São Paulo, Terça-feira, 30 de Novembro de 1999


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Belô fica na corda bamba

especial para a Folha


Depois de gravar dois discos promissores, a cantora baiana -radicada no Rio- Belô Velloso, 27, parece ansiosa por ampliar seu público. Mas, ao tentar chegar lá, adotando surradas fórmulas do mercado, pagou um preço relativamente alto.
"MarÉs", o novo CD da sobrinha de Caetano Veloso e Maria Bethânia, pretende ser um álbum conceitual, reunindo diversas influências musicais que ela recebeu ao trocar o Recôncavo baiano pela baía da Guanabara.
Entre altos e baixos, o disco lembra uma colcha de retalhos. Não que Belô se dê mal ao interpretar gêneros díspares, como o samba-reggae ("Corpo Excitado", do bloco afro Ilê Aiyê) ou o charme carioca ("Me Ensina", uma de suas quatro parcerias com Ana Flávia).
O problema está em faixas como "Por te Querer", axé music maquiada de flamenco, ou "O Que Vai Ser de Mim", melô romântico que inclui vocais de Sandra de Sá. Ambas parecem ter sido compostas e arranjadas para atender aos padrões banais das FMs e trilhas de novelas.
Em compensação, também há bons momentos, como o frevo "De Salvador" e as delicadas canções "Cantina da Lua" e "Mar... És" -parcerias de Ana Flávia com a poeta Mabel Velloso, mãe da cantora.
O CD de Belô a coloca numa corda bamba: talvez ela consiga atingir o pretendido sucesso popular, mas também corre o risco de cair e descaracterizar seu notável começo.
(CC)


Avaliação:   


Disco: MarÉs
Artista: Belô Velloso
Lançamento: PlayArte
Quanto: R$ 20, em média


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