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Longa satiriza os excessos da classe média

"Até que a Sorte nos Separe" tem Danielle Winits e Leandro Hassum como novos ricos

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
NO RIO

Acertou na loteria? Seus problemas não acabaram.

O novo filme dos irmãos e produtores Caio e Fabiano Gullane oferece uma reflexão para o sortudo que já pensa em trocar a "banheira velha" pelo carrão e mandar o limite do cartão às favas.

Em "Até que a Sorte nos Separe", Danielle Winits e Leandro Hassum vivem um casal que ganha R$ 80 milhões. Dez anos depois, contudo, eles já torraram a bolada.

Previsto para estrear em outubro, o filme tem muito a ver com "essa nova classe média cheia da grana, aquela coisa do exagero, do descontrole", diz Hassum -protagonista de primeira viagem no cinema, assim como Winits.

E dinheiro na mão é vendaval querendo virar furacão nas posses de Tino (Hassum) e Jane (Winits). A fanfarronice é tanta que os novos ricos tratam de manter cama elástica no jardim, jet ski na piscina e Ferrari na garagem.

Quando a fonte seca, começam as trapalhadas tentativas dele em esconder da mulher a falência. Jane está grávida, e o médico desaconselha "fortes emoções".

A Folha acompanhou um dia de filmagem, numa mansão na Barra da Tijuca -bairro carioca já associado a um playground dos emergentes.

Na cena rodada naquela tarde de janeiro, Tino convocara o amigo (Aílton Graça) para fingir ser um decorador gay. O farsante tenta convencer Jane de que "´vintage´ é o ´must´" -assim, ela adota um estilo menos luxuoso.

Não à toa, o longa se inspira em "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", best-seller de Gustavo Cerbasi.

Não faz tanto tempo que cineastas brasileiros acabavam com o estoque de pé de coelho para arrastar mais de um milhão de espectadores para ver um filme nacional.

Roberto Santucci deixa claro que dirige o longa "por encomenda" dos irmãos Gullane. Ele deveria fazer um filme que reprisasse "o mesmo alcance popular" (leia-se: ao menos 3,5 milhões de público) de outro filme seu, "De Pernas pro Ar" (2010).

Para Hassum, "é uma grande babaquice" achar que o único cinema brasileiro digno de nota é aquele autoral.

O colega Aílton Graça polemiza: "Não dá para viajar na coisa Glauber [Rocha], que ninguém assiste".

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