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"Quadro não é
um "Big Brother'",
afirma Boninho
DA REPORTAGEM LOCAL
J.B. de Oliveira Sobrinho, o
Boninho, parece estar criando
um núcleo de "reality show" na
Globo. Depois da decepção ao
perder a direção de "No Limite
2", o criador da primeira versão da "gincana da sobrevivência" volta a se empolgar com a
implantação de "Sufoco" e cuida de mais dois projetos na
mesma linha para a emissora.
Na noite de anteontem, ele foi
à casa de vidro de "Sufoco", no
parque Villa-Lobos, para checar os preparativos e recebeu a
Folha para uma entrevista exclusiva na cozinha transparente.
(LM)
Folha - Você não acha que, pelo formato, "Sufoco" não deve
criar "personalidades", como
ocorreu em "No Limite"?
Boninho - Aqui vamos ter um
esquema diferente de "No Limite". Cada quadro será uma
história fechada, de 35 minutos. A única maneira de ter um
contato maior com os participantes será pela Internet
(www.redeglobo.com.br/
sufoco), que irá transmitir 24
horas por dia as imagens captadas por 24 câmeras na casa. O
legal também será a possibilidade de o público ver as pessoas na casa aqui no parque,
que será aberto, inclusive para
a imprensa e outras emissoras.
Folha - Inclusive para o Gugu?
Boninho - Por que não? O parque é público.
Folha - E se ele usar as imagens
de "Sufoco" na mesma hora em
que o quadro estiver sendo exibido no "Domingão"?
Boninho - Ele não vai ter muito o que mostrar. Só terá a visão
do público, que vê pelas janelas
algumas partes da casa. As provas também serão feitas sem
que o público tenha acesso para não estragar a surpresa.
Folha - Mas, quando o participante for eliminado, não será
possível saber, já que ele sairá
da casa aqui no parque, na frente de todo mundo, e haverá
transmissão pela Internet?
Boninho - Será possível saber
quem saiu, mas não como saiu.
A Internet não irá transmitir as
provas. E, durante a semana, só
serão eliminados dois participantes. Quatro ficam para a final, no domingo.
Folha - O quadro vem para tentar colocar o "Faustão" de volta
na liderança. Consegue?
Boninho - "Sufoco" não foi
criado para o "Faustão". Seria
um programa e não um quadro. Mas a Marluce (Dias da
Silva, diretora-geral da Globo)
gostou e achou que ficaria legal
no "Faustão". O Luiz Gleizer
(diretor do programa) também
aprovou e adorou a idéia de
exibi-lo no "Faustão". Acho
que pode dar certo. Serão 35
minutos sem break (comercial), o que ajuda muito.
Folha - "Sufoco" é muito parecido com "Big Brother". Não foi
preciso comprar os direitos?
Boninho - "Sufoco" não é um
"Big Brother". Esse programa
("Big Brother") tem 16 participantes, que ficam três meses
em uma casa que não é de vidro, e os concorrentes são eliminados semanalmente pelo
telespectador. "Sufoco", assim
como "Big Brother", faz parte
de uma tendência mundial de
"reality show". Conheço mais
de 60 programas pelo mundo
com a mesma linha. A Endemol (empresa que tem os direitos do "Big Brother") até está
interessada em usar o projeto
de "Sufoco".
Folha - Como os participantes
foram selecionados?
Boninho - Tínhamos 800 inscritos e procuramos perfis específicos de personalidade. Os
participantes do primeiro e do
segundo estão definidos. Mas
estão abertas as inscrições para
o terceiro "Sufoco".
Folha - Como foi o acordo para
que pudessem usar o parque?
Boninho - Será uma espécie de
parceria. Doaremos uma quantia, que não sei qual é, para melhorar o parque ou para um
projeto cultural ou de meio
ambiente.
Folha - Existe a idéia de tornar
o quadro itinerante, levando a
casa para outros Estados?
Boninho - Se o quadro prosseguir, essa é uma idéia que estamos analisando.
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