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CINEMA
Apenas 6 dos 18 filmes a concorrer neste ano ao Leão de Ouro são dirigidos por cineastas de renome
Festival de Veneza aposta na renovação
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
Renovação é a palavra de ordem
da 56ª Mostra Internacional da
Arte Cinematográfica de Veneza,
agora sob a direção do crítico Alberto Barbera.
Apenas seis cineastas de maior
renome participarão da disputa
de 18 filmes ao Leão de Ouro: a
neozelandesa Jane Campion, o
francês Philippe Garrel, o sueco
Lasse Hallstrom, o iraniano Abbas Kiarostami, o britânico Mike
Leigh e o chinês Zhang Yimou.
Kiarostami é ainda celebrado
pelo documentário curto "Volte
Sempre, Abbas!", de Renata de
Almeida e Leon Cakoff, selecionado dentro da mostra paralela Novos Territórios.
Dentro do mesmo ciclo será exibido o segundo e último título
brasileiro escolhido, "São Jerônimo", de Júlio Bressane.
Nenhum filme latino-americano participa da competição principal. Veneza 99 acontece entre 1º
e 11 de setembro próximo.
O perfil renovado traz a marca
de Barbera, ex-organizador do
Festival Internacional de Cinema
Jovem de Turim.
Na otimista nota que tornou
pública ao anunciar a seleção, o
novo diretor garantiu que a forte
presença de jovens talentos "faz
desta edição talvez uma das mais
ricas na abertura ao descobrimento do inédito e do possível".
Quase um quarto dos 81 longas
selecionados é de filmes de estreantes.
Um deles é o ator Antonio Banderas ("A Marca de Zorro"), que
concorrerá ao Leão de Ouro com
"Crazy in Alabama", estrelado
por sua mulher, Melanie Griffith.
Antonio Banderas vai concorrer
ainda ao novo prêmio, no valor de
US$ 100 mil, destinado ao melhor
longa-metragem de estreante,
exibido em qualquer seção do festival.
Dezoito filmes (um ainda a ser
anunciado) vão disputar o Leão
de Ouro.
Mais uma vez, o predomínio é
europeu (dez títulos). As duas cinematografias com maior número de filmes selecionados são a
francesa e a americana. O júri será
presidido pelo iugoslavo Emir
Kusturica ("Underground").
Sexo promete mesmo ser um
dos temas do ano.
O festival será aberto pela première européia de "De Olhos Bem
Fechados", de Stanley Kubrick,
que terá sua primeira projeção
pública na versão inalterada (na
americana, uma orgia de 65 segundos foi encoberta eletronicamente).
Dois dos concorrentes oficiais
têm a pornografia como assunto
central.
Segundo Barbera, o franco-belga "Uma Ligação Pornográfica"
"será uma das surpresas do ano".
Já o sul-coreano "Mentiras", de
Jang Sun Woo, é baseado numa
novela sobre sadomasoquismo
que custou dois anos de cárcere
ao autor.
A seleção oficial tem ainda o
privilégio de realizar o lançamento mundial de "Sweet and Lowdown", de Woody Allen (dia 5), e,
no encerramento, do documentário sobre a história do filme italiano "Il Dolce Cinema", de Martin
Scorsese.
O diretor e cômico Jerry Lewis
será homenageado com o Leão de
Ouro pela carreira.
A retrospectiva do ano é dedicada ao cinema rodado nos Balcãs
entre as décadas de 40 e 60.
Restaurados
Cinco clássicos terão suas versões restauradas lançadas durante o festival: "O Mensageiro Trapalhão" (1960), de Jerry Lewis,
"Os Boas-Vidas" (1953), de Federico Fellini, "Totó e Carolina"
(1955), de Mario Monicelli, "Neste Mundo e no Outro" (1946), de
Michael Powell e Emeric Pressburger, e "O Estrangeiro" (1967),
de Luchino Visconti.
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