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TEIA FEMININA
Nos EUA, elas ultrapassam os homens em 3 pontos percentuais; sexo masculino, porém, navega mais horas
Mulheres ainda são minoria na internet
MARIJÔ ZILVETI
DA REPORTAGEM LOCAL
Rede: substantivo feminino. Esse verbete, que no dicionário ganha duas dezenas de significados,
revela também a teia mundial de
computadores interligados, com
milhões de informações, que permite a comunicação instantânea
entre todos pelo planeta.
É nessa rede, a internet, que a
presença feminina vem ganhando
maior participação nos últimos
anos. Nos Estados Unidos, as mulheres já são maioria. Segundo o
instituto de pesquisas Ibope eRatings, em dezembro de 2002,
51,5% das mulheres acessaram a
rede a partir de casa.
Apesar de o sexo feminino estar
à frente dos homens em três pontos percentuais, eles navegaram
nesse período 26 horas, elas,
23h19. Se, nos EUA, a presença feminina na rede ultrapassou a
masculina há alguns anos, em outros países a internet continua
sendo usada majoritariamente
por homens.
No Brasil, a diferença entre homens e mulheres que navegaram
pela rede chega a ser de 9,4 pontos
percentuais. Segundo a diretora-executiva do Ibope eRatings, Fabia Juliasz, o quadro tem se apresentado estável desde 2000.
"Isso não significa que não deva
haver mudanças. Nos Estados
Unidos, por muitos anos, os homens foram maioria", diz Juliasz.
"O que a gente presencia hoje é
que os homens têm maior familiaridade." Por outro lado, na opinião da executiva, a internet permite que as mulheres possam flexibilizar sua jornada de trabalho.
Dá para abrir e-mail em casa antes de ir ao escritório.
Consultora e pesquisadora de
tendências, Rosa Alegria acredita
que está havendo uma grande revolução. "Há uma inserção da
mulher na tecnologia de forma
que ela se capacite profissionalmente e se fortaleça socialmente."
Alegria aponta dois vetores: a
mulher excluída, que está começando a ter uma inserção através
de ONGs que a capacitam compartilhando o conhecimento, e a
mulher que já conseguiu chegar a
um nível educacional e que ainda
está defasada em tecnologia.
A consultora acredita que um
dos fatores é a defasagem na linguagem tecnológica. "A tecnologia foi feita por homens." Há menos mulheres em cursos de ciência da computação. "Eu atribuo
isso à cultura e à linguagem. É
uma questão histórica." Essa inserção, segundo Alegria, não deve
ser feita na marra, "mas deve-se
adaptar a linguagem".
Para tirar a mulher do limbo
tecnológico, ONGs no Brasil e no
exterior tratam de prepará-la, oferecendo cursos.
Órgãos como o IPT estão ligados à inserção de mulheres nos
quadros de trabalho.
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