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Localização é o bem e o mal
da Barra Funda
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Como em outros pontos da cidade, um grande empreendimento comercial funciona como isca
para lançamentos residenciais.
No caso da Barra Funda, o chamariz atende pelo nome de Complexo Empresarial Água Branca.
A chegada do complexo e de outros prédios comerciais na região
faz o mercado imobiliário apostar
que a paisagem da região vai mudar muito nos próximos dois
anos, recebendo condomínios de
médio e alto padrões.
Além do centro empresarial, a
localização e a facilidade de acesso
ajudam na viabilidade do bairro,
que abriga um terminal formado
pelas linhas de trens do Metrô e
da CPTM (Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos), juntamente com ônibus interestaduais
e de linhas urbanas.
Mas a localização tem seu lado
deletério. Com o rio Tietê como
vizinho, a Barra Funda sofre com
as enchentes. Moradora de uma
casa na rua do Bosque, Maria Antonieta, 68, afirma que várias pessoas estão querendo vender seus
imóveis no bairro. "Basta pouca
chuva para virar um inferno."
A Prefeitura de São Paulo reconhece que ainda não tem nenhum
projeto para acabar com as enchentes na Barra Funda.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Secretaria do Planejamento Urbano, a região só poderá ter obras de ampliação das
galerias depois que forem concluídos os trabalhos, a cargo do
governo do Estado, de rebaixamento de calha do rio Tietê, que
deverão ter início em fevereiro.
Samba
"Alô, alô, gente bamba, é na
Barra Funda que mora o samba."
Esse grito de guerra antecede todos os anos a entrada da escola de
samba Camisa Verde-e-Branco
no Sambódromo. Magali dos
Santos, 53, presidente da escola,
nasceu e foi criada no bairro.
Ela diz estar otimista com a chegada de novos prédios residenciais à região. "A Barra Funda merece ser valorizada. A infra-estrutura daqui é excelente."
É verdade. Além do farto transporte, o distrito é bem servido de
comércio, escolas e hospitais.
Apesar das inúmeras placas de
venda espalhadas pelo bairro, há
quem não arrede o pé da Barra
Funda. "Acredito muito nesse lugar", atesta o empresário Carlos
Manoel dos Santos, 45, que mora
na Barra Funda, mas possui escritório na região central.
Magali faz o inverso. Apesar de
frequentar a Barra Funda quase
todos os dias, ela mora atualmente na zona norte. "Ainda tenho esperanças de voltar para a Barra
Funda, construir uma casa bem
linda e morar com meus filhos e
netos", sonha.
(EFo)
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