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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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TEATRO

Atriz faz as vezes de cantora, acompanhada por trio de músicos, em espetáculo que homenageia o centenário do compositor

Marília Pêra revê Ary Barroso à luz da MPB

DA REPORTAGEM LOCAL

"Eu queria me comportar como uma cantora, mas não sei se não é a atriz que está ali o tempo inteiro", afirma Marília Pêra.
Ali é o palco da sala Rubens Sverner, o palco maior do teatro Cultura Artística. Em "Marília Canta Ary Barroso", ela homenageia o cantor e compositor no centenário de nascimento de Barroso (1903-64). A temporada estréia amanhã em São Paulo.
Quem já viu a atriz interpretando árias à Maria Callas ou soltando o vozeirão à Carmen Miranda conhece seu talento para a música, impregnada em toda a carreira que começou como dançarina, sofreu nítida influência dos pais (artistas do teatro de revista) e se cristalizou no teatro, no cinema e na televisão do país.
Concerto? Show? Musical? Marília Pêra não sabe ao certo. Ela está em cena com figurino colorido, com pinta de rumbeira. Segura um microfone o tempo todo. Tenta se disciplinar para a voz não competir com a expressão corporal, a ginga nata.
"Eu me preocupo muito com a palavra, para ela não escapar na hora da canção. Tenho muito medo de errar a palavra", diz.
São 22 músicas que ela própria escolheu do repertório de Ary Barroso. "Há alguns sambas-exaltação, outras canções quase infantis e outras ainda plenas de dor de cotovelo, tenebrosas, melodramáticas, românticas, enfim, com a diversidade característica do Ary", afirma.
Entre as composições, estão "Aquarela do Brasil" e "Na Baixa do Sapateiro". Somam-se ainda composições como "Camisa Amarela", "Foi Ela", "Morena Boca de Ouro", "Inquietação", "As Três Lágrimas", "Eu Dei", "Vamos Deixar de Intimidade" etc.
Na apresentação, ela faz uma introdução sobre a trajetória de Barroso, que foi pianista, advogado, compositor, chefe de orquestra, locutor esportivo, animador de programa de auditório etc. "Um homem múltiplo, antenado e por vezes ranzinza", diz.
Marília Pêra é acompanhada por um trio feminino de instrumentistas: Camila Diaz ao piano, Míriam Fernandes Cápua na percussão e Heloísa Torres Meirelles no violoncelo. A parceria com Camila Diaz vem de dois anos atrás, quando realizaram o concerto "Aparências" na Universidade Estácio de Sá, no Rio. Naquele projeto, já havia a inclinação para alguns clássicos da MPB, Barroso incluído.
Foi o embrião de "Marília Canta Ary Barroso", concepção e direção da atriz. Luiz Carlos Buruka faz a assistência, Miguel Briamonte assina a direção musical, e Jorge Takla, a supervisão da obra. "Marília Canta Ary Barroso" é o segundo espetáculo do projeto Brasil em Cena, no qual a Companhia Interamericana de Entretenimento (CIE Brasil) volta-se para autores nacionais.


MARÍLIA PÊRA CANTA ARY BARROSO - concepção, direção e interpretação: Marília Pêra. Onde: teatro Cultura Artística - sala Rubens Sverner (r. Nestor Pestana, 195, Consolação, tel. 0/xx/11/ 3258-3616). Quando: estréia amanhã, às 21h; sex. e sáb., às 21h; dom., às 18h. Quanto: de R$ 60 a R$ 80. Até 24/8. Patrocinador: Microsiga.


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