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Análise

Filme capta essência humanista da obra da bailarina

FABIO CYPRIANO
CRÍTICO DA FOLHA

Logo no início de "Pina", o elenco do Tanztheater Wuppertal, a companhia da coreógrafa tema do filme, Pina Bausch, realiza uma sequência no palco, uma variação singela sobre as quatros estações do ano.

No meio do filme, essa sequência é repetida pelos bailarinos, mas saindo do teatro. No fim, novamente ela é vista, dessa vez em meio a uma paisagem deslumbrante.

De certa forma, está aí a essência do pensamento de Bausch, e que Wim Wenders soube tão bem apresentar no filme: em sua carreira, a coreógrafa abandonou as técnicas da dança para valorizar o ser humano e seu contexto.

Por isso, faz todo sentido que grande parte das coreografias do filme ocorra em lugares inusitados, nas ruas e edifícios da cidade de Wuppertal e em seus arredores.

Bausch, afinal, costumava dizer: "O que me interessa não é como os bailarinos se movimentam, mas o que os movimenta".

A importância que Bausch atribuía aos sentimentos humanos é sublinhada ainda nas cenas de "Kontakhtof", peça de 1978 que é encenada por três gerações distintas. Foi ideia dela remontar o espetáculo com pessoas acima de 65 anos, em 2000, e, pouco depois, com adolescentes. Assim como nas peças de Bausch, o filme de Wenders usa a tecnologia para ressaltar os sentimentos.

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