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São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2003

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Usuários misturam vídeos e som eletrônico

ALEXANDRE MATIAS

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A música eletrônica cada vez mais se traduz em imagens. Com integrantes vindos de áreas diferentes, como as artes plásticas, o cinema, a internet e a programação de dados, uma nova classe de artistas vem dando rosto e forma às batidas eletrônicas da pista de dança -e indo além. São os VJs.
Diferentes dos apresentadores de televisão, esses VJs manipulam imagens da mesma maneira que seus correspondentes sonoros, os DJs, manipulam músicas.
Enquanto o DJ usa o toca-discos, o VJ recorre ao computador e a programas de edição.
"O que ocorre é o seguinte: bases de imagens pré-gravadas, editadas e tratadas são divididas em cenas", explica o VJ Oswaldo Sant'anna. "Essas imagens são carregadas em um computador e, a partir de comandos dados ao software, vão sendo editadas no ritmo da música."
Oswaldo, ao lado de Fernão Ciampa e Cristian Bueno, é um dos VJs do coletivo Embolex, um dos muitos nomes que fazem parte dessa nova cena. São Paulo é o principal foco: além do Embolex, que se apresenta ao lado dos rappers do grupo Záfrica Brasil e do coletivo de hip hop Instituto, outros VJs buscam espaço por aqui.
Outro coletivo que vem associando seu nome a apresentações de VJs é o grupo Bijari, cuja atuação não se resume à pista de dança. "Aqui dentro, temos cinco áreas de atuação: arquitetura, cenografia, design em papel e multimídia em computador e vídeo", explica Eduardo Fernandes, um dos dez integrantes do grupo.

Ao alcance de todos
Qualquer um pode ser VJ? "Nosso primeiro equipamento foi um velho Pentium 90", lembra Eduardo, da Bijari. Atualmente, um computador Pentium III de 500 MHz com disco rígido de 120 Gbytes e 256 Mbytes de memória RAM é mais do que suficiente.
O VJ Spetto especifica ainda mais: "Você pode comprar um micro com processador Athlon 1500 ou 1900 com 256 Mbytes de memória RAM e dois discos rígidos de 80 Gbytes". Ele também aconselha a compra de uma filmadora digital.
"O equipamento básico é um projetor, um misturador de vídeo e softwares de edição, como o Final Cut e o After Effects, e de animação, como o Flash", descreve Eduardo.
Segundo ele, os projetores "podem ser alugados, e algumas casas noturnas também os têm. O ideal é usar um de 3.000 lúmens, mas, dependendo do lugar, o de 1.500 lúmens já funciona".
Eduardo continua: "A placa de vídeo precisa ter saída TV-Out. Caso queira mixar imagens, você pode comprar um misturador de vídeo Videonics MX-1 ou um Panasonic MX-12".
Oswaldo, do Embolex, recomenda o software Final Cut Pro, da Apple, que funciona com micros da linha Macintosh. Uma solução mais rápida para quem não tem todos os equipamentos é o Visual Radio, o software criado pelo VJ Spetto.
Ele explica o funcionamento do programa: "As teclas de A a Z acessam trechos de vídeo e os números de 0 a 9 trocam os bancos de imagens. Assim, se você digita 0 e A, tem um vídeo; se digita 2 e A, tem outro vídeo e assim por diante".
O software é gratuito e pode ser baixado do site www.visualradio.com.br. "Uma das únicas premissas da licença de uso é que você não pode ser pessoa jurídica nem usá-lo comercialmente sem o meu conhecimento", finaliza o VJ, que dá seu e-mail: spetto@visualradio.com.br.


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