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Rock, românticos e ritmos africanos marcaram evento

Com show de hits, Gilberto Gil encerrou a programação no Palco Júlio Prestes, o principal da Virada Cultural

Morto na sexta-feira, o cantor caipira Tinoco foi substituído pela dupla Mococa e Paraíso no palco Arouche

DE SÃO PAULO

Um clima de confraternização fez público, seguranças e moradores de rua dançarem juntos ao som dos sucessos que Gilberto Gil apresentou no show de encerramento da 8ª Virada Cultural.

O cantor subiu ao palco dedicado à música africana às 18h de domingo. Hits como "Realce", "Drão" e "Palco" foram apresentados com arranjos puxados para o reggae.

O músico congolês Ray Lema e a Orquestra Jazz Sinfônica abriram o espaço às 18h50 de sábado, com 50 minutos de atraso por "problemas técnicos com o gerador".

Às 21h15, o músico de Gana Ebo Taylor, 76, surgiu com sua guitarra vermelha e oficializou o afrobeat como o ritmo da noite naquele palco.

À meia-noite, o baterista Tony Allen, que criou o afrobit com Fela Kuti, mostrou variação modernizada do ritmo.

Mas foi no show de Seun Kuti, o filho de Fela Kuti de 29 anos, que o clima africano realmente se instaurou.

Acompanhado da banda de seu falecido pai, a Egypt 80, tocou para plateia a perder de vista -repleta de imigrantes nigerianos- que dançava vigorosamente.

FOGO E PAIXÃO

No palco montado no Largo do Arouche, o que se viu foi uma "celebração do amor" gay, embalada por sucessos radiofônicos e temas de novelas criados por Guilherme Arantes, Dalto e Byafra.

Arantes ofereceu o hit "Planeta Água" para a presidente Dilma Rousseff, pedindo que ela vete o novo Código Florestal, aprovado pelo Congresso na semana passada.

Já no domingo, o grande destaque ficou por conta do paraense Pinduca, o pai do carimbó. O Arouche se tornou uma imensa roda de dança.

Muitos artistas deste palco dedicaram seus shows à memória do cantor caipira Tinoco, morto na última sexta-feira. Ele se apresentaria lá no domingo. Foi substituído pela dupla Mococa e Paraíso.

CLÁSSICOS

A programação do Theatro Municipal foi aberta às 19h com show de voz e piano do ex-líder dos Mutantes, Arnaldo Baptista, que mais tarde tocaria com os Mutantes no palco da avenida São João.

Além de músicas autorais, como "Cê Tá Pensando que Eu Sou Loki?" e "Balada do Louco", ele tocou repertório alheio, como "Rocket Man", de Elton John, e "Blowin' in the Wind", de Bob Dylan.

Na sequência, a dupla Ângela Maria e Cauby Peixoto fez dueto romântico no teatro, percorrendo sucessos como "Babalu" e "Conceição".

No domingo, o show de Leci Brandão comoveu até quem estava fora do Municipal. Uma roda de samba se formou em volta do telão instalado na calçada.

É ROCK!

A avenida São João foi pequena para os fãs que os Titãs conquistaram em 30 anos de carreira. O público lotou o local até a avenida Ipiranga para ver a banda tocar as pedradas do álbum clássico "Cabeça Dinossauro" (1986).

No mesmo palco, no mesmo dia, os norte-americanos do Suicidal Tendencies, veteranos do punk hardcore, incendiaram a plateia, que invadiu a área VIP, formando uma imensa roda, em que dançavam se debatendo.

Outro destaque internacional foi a banda americana Man or Astro-Man?. A plateia recebeu com empolgação a mistura de surf music e punk rock. Em retribuição, o vocalista "mergulhou" na multidão e foi carregado por ela por quase cinco minutos.

ERUDITO

"Mico", "vergonha" e "tristeza" eram algumas das expressões que integrantes da Osesp, em conversas privadas, mensagens de celular ou nas redes sociais, empregavam no domingo logo depois da apresentação da orquestra no Anhangabaú.

O concerto estava marcado para as 11h, mas a sinfônica atrasou sua entrada em cena por 15 minutos, incomodada com o ruído que vinha dos palcos vizinhos.

E o que se viu foi uma apresentação breve e burocrática: três das "Sete Canções Populares Espanholas", de Falla, com solo da mezzo-soprano Luciana Bueno, e uma versão incrivelmente mutilada dos "Quadros de Uma Exposição", do russo Mússorgski.

Uma das queixas dos instrumentistas da orquestra era a "amplificação de um amadorismo nunca visto antes" -problema que perseguiu os concertos do Anhangabaú já desde o de abertura, às 18h do sábado, com a Orquestra Sinfônica Municipal, dirigida por seu maestro assistente, Luís Gustavo Petri.

Colaboraram IRINEU FRANCO PERPETUO e RONALDO EVANGELISTA e JEAN CANUTO

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