São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2000

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"Quadro não é um "Big Brother'", afirma Boninho

DA REPORTAGEM LOCAL

J.B. de Oliveira Sobrinho, o Boninho, parece estar criando um núcleo de "reality show" na Globo. Depois da decepção ao perder a direção de "No Limite 2", o criador da primeira versão da "gincana da sobrevivência" volta a se empolgar com a implantação de "Sufoco" e cuida de mais dois projetos na mesma linha para a emissora.
Na noite de anteontem, ele foi à casa de vidro de "Sufoco", no parque Villa-Lobos, para checar os preparativos e recebeu a Folha para uma entrevista exclusiva na cozinha transparente. (LM)

Folha - Você não acha que, pelo formato, "Sufoco" não deve criar "personalidades", como ocorreu em "No Limite"?
Boninho -
Aqui vamos ter um esquema diferente de "No Limite". Cada quadro será uma história fechada, de 35 minutos. A única maneira de ter um contato maior com os participantes será pela Internet (www.redeglobo.com.br/ sufoco), que irá transmitir 24 horas por dia as imagens captadas por 24 câmeras na casa. O legal também será a possibilidade de o público ver as pessoas na casa aqui no parque, que será aberto, inclusive para a imprensa e outras emissoras.

Folha - Inclusive para o Gugu?
Boninho -
Por que não? O parque é público.

Folha - E se ele usar as imagens de "Sufoco" na mesma hora em que o quadro estiver sendo exibido no "Domingão"?
Boninho -
Ele não vai ter muito o que mostrar. Só terá a visão do público, que vê pelas janelas algumas partes da casa. As provas também serão feitas sem que o público tenha acesso para não estragar a surpresa.

Folha - Mas, quando o participante for eliminado, não será possível saber, já que ele sairá da casa aqui no parque, na frente de todo mundo, e haverá transmissão pela Internet?
Boninho -
Será possível saber quem saiu, mas não como saiu. A Internet não irá transmitir as provas. E, durante a semana, só serão eliminados dois participantes. Quatro ficam para a final, no domingo.

Folha - O quadro vem para tentar colocar o "Faustão" de volta na liderança. Consegue?
Boninho -
"Sufoco" não foi criado para o "Faustão". Seria um programa e não um quadro. Mas a Marluce (Dias da Silva, diretora-geral da Globo) gostou e achou que ficaria legal no "Faustão". O Luiz Gleizer (diretor do programa) também aprovou e adorou a idéia de exibi-lo no "Faustão". Acho que pode dar certo. Serão 35 minutos sem break (comercial), o que ajuda muito.

Folha - "Sufoco" é muito parecido com "Big Brother". Não foi preciso comprar os direitos?
Boninho -
"Sufoco" não é um "Big Brother". Esse programa ("Big Brother") tem 16 participantes, que ficam três meses em uma casa que não é de vidro, e os concorrentes são eliminados semanalmente pelo telespectador. "Sufoco", assim como "Big Brother", faz parte de uma tendência mundial de "reality show". Conheço mais de 60 programas pelo mundo com a mesma linha. A Endemol (empresa que tem os direitos do "Big Brother") até está interessada em usar o projeto de "Sufoco".

Folha - Como os participantes foram selecionados?
Boninho -
Tínhamos 800 inscritos e procuramos perfis específicos de personalidade. Os participantes do primeiro e do segundo estão definidos. Mas estão abertas as inscrições para o terceiro "Sufoco".

Folha - Como foi o acordo para que pudessem usar o parque?
Boninho -
Será uma espécie de parceria. Doaremos uma quantia, que não sei qual é, para melhorar o parque ou para um projeto cultural ou de meio ambiente.

Folha - Existe a idéia de tornar o quadro itinerante, levando a casa para outros Estados?
Boninho -
Se o quadro prosseguir, essa é uma idéia que estamos analisando.


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