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Butantã é "inundado"
de novos lançamentos
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Antes classificado como bairro
distante e castigado pelas enchentes, o Butantã é hoje um dos endereços nobres da zona oeste. O
bairro está sendo inundado agora
por empreendimentos residenciais de médio e alto padrões.
São 34 projetos aprovados pela
prefeitura, além de muitas outras
edificações que estarão surgindo
no bairro nos próximos dois anos.
Ruas como a Pedro Inácio de
Araujo atestam que a produção
imobiliária está a todo o vapor.
Alguns motivos para o crescimento são promessas, como as
inaugurações do Rodoanel e de
uma linha do metrô.
Mas há também razões visíveis.
A principal delas é o verde, presente em vários pontos do Butantã. De acordo com a administração regional do distrito, são 3,7
milhões de metros quadrados de
área verde. Significam mais de
dois parques Ibirapuera.
Contudo, o verde em abundância também está nos matagais que
cobrem os espaços públicos. "Isso
é muito descaso", reclama o aposentado Dirceu Galindo, 70.
Galindo faz questão de ressaltar
que, assim como qualquer bairro,
o Butantã abriga problemas.
"Mas em compensação aqui há de
tudo." E ele tem razão. Comércio
variado, agências bancárias,
transportes e fácil acesso ao centro. "Com o Rodoanel, o trânsito
aqui vai ficar uma beleza", aposta.
Vergonha
"Nos últimos dez anos, nosso
bairro recebeu muitos benefícios", conta Roberto Gonçalves,
49, que há 20 anos tem uma loja
de produtos esotéricos no bairro.
Ele se lembra do tempo em que
bastava uma simples chuva para
alagar o bairro inteiro. Tanto que
o seu estabelecimento, localizado
na avenida Escola Politécnica, foi
construído bem acima do nível do
solo para evitar inundações.
"Antes da canalização do córrego dessa avenida, os moradores
corriam para a minha loja para
salvar seus móveis e eletrodomésticos", recorda-se.
"Antigamente eu tinha vergonha de dizer que morava no Butantã", revela a estudante Karina
de Oliveira, 19. "Quando se falava
o nome do bairro, as pessoas só
associavam às cobras", comenta,
referindo-se ao tradicional instituto do bairro. Karina diz que
agora tem orgulho.
(EFo)
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