São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 2006

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E3 2006

De nome peculiar, Wii, novo console da Nintendo reinventa ato de jogar ao dar mais liberdade para o usuário

Controle sem fio vira faca, raquete, volante e revólver

DO ENVIADO ESPECIAL

A estrela da E3 foi uma empresa que, até pouco tempo, parecia fadada a um honroso, mas burocrático, terceiro -e último- lugar entre as grandes do videogame. Ela conquistou as mãos e os movimentos dos visitantes da maior feira de entretenimento eletrônico do mundo ao apresentar em Los Angeles um controle remoto especial para seu console de nome também especial -Wii (pronuncia-se uí, como a palavra "nós", em inglês).
O aparelhinho, semelhante a um controle de TV, revoluciona o ato de jogar porque tira o gamemaníaco da poltrona. Ele faz o papel de espada, raquete de tênis, lanterna, volante de carro ou batuta de maestro com que o jogador interage com as imagens apresentadas no vídeo.
De certa forma, trilha o caminho inverso dos controles carregados de botões que marcam os videogames atuais. Assim, a Nintendo tenta conquistar um público mais amplo. "Para expandir o número total de jogadores, precisamos tornar nossa experiência mais amigável e envolvente", disse o presidente da Nintendo, Satoru Iwata.

Imersão em gráficos fracos
Na apresentação da Nintendo, na véspera da E3, os convidados viram Iwata, Shigeru Miyamoto (o criador do personagem Mario) e mais duas pessoas disputando uma partida de tênis em duplas armados com o Wii Remote -correndo pelo palco, brandiam o controle como raquete.
Algumas das franquias mais famosas da empresa, como Mario e Metroid Prime, já estão em desenvolvimento para o Wii, sendo adaptadas para usufruir as características do videogame. Durante a E3, os visitantes que se sujeitaram a aguardar as enormes filas puderam testar 27 títulos.
A empresa parece ter avaliado, porém, que quem estiver com o Wii Remote na mão não dará tanto peso à qualidade visual do jogo -os gráficos dos games mostrados são claramente inferiores aos dos jogos disponíveis para o Xbox 360, da Microsoft, e aos que devem vir para o PlayStation 3, da Sony.
Talvez por isso a empresa tenha acrescentado um outro elemento sedutor ao seu produto: o preço, que não foi revelado, mas deve ficar em patamar bem inferior ao dos concorrentes. Para Iwata, será perfeitamente possível o jogador possuir um Wii e, ainda assim, ter um dos outros consoles.
Outro ponto favorável ao aparelho é o baixo consumo de energia, elemento que torna a rede Wii- Connect24, rede on-line do Wii, amigável para conexão permanente. Ainda não foram revelados detalhes adicionais sobre as funcionalidades da rede, mas ela vai permitir partidas multijogador.
Na verdade, um dos benefícios da conectividade on-line já bastante alardeado é o Virtual Console, que vai permitir baixar títulos clássicos de antigos videogames da Nintendo, como Super Nintendo e Nintendo 64, por preços variados. Títulos da Sega e de outras produtoras terceirizadas também serão oferecidos.
Some-se a isso a compatibilidade do Wii com os jogos do GameCube, atual videogame da empresa, e o Wii, antes mesmo de nascer, pode se gabar por contar com uma extensa linha de títulos.
O console ainda não tem data exata para chegar às prateleiras, mas isso deverá acontecer no último trimestre do ano. (TA)


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