UOL


São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TEIA FEMININA

Nos EUA, elas ultrapassam os homens em 3 pontos percentuais; sexo masculino, porém, navega mais horas

Mulheres ainda são minoria na internet

MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL

Rede: substantivo feminino. Esse verbete, que no dicionário ganha duas dezenas de significados, revela também a teia mundial de computadores interligados, com milhões de informações, que permite a comunicação instantânea entre todos pelo planeta.
É nessa rede, a internet, que a presença feminina vem ganhando maior participação nos últimos anos. Nos Estados Unidos, as mulheres já são maioria. Segundo o instituto de pesquisas Ibope eRatings, em dezembro de 2002, 51,5% das mulheres acessaram a rede a partir de casa.
Apesar de o sexo feminino estar à frente dos homens em três pontos percentuais, eles navegaram nesse período 26 horas, elas, 23h19. Se, nos EUA, a presença feminina na rede ultrapassou a masculina há alguns anos, em outros países a internet continua sendo usada majoritariamente por homens.
No Brasil, a diferença entre homens e mulheres que navegaram pela rede chega a ser de 9,4 pontos percentuais. Segundo a diretora-executiva do Ibope eRatings, Fabia Juliasz, o quadro tem se apresentado estável desde 2000.
"Isso não significa que não deva haver mudanças. Nos Estados Unidos, por muitos anos, os homens foram maioria", diz Juliasz. "O que a gente presencia hoje é que os homens têm maior familiaridade." Por outro lado, na opinião da executiva, a internet permite que as mulheres possam flexibilizar sua jornada de trabalho. Dá para abrir e-mail em casa antes de ir ao escritório.
Consultora e pesquisadora de tendências, Rosa Alegria acredita que está havendo uma grande revolução. "Há uma inserção da mulher na tecnologia de forma que ela se capacite profissionalmente e se fortaleça socialmente."
Alegria aponta dois vetores: a mulher excluída, que está começando a ter uma inserção através de ONGs que a capacitam compartilhando o conhecimento, e a mulher que já conseguiu chegar a um nível educacional e que ainda está defasada em tecnologia.
A consultora acredita que um dos fatores é a defasagem na linguagem tecnológica. "A tecnologia foi feita por homens." Há menos mulheres em cursos de ciência da computação. "Eu atribuo isso à cultura e à linguagem. É uma questão histórica." Essa inserção, segundo Alegria, não deve ser feita na marra, "mas deve-se adaptar a linguagem".
Para tirar a mulher do limbo tecnológico, ONGs no Brasil e no exterior tratam de prepará-la, oferecendo cursos.
Órgãos como o IPT estão ligados à inserção de mulheres nos quadros de trabalho.


Texto Anterior: Aparelho ultracompacto toca MP3, sintoniza rádio e grava voz
Próximo Texto: ONGs fazem a inclusão feminina
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.