DA REPORTAGEM LOCAL

No Brasil, a entidade que coordena a distribuição de domínios é o Comitê Gestor da Internet, que delega à Fapesp (órgão de pesquisa do governo paulista) a responsabilidade pelo registro de endereços de sites.
A exemplo do que acontece no exterior, também há empresas que estão descontentes com o sistema.
Uma delas é a RegistroBrasil (www.registrobrasil.com.br), para quem a descentralização do processo de registro reduziria os preços cobrados: "Nos Estados Unidos, o serviço já custou US$ 70, mas hoje é possível registrar um site por US$ 10", afirma Nelson Parada, diretor da empresa e ex-presidente da Fapesp.
Hoje, registrar um endereço terminado em .br custa R$ 80 pelo primeiro ano e R$ 40 para cada ano seguinte. De acordo com a Fapesp, existem 400 mil domínios terminados em .br.
Segundo Parada, a descentralização poderia funcionar da seguinte maneira: a Fapesp continuaria a administrar a lista com os endereços regionais (terminados em .br), mas cobraria menos por isso. Em troca, outras empresas atenderiam os interessados em registrar páginas, funcionando como intermediários.
O Comitê Gestor não concorda: "Essa proposta extrapola o razoável", afirma o conselheiro Cassio Vecchiati. Para ele, o preço do registro poderia aumentar com a descentralização, já que a Fapesp economiza em despesas bancárias e operacionais ao prestar o serviço em grande escala.
Mas a Fapesp recebe pouco mais de 6% da quantia paga por quem quer registrar um site: o resto vai para o Comitê Gestor.
O comitê justifica a diferença afirmando que os recursos são aplicados em projetos de desenvolvimento da internet no Brasil, mas, até o final do ano passado, acumulava um superávit de aproximadamente R$ 20 milhões. Os gastos também chamam a atenção: entre 1998 e 2000, o comitê gastou R$ 512 mil com viagens, mas investiu apenas R$ 325 mil em equipamentos.
Vecchiati diz que as viagens geram benefícios para a internet brasileira, pois promovem o aperfeiçoamento de profissionais ligados à administração da rede.


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