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Usuários misturam vídeos e som eletrônico
ALEXANDRE MATIAS
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A música eletrônica cada vez
mais se traduz em imagens. Com
integrantes vindos de áreas diferentes, como as artes plásticas, o
cinema, a internet e a programação de dados, uma nova classe de
artistas vem dando rosto e forma
às batidas eletrônicas da pista de
dança -e indo além. São os VJs.
Diferentes dos apresentadores
de televisão, esses VJs manipulam
imagens da mesma maneira que
seus correspondentes sonoros, os
DJs, manipulam músicas.
Enquanto o DJ usa o toca-discos, o VJ recorre ao computador e
a programas de edição.
"O que ocorre é o seguinte: bases de imagens pré-gravadas, editadas e tratadas são divididas em
cenas", explica o VJ Oswaldo Sant'anna. "Essas imagens são carregadas em um computador e, a
partir de comandos dados ao software, vão sendo editadas no ritmo
da música."
Oswaldo, ao lado de Fernão
Ciampa e Cristian Bueno, é um
dos VJs do coletivo Embolex, um
dos muitos nomes que fazem parte dessa nova cena. São Paulo é o
principal foco: além do Embolex,
que se apresenta ao lado dos rappers do grupo Záfrica Brasil e do
coletivo de hip hop Instituto, outros VJs buscam espaço por aqui.
Outro coletivo que vem associando seu nome a apresentações
de VJs é o grupo Bijari, cuja atuação não se resume à pista de dança. "Aqui dentro, temos cinco
áreas de atuação: arquitetura, cenografia, design em papel e multimídia em computador e vídeo",
explica Eduardo Fernandes, um
dos dez integrantes do grupo.
Ao alcance de todos
Qualquer um pode ser VJ?
"Nosso primeiro equipamento foi
um velho Pentium 90", lembra
Eduardo, da Bijari. Atualmente,
um computador Pentium III de
500 MHz com disco rígido de 120
Gbytes e 256 Mbytes de memória
RAM é mais do que suficiente.
O VJ Spetto especifica ainda
mais: "Você pode comprar um
micro com processador Athlon
1500 ou 1900 com 256 Mbytes de
memória RAM e dois discos rígidos de 80 Gbytes". Ele também
aconselha a compra de uma filmadora digital.
"O equipamento básico é um
projetor, um misturador de vídeo
e softwares de edição, como o Final Cut e o After Effects, e de animação, como o Flash", descreve
Eduardo.
Segundo ele, os projetores "podem ser alugados, e algumas casas
noturnas também os têm. O ideal
é usar um de 3.000 lúmens, mas,
dependendo do lugar, o de 1.500
lúmens já funciona".
Eduardo continua: "A placa de
vídeo precisa ter saída TV-Out.
Caso queira mixar imagens, você
pode comprar um misturador de
vídeo Videonics MX-1 ou um Panasonic MX-12".
Oswaldo, do Embolex, recomenda o software Final Cut Pro,
da Apple, que funciona com micros da linha Macintosh. Uma solução mais rápida para quem não
tem todos os equipamentos é o
Visual Radio, o software criado
pelo VJ Spetto.
Ele explica o funcionamento do
programa: "As teclas de A a Z
acessam trechos de vídeo e os números de 0 a 9 trocam os bancos
de imagens. Assim, se você digita
0 e A, tem um vídeo; se digita 2 e
A, tem outro vídeo e assim por
diante".
O software é gratuito e pode ser
baixado do site www.visualradio.com.br. "Uma das únicas premissas da licença de uso é que você
não pode ser pessoa jurídica nem
usá-lo comercialmente sem o
meu conhecimento", finaliza o
VJ, que dá seu e-mail: spetto@visualradio.com.br.
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