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Família progride
com a evolução
do "puxadinho"
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Em 1988, Osvaldo Dias Pereira, 44, chegou àquele que seria
seu novo endereço: uma casa
de 22 m2 na rua Pai Nosso, em
um conjunto construído pela
Cohab a 35 km do centro, chamado Cidade Tiradentes.
Aproveitando a localização
"privilegiada" de sua casa, perto do ponto final da única linha
de ônibus, começou vendendo
salgadinhos. Hoje oferece de
tudo um pouco na "bonbonnière" Boa Sorte: leite, ovos, refrigerantes Dolly Cola, pipocas
Cristal e salgadinhos Fofura.
Aos poucos, vai ampliando a
casa, onde vive com a mulher e
a filha. Por conta própria, construiu um "puxadinho" no andar de cima, mas o dinheiro
acabou antes que o anexo ganhasse reboco e piso. Lorena, 8,
ainda espera ganhar seu quarto. Hoje dorme no dos pais.
Jussara da Silva, 33, mudou-se com os cinco filhos para um
apartamento da CDHU há dois
meses. Primeiro, viveu na casa
de uma tia. Depois, foi morar
ao lado de um córrego, em um
barraco de madeira. No único
quarto dormia toda a família.
"Bem atrás tinha um barranco
e, a cada chuva, ele ia "desbarrancando", e a parede vinha para a frente", lembra. "Hoje
meus filhos não correm risco."
Diferentemente dos vizinhos,
o apartamento da CDHU não é
o melhor lugar em que Maria
Helena Soares, 39, já morou.
Há dez anos, vivia com o marido e as filhas em um apartamento na Vila Alpina, zona leste. Mas o marido adoeceu, a padaria da família faliu, e ela foi
perdendo tudo aos poucos: as
jóias, os móveis, os eletrodomésticos e, no fim, o marido,
que morreu há sete anos.
"Caímos completamente de
padrão. Hoje esse apartamento
significa o recomeço de tudo."
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