Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Assistente de Felipe Hirsch estreia na direção em Curitiba

Murilo Hauser ressalta caos da existência na peça "Ah, a Humanidade!, e Outras Exclamações", de Will Eno

Convite da Companhia Pausa surgiu após o tsunami que devastou o Japão em 2011; cenário evoca fim dos tempos

GABRIELA MELLÃO
ENVIADA ESPECIAL A CURITIBA

O convite para Murilo Hauser, 30, estrear na direção chegou com o tsunami que arrasou o Japão em 2011 e pareceu sintonizado com ele.

Hauser estava perplexo com as imagens que evocavam o fim do mundo divulgadas pela mídia quando, a pedido do grupo curitibano Pausa Companhia, se debruçou sobre o retrato caótico da existência humana exposto em "Ah, a Humanidade!, e Outras Exclamações".

A obra, composta por cinco textos curtos de Will Eno, um dos nomes mais importantes da nova dramaturgia norte-americana, estreou na quarta-feira no 21º Festival de Curitiba e entra em cartaz na capital paranaense em 11/4.

"Os textos apresentam desmoronamentos de personagens, algo que me soou conectado com o esfacelamento do mundo naquele momento", diz Hauser.

Ao redor de um poste caído no palco, há um emaranhado de objetos que parecem ter sido arrastados pela fúria da natureza. O impressionante cenário de Valdy Lopes Jr. enfatiza a atmosfera trágica da peça. Todos os personagens são seres frágeis e solitários que falham continuamente nas tentativas de se conectar com o próximo.

Uma cena, por exemplo, apresenta o pronunciamento da porta-voz de uma companhia área aos familiares de vítimas de um acidente. Na ânsia por revelar humanidade, ela se atrapalha e expõe fraquezas pessoais.

Hauser é braço direito de Felipe Hirsch. Foi assistente de direção de diversos espetáculos da Companhia Sutil. Já havia, inclusive, mergulhado em outra obra de Eno, "Thom Pain/Lady Grey".

O diretor deve a Hirsch sua intimidade com o universo de Eno. Mas revela suas próprias digitais artísticas ao rejeitar a limpeza estética habitual das obras da Sutil. "Não vejo Hirsch aqui, mas Murilo", diz Erica Migon, atriz da Sutil que está em cena.

A jornalista e a repórter-fotográfica viajaram a convite do festival

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.