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Cinema

Longa é "Comer, Rezar, Amar" para 3ª idade

Dirigido por John Madden, "O Exótico Hotel Marigold" acompanha idosos ingleses que tentam recomeçar na Índia

História, protagonizada por Judi Dench e Tom Wilkinson, retrata perdas individuais e impacto de envelhecer

FRANCISCO QUINTEIRO PIRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM NOVA YORK

Como bater de frente contra seis heróis dos quadrinhos? "O Exótico Hotel Marigold" tem a solução: sete velhinhos ingleses. Espécie de "Comer, Rezar, Amar" para a terceira idade, o filme de John Madden ("Shakespeare Apaixonado") é um pequeno hit, faturando US$ 72 milhões, apesar de ter custado modestos US$ 13 milhões.

No longa, inspirado em "These Foolish Things", romance de Deborah Moggach, sete idosos decidem, por diversos motivos, se mudar para um hotel na Índia. Eles buscam alguma paz, impossível em seu país, hostil aos integrantes da terceira idade.

Apesar da crença de que envelhecimento não combina com reviravolta, encontram em terra estrangeira a chance de mudança. "Queremos mexer com a noção de que os idosos não podem recomeçar", acredita Madden.

A ideia deu certo. Já muito bem-sucedido na Inglaterra, o filme reforçou o fenômeno chamado "silvering screen", por contemplar o segmento mais velho de espectadores, ignorado pelos estúdios nas últimas três décadas.

Nos Estados Unidos, estreou contra "Os Vingadores" em apenas 27 salas, mas com média de público superior à dos dez filmes mais vistos do fim de semana -com exceção da aventura da Marvel.

"O Exótico Hotel Marigold" é um filme sobre redenção. Todos os personagens se transformam após chegar à Índia. Evelyn (Judi Dench) procura sentido após a morte do marido de longa data.

"Ela não está preparada para viver com a família. Mas isso não implica que ela não precise de companhia", explica a atriz.

Na Índia, Evelyn sente uma atração inesperada por Douglas (Bill Nighy), enquanto trabalha como consultora cultural para uma empresa de telemarketing.

Os atores ficaram quase dez semanas no país. "Lá entende-se a definição de choque cultural", diz Tom Wilkinson, que vive Graham, um renomado juiz que volta a Jaipur para reencontrar uma paixão. "Ao percorrer uma distância de 45 metros, eu via de casas luxuosas a mulheres banhando bebês em poças à beira da estrada."

Madden não enfeitou a obra, apesar da resistência local dos políticos. "Queriam limpar as ruas, mas o ideal era gravar em meio àquele caos", conta o cineasta.

"Quando me distraía, percebia centenas de pessoas olhando para mim", confirma Penélope Wilton, que vive uma mulher frustrada com seu casamento, a única personagem não afetada pela estadia. "Algumas pessoas nunca mudam."

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