São Paulo, sábado, 31 de outubro de 1998

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TELEVISÃO
A série, que estréia hoje no canal pago HBO, traz uma abordagem mais sofisticada do sexo nos anos 90
"Sexo e a Cidade" é "Seinfeld" sexy

ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

Darren Star, o produtor de "Barrados no Baile" e "Melrose", fez em "Sexo e a Cidade" tudo aquilo que "pasteurizava" nos outros dois programas que criou. É a opinião de Roberto Rios, diretor de aquisições para a América Latina do canal pago HBO, no qual a série estréia hoje, às 22h30.
Nos outros seriados produzidos por Star, os relacionamentos têm um tratamento mais superficial. "São voltados para públicos diferentes. A HBO só exibe programas adultos como este após as 22h", explica Rios.
A "pasteurização" executada por Star nos outros seriados é ligada à forma como o relacionamento sexual é tratado. Diferente de todos os outros, "Sexo e a Cidade" traz uma abordagem mais sofisticada, onde sexo não é só objeto de poder ou uma justificativa para mostrar corpos nus.
Na série, sem cenas eróticas, mas com alguma nudez, sexo é mais um dado importante do comportamento do fim de século.
A protagonista do programa é Carrie (Sarah Jessica Parker), uma jornalista que escreve a coluna que dá o título à série e que fala com algum humor sobre como são os relacionamentos dos anos 90, sob a ótica feminina.
Carrie costuma entrevistar conhecidos em busca de experiências para sua coluna, falando com pessoas pelas cafeterias de Manhattan, em Nova York. A principal matéria-prima é o seu grupo de amigas. São elas que colocam em prática as idéias sobre as quais a jornalista vai escrever.
No primeiro episódio, ela propõe que as mulheres pratiquem sexo de uma forma masculina, ou seja, "sem amor". O que leva Carrie a envolver-se com um antigo namorado e reconquistá-lo.
A série segue falando de homens que têm fixação por modelos, mulheres que só querem homens na casa dos 20 anos, gravidez, casamento ou o uso de acessórios para aumentar o prazer sexual.
A própria Carrie e o seu círculo de amigos vivem essas situações, e o telespectador pode observar a forma irônica por meio da qual os personagens observam os acontecimentos.
E, embora goste de ser vista como uma mulher moderna e independente, a própria protagonista acaba se envolvendo com um personagem misterioso chamado Mr. Big (Chris Noth), um executivo bem-sucedido. Ele se torna o interesse romântico da jornalista, mas não quer envolvimentos sérios.
Ao longo dos episódios, Mr. Big levanta novos temas que serão abordados por Carrie. Ele a faz sentir-se insegura e coloca em questão muitas das convicções que a jornalista demonstra em seus artigos ao apresentá-la aos conhecidos como sua amiga e dizer que não se casará novamente.
Nos EUA, onde os 12 capítulos da primeira temporada da série foram exibidos até agosto deste ano, a reação da crítica foi favorável, chegando a apelidar o seriado de "Seinfeld Sexy" e afirmar que era uma nova forma de abordar o assunto.
"Sexo e a Cidade" é baseado no livro homônimo de Candace Bushnell. "Os outros programas que falam desse assunto geralmente são contos eróticos. Este traz a ótica feminina, e é ótimo para ser assistido por casais", conclui Rios.



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