestinos
e israelenses, em entrevista ontem, no Festival de Veneza.
O ator egípcio, que recebe nesta
edição o Leão de Ouro por seus 50
anos de carreira, comentou a violência no Oriente Médio: "Creio
que talvez nem meu neto poderá
ver a paz no Oriente Médio".
Com origem síria e libanesa,
Sharif afirmou que se considera
uma pessoa de sorte. "Sobreviver
neste mundo por meio século merece um prêmio", comentou o
ator, em tom de brincadeira.
Sharif tornou-se famoso no Ocidente, na década de 60, por suas
interpretações em "Lawrence da
Arábia" (62) e "Doutor Jivago", e
hoje tem 80 filmes no currículo.
"Espero que este prêmio seja interpretado como um sinal de esperança. Por isso escolhemos um
ator árabe que defende o diálogo
entre as religiões e culturas", disse
o diretor do festival, Moritz de
Halden, ao anunciar o troféu.
Omar Sharif afirmou que recebe
o Leão de Ouro especial com
"imensa alegria". O ator aproveitou o festival para lançar seu novo
filme, "Monsieur Ibrahim et les
Fleurs du Coran", do cineasta
francês Francois Dupeyron.
"É verdade que eu havia perdido o entusiasmo pelo cinema.
Gostei da mensagem deste filme e
por isso aceitei o papel", disse
Sharif. Ele interpreta um humilde
padeiro árabe que vive em Paris e
acaba construindo uma forte
amizade com um chinês judeu.
"Nesse momento histórico tão
difícil, gostei da idéia de abordar o
tema da confiança nos outros.
Sempre pensei que existem bons e
maus, sejam eles negros, brancos,
cristãos, judeus ou muçulmanos.
A vida seria mais simples se não
fossem criadas categorias para
classificar as pessoas. Acredito
que só com o diálogo se consegue
o bem de todos, em particular de
palestinos e israelenses", disse.
Com agências internacionais
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