São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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CINEMA
Apenas 6 dos 18 filmes a concorrer neste ano ao Leão de Ouro são dirigidos por cineastas de renome
Festival de Veneza aposta na renovação

AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas

Renovação é a palavra de ordem da 56ª Mostra Internacional da Arte Cinematográfica de Veneza, agora sob a direção do crítico Alberto Barbera.
Apenas seis cineastas de maior renome participarão da disputa de 18 filmes ao Leão de Ouro: a neozelandesa Jane Campion, o francês Philippe Garrel, o sueco Lasse Hallstrom, o iraniano Abbas Kiarostami, o britânico Mike Leigh e o chinês Zhang Yimou.
Kiarostami é ainda celebrado pelo documentário curto "Volte Sempre, Abbas!", de Renata de Almeida e Leon Cakoff, selecionado dentro da mostra paralela Novos Territórios.
Dentro do mesmo ciclo será exibido o segundo e último título brasileiro escolhido, "São Jerônimo", de Júlio Bressane.
Nenhum filme latino-americano participa da competição principal. Veneza 99 acontece entre 1º e 11 de setembro próximo.
O perfil renovado traz a marca de Barbera, ex-organizador do Festival Internacional de Cinema Jovem de Turim.
Na otimista nota que tornou pública ao anunciar a seleção, o novo diretor garantiu que a forte presença de jovens talentos "faz desta edição talvez uma das mais ricas na abertura ao descobrimento do inédito e do possível".
Quase um quarto dos 81 longas selecionados é de filmes de estreantes.
Um deles é o ator Antonio Banderas ("A Marca de Zorro"), que concorrerá ao Leão de Ouro com "Crazy in Alabama", estrelado por sua mulher, Melanie Griffith. Antonio Banderas vai concorrer ainda ao novo prêmio, no valor de US$ 100 mil, destinado ao melhor longa-metragem de estreante, exibido em qualquer seção do festival.
Dezoito filmes (um ainda a ser anunciado) vão disputar o Leão de Ouro.
Mais uma vez, o predomínio é europeu (dez títulos). As duas cinematografias com maior número de filmes selecionados são a francesa e a americana. O júri será presidido pelo iugoslavo Emir Kusturica ("Underground").
Sexo promete mesmo ser um dos temas do ano.
O festival será aberto pela première européia de "De Olhos Bem Fechados", de Stanley Kubrick, que terá sua primeira projeção pública na versão inalterada (na americana, uma orgia de 65 segundos foi encoberta eletronicamente).
Dois dos concorrentes oficiais têm a pornografia como assunto central.
Segundo Barbera, o franco-belga "Uma Ligação Pornográfica" "será uma das surpresas do ano". Já o sul-coreano "Mentiras", de Jang Sun Woo, é baseado numa novela sobre sadomasoquismo que custou dois anos de cárcere ao autor.
A seleção oficial tem ainda o privilégio de realizar o lançamento mundial de "Sweet and Lowdown", de Woody Allen (dia 5), e, no encerramento, do documentário sobre a história do filme italiano "Il Dolce Cinema", de Martin Scorsese.
O diretor e cômico Jerry Lewis será homenageado com o Leão de Ouro pela carreira.
A retrospectiva do ano é dedicada ao cinema rodado nos Balcãs entre as décadas de 40 e 60.

Restaurados
Cinco clássicos terão suas versões restauradas lançadas durante o festival: "O Mensageiro Trapalhão" (1960), de Jerry Lewis, "Os Boas-Vidas" (1953), de Federico Fellini, "Totó e Carolina" (1955), de Mario Monicelli, "Neste Mundo e no Outro" (1946), de Michael Powell e Emeric Pressburger, e "O Estrangeiro" (1967), de Luchino Visconti.


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