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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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FESTIVAL DE VENEZA

Astro de "Doutor Jivago" recebe Leão de Ouro por sua carreira e defende diálogo no Oriente Médio

"Sobreviver já merece um prêmio", diz Sharif

DA REDAÇÃO

O ator Omar Sharif, 71, célebre por "Doutor Jivago" (1965), defendeu o diálogo entre palestinos e israelenses, em entrevista ontem, no Festival de Veneza.
O ator egípcio, que recebe nesta edição o Leão de Ouro por seus 50 anos de carreira, comentou a violência no Oriente Médio: "Creio que talvez nem meu neto poderá ver a paz no Oriente Médio".
Com origem síria e libanesa, Sharif afirmou que se considera uma pessoa de sorte. "Sobreviver neste mundo por meio século merece um prêmio", comentou o ator, em tom de brincadeira.
Sharif tornou-se famoso no Ocidente, na década de 60, por suas interpretações em "Lawrence da Arábia" (62) e "Doutor Jivago", e hoje tem 80 filmes no currículo.
"Espero que este prêmio seja interpretado como um sinal de esperança. Por isso escolhemos um ator árabe que defende o diálogo entre as religiões e culturas", disse o diretor do festival, Moritz de Halden, ao anunciar o troféu.
Omar Sharif afirmou que recebe o Leão de Ouro especial com "imensa alegria". O ator aproveitou o festival para lançar seu novo filme, "Monsieur Ibrahim et les Fleurs du Coran", do cineasta francês Francois Dupeyron.
"É verdade que eu havia perdido o entusiasmo pelo cinema. Gostei da mensagem deste filme e por isso aceitei o papel", disse Sharif. Ele interpreta um humilde padeiro árabe que vive em Paris e acaba construindo uma forte amizade com um chinês judeu.
"Nesse momento histórico tão difícil, gostei da idéia de abordar o tema da confiança nos outros. Sempre pensei que existem bons e maus, sejam eles negros, brancos, cristãos, judeus ou muçulmanos. A vida seria mais simples se não fossem criadas categorias para classificar as pessoas. Acredito que só com o diálogo se consegue o bem de todos, em particular de palestinos e israelenses", disse.


Com agências internacionais


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