|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
HIGH-TECH
Em breve, aldeia estará on line
free-lance para a Folha
A aldeia Apiwtxa (pronuncia-se apíutia), que quer se conectar com o mundo pela Internet, não tem hoje nem energia elétrica. Nem quer ter. Pretende usar, em breve, energia
solar.
Os ashaninkas querem conhecer tecnologias de ponta do
mundo inteiro para selecionar
a que vão usar.
A aldeia produz quase tudo o
que precisa, inclusive as roupas
-túnicas longas feitas em teares manuais. Só compram dos
"brancos" sal, óleo e munição.
Ao contrário das demais nações indígenas do Brasil, os ashaninkas nunca andaram nus.
Acredita-se que as mulheres
dessa tribo aprenderam a tecer
com os povos da civilização Inca.
Na aldeia, elas colhem o algodão, formam os fios e tecem
para toda a tribo.
Conectados
No Peru, onde são cerca de
55 mil, os ashaninkas já estão
na Internet. O sonho de Benke
Pianko é conversar com eles todos os dias por e-mail.
"Acho que a Internet deve
servir para a união dos povos
indígenas", disse ele.
Benke não tem medo de que
a rede de computadores leve
prejuízos culturais para seu povo. "Vamos querer comprar
aquilo que precisarmos, como
equipamentos para trabalhar,
por exemplo."
Os ashaninkas conquistaram
o respeito dos "brancos" da região onde vivem.
São sócios de um deles em
uma fábrica de sabonetes de
óleo de palmeiras retirado da
floresta na cidade de Cruzeiro
do Sul, a 750 quilômetros de
Rio Branco. A fábrica gera empregos para toda a tribo e também para a população ribeirinha do Amônea.
A área da reserva indígena é
de 87 mil hectares. Os ashaninkas vivem da floresta, mas afirmam ser cuidadosos.
Benke é agente agroflorestal.
Especializou-se, em vários cursos para aprimorar os conhecimentos da tribo, em reflorestar
e enriquecer a floresta com
mudas de árvores nobres, como mogno.
"Vendi porcos, galinhas para
poder pagar as despesas com o
reflorestamento", contou. Ele
desenvolveu um plano de manejo para retirar não só as palmeiras usadas na produção do
sabonete, mas todas as plantas
da floresta, para evitar danos à
natureza.
Tudo o que os ashaninkas
têm para contar e para vender
estará à disposição do mundo
na homepage que deve estrear
dia 19 de abril, Dia do Índio.
(VO)
Texto Anterior: Música: Banda de índios ashaninkas grava CD Próximo Texto: Letra Índice
|