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Belô fica na corda bamba
especial para a Folha
Depois de
gravar dois discos promissores, a cantora
baiana -radicada no Rio-
Belô Velloso, 27, parece ansiosa
por ampliar seu público. Mas, ao
tentar chegar lá, adotando surradas fórmulas do mercado, pagou
um preço relativamente alto.
"MarÉs", o novo CD da sobrinha de Caetano Veloso e Maria
Bethânia, pretende ser um álbum
conceitual, reunindo diversas influências musicais que ela recebeu ao trocar o Recôncavo baiano
pela baía da Guanabara.
Entre altos e baixos, o disco
lembra uma colcha de retalhos.
Não que Belô se dê mal ao interpretar gêneros díspares, como o
samba-reggae ("Corpo Excitado", do bloco afro Ilê Aiyê) ou o
charme carioca ("Me Ensina",
uma de suas quatro parcerias
com Ana Flávia).
O problema está em faixas como "Por te Querer", axé music
maquiada de flamenco, ou "O
Que Vai Ser de Mim", melô romântico que inclui vocais de Sandra de Sá. Ambas parecem ter sido compostas e arranjadas para
atender aos padrões banais das
FMs e trilhas de novelas.
Em compensação, também há
bons momentos, como o frevo
"De Salvador" e as delicadas canções "Cantina da Lua" e "Mar...
És" -parcerias de Ana Flávia
com a poeta Mabel Velloso, mãe
da cantora.
O CD de Belô a coloca numa
corda bamba: talvez ela consiga
atingir o pretendido sucesso popular, mas também corre o risco
de cair e descaracterizar seu notável começo.
(CC)
Avaliação:
Disco: MarÉs
Artista: Belô Velloso
Lançamento: PlayArte
Quanto: R$ 20, em média
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