São Paulo, domingo, 20 de janeiro de 2002

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ZONA LESTE

Apesar do crescimento nos últimos anos, bairros têm alta demanda

Itaquera e Tatuapé ainda atraem

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Pelos projetos que as construtoras já têm aprovados e pelos seus planos, Itaquera e Tatuapé garantirão o crescimento de São Paulo para o leste, no futuro.
Apesar da superpopulação (cerca de 2 milhões de pessoas), Itaquera ainda tem muita área para edificações. Engana-se, porém, quem pensa que o foco dos construtores esteja voltado apenas para a habitação popular.
O Jardim Nossa Senhora do Carmo é hoje a região mais cobiçada pelos empreendedores. De tão diferente em relação aos vizinhos, o bairro ganhou o apelido de "Morumbi" de Itaquera.
"Todos os dias há construtores comprando terrenos por aqui", revela Walter Fontolan, 43, proprietário de uma imobiliária no bairro. "Os terrenos já estão supervalorizados", avisa.
Para os moradores, as vantagens de morar nesse "Morumbi" são a área verde, o comércio diversificado, escolas, hospitais, a proximidade com o parque do Carmo, o Sesc Itaquera e a Associação Cristã de Moços (ACM).
Pelo lado do mal, eles apontam a presença de prostitutas, em todos os horários, na avenida Afonso de Sampaio e Souza.

Tatuapé
Consolidado como o bairro mais nobre da zona leste, o Tatuapé ainda tem fôlego para receber mais empreendimentos. E, de acordo com profissionais do setor, possui uma demanda ávida por novas moradias.
Embora o bairro não tenha tantos terrenos livres, os moradores sabem que velhas casas logo cederão espaço a imponentes prédios. "Eles vão chegando, e sabemos que em breve teremos de sair daqui", diz Vitor Manoel Marques, 53, dono de um bar e mercearia localizado entre os prédios de altíssimo padrão do Jardim Anália Franco.
"Os novos moradores não frequentam o meu bar. Eles preferem as choperias requintadas." De fato, não faltam estabelecimentos de nível no bairro, como os restaurantes e bares das ruas Itapura e Euclides Pacheco.
Por outro lado, há pessoas que não deixaram de lado os velhos hábitos. Exemplo disso é a barbearia de Pedro Valeriano dos Santos, 65, morador do bairro desde 1968. "Vêm juízes, empresários, advogados. Mesmo mais ricos, meus clientes não me abandonaram." (EFo)


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