|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TEATRO
Atriz faz as vezes de cantora, acompanhada por trio de músicos, em espetáculo que homenageia o centenário do compositor
Marília Pêra revê Ary Barroso à luz da MPB
DA REPORTAGEM LOCAL
"Eu queria me comportar como
uma cantora, mas não sei se não é
a atriz que está ali o tempo inteiro", afirma Marília Pêra.
Ali é o palco da sala Rubens
Sverner, o palco maior do teatro
Cultura Artística. Em "Marília
Canta Ary Barroso", ela homenageia o cantor e compositor no
centenário de nascimento de Barroso (1903-64). A temporada estréia amanhã em São Paulo.
Quem já viu a atriz interpretando árias à Maria Callas ou soltando o vozeirão à Carmen Miranda
conhece seu talento para a música, impregnada em toda a carreira
que começou como dançarina,
sofreu nítida influência dos pais
(artistas do teatro de revista) e se
cristalizou no teatro, no cinema e
na televisão do país.
Concerto? Show? Musical? Marília Pêra não sabe ao certo. Ela está em cena com figurino colorido,
com pinta de rumbeira. Segura
um microfone o tempo todo.
Tenta se disciplinar para a voz
não competir com a expressão
corporal, a ginga nata.
"Eu me preocupo muito com a
palavra, para ela não escapar na
hora da canção. Tenho muito medo de errar a palavra", diz.
São 22 músicas que ela própria
escolheu do repertório de Ary
Barroso. "Há alguns sambas-exaltação, outras canções quase infantis e outras ainda plenas de dor de
cotovelo, tenebrosas, melodramáticas, românticas, enfim, com
a diversidade característica do
Ary", afirma.
Entre as composições, estão
"Aquarela do Brasil" e "Na Baixa
do Sapateiro". Somam-se ainda
composições como "Camisa
Amarela", "Foi Ela", "Morena Boca de Ouro", "Inquietação", "As
Três Lágrimas", "Eu Dei", "Vamos Deixar de Intimidade" etc.
Na apresentação, ela faz uma introdução sobre a trajetória de
Barroso, que foi pianista, advogado, compositor, chefe de orquestra, locutor esportivo, animador
de programa de auditório etc.
"Um homem múltiplo, antenado
e por vezes ranzinza", diz.
Marília Pêra é acompanhada
por um trio feminino de instrumentistas: Camila Diaz ao piano,
Míriam Fernandes Cápua na percussão e Heloísa Torres Meirelles
no violoncelo. A parceria com Camila Diaz vem de dois anos atrás,
quando realizaram o concerto
"Aparências" na Universidade
Estácio de Sá, no Rio. Naquele
projeto, já havia a inclinação para
alguns clássicos da MPB, Barroso
incluído.
Foi o embrião de "Marília Canta
Ary Barroso", concepção e direção da atriz. Luiz Carlos Buruka
faz a assistência, Miguel Briamonte assina a direção musical, e Jorge
Takla, a supervisão da obra. "Marília Canta Ary Barroso" é o segundo espetáculo do projeto Brasil em Cena, no qual a Companhia
Interamericana de Entretenimento (CIE Brasil) volta-se para autores nacionais.
MARÍLIA PÊRA CANTA ARY BARROSO
- concepção, direção e interpretação:
Marília Pêra. Onde: teatro Cultura
Artística - sala Rubens Sverner (r. Nestor
Pestana, 195, Consolação, tel. 0/xx/11/
3258-3616). Quando: estréia amanhã, às
21h; sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h.
Quanto: de R$ 60 a R$ 80. Até 24/8.
Patrocinador: Microsiga.
Texto Anterior: Mundo gourmet: Oficina da Comida experimenta a cozinha regional brasileira Próximo Texto: Personalidade: Morre o bombeiro que deu heroísmo ao cinema Índice
|