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TEATRO
No ano em que completa 7 anos, espaço passa por dificuldades
Brincante procura ajuda para não fechar as portas
ANA PAULA RAGAZZI
da Redação
Há pouco mais de uma semana,
estava decidido: o teatro Brincante, em São Paulo, fecharia suas
portas.
"Não quero mais me preocupar
com cupins, instalações elétricas,
ou vazamentos. Quero dispensar
minhas energias para ter idéias
que proporcionem um contato
maior das pessoas com a cultura
brasileira", afirma a dançarina e
atriz Rosane Nóbrega, mulher do
ator, cantor, dançarino, compositor e instrumentista Antonio Nóbrega.
Há sete anos, quando vieram de
Pernambuco para São Paulo, os
dois criaram o teatro Brincante
como o lar do palhaço Tonheta,
personagem dos espetáculos de
Nóbrega.
Durante esse tempo, o teatro foi
mantido com recursos próprios.
"Decidi desativar o local e levar
adiante nossas idéias", afirma Rosane. "Mas lembrei que, quando
chegamos a São Paulo, nenhum
teatro quis receber nosso espetáculo e, por isso, criamos o Brincante. Comecei a me perguntar se
teríamos espaço para continuar
com nossos trabalhos", diz. "E, na
verdade, nunca procuramos a
ajuda de ninguém. Poderíamos
ter pedido socorro antes."
A ajuda pode vir de patrocínios,
de associações com outras empresas ou de leis de incentivo cultural: "Nunca me inteirei desses
assuntos. Vou começar a fazer isso agora", afirma Rosane.
Desde o espetáculo "Na Pancada do Ganzá" (95), o Brincante
tornou-se pequeno para as produções de Nóbrega, tendo se
transformado num pequeno pólo
cultural, que oferece oficinas e
cursos de interpretação e cultura
popular, além de ser utilizado como um local de ensaio para outras
montagens.
Neste ano em que o teatro comemora sete anos, Nóbrega voltou a pisar seu palco e faz, neste
fim-de-semana, as duas últimas
apresentações da aula-espetáculo
"Sol a Pino". "Eu canto, danço e
conto algumas histórias que trazem informações sobre a cultura
popular brasileira e fazem com
que as pessoas sintam-se parte
dela", diz Nóbrega.
Na próxima semana, dando
continuidade às comemorações
de aniversário do teatro, o multiartista pernambucano Antúlio
Madureira apresenta seu show,
em que interpreta temas eruditos
utilizando como instrumentos
objetos exóticos, como fiações
elétricas ou serrotes.
Espetáculo: Sol a Pino
Com: Antonio Nóbrega
Quando: hoje, às 21h; amanhã, às 20h
Onde: Teatro e Escola Brincante (r.
Purpurina, 428, Vila Madalena, São
Paulo, tel. 0/xx/11/816-0575)
Quanto: R$ 7,50 e R$ 15
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