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São Paulo, quarta-feira, 22 de janeiro de 2003

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Novo sistema gerencia dados

DO "THE NEW YORK TIMES"

Alguns cientistas da computação se indagam se o sistema pode funcionar. "Isso não teria sido possível sem a internet moderna. Mesmo hoje, é um empreendimento de proporções assustadoras", disse a professora Dorothy Denning, da Escola de Pós-Graduação Naval, na Califórnia. Para ela, parte do desafio consiste em saber o que procurar. ""Será que realmente sabemos o suficiente sobre os sinais precursores da atividade terrorista? Acho que ainda não chegamos lá."
A primeira versão do sistema Tia utiliza um programa comercial de colaboração de software chamado Groove. O programa foi desenvolvido em 2000 pelo conhecido criador de softwares Ray Ozzie, inventor do Lotus Notes.
Ele faz com que analistas de vários órgãos governamentais possam compartilhar dados instantaneamente, interligando programas criados para buscar padrões de comportamento suspeito.
O Tia também faz uso da linguagem de programação Extended Markup Language (XML), que foi criada por empresas como Microsoft, Sun Microsystems e IBM e já é empregada na internet.
A linguagem ""markup" permite que dados que durante muito tempo estiveram trancados em bancos de dados isolados, conhecidos como "silos", sejam traduzidos para uma espécie de linguagem universal, acessível por muitos sistemas diferentes.
Foi a XML, uma versão refinada da linguagem original da internet (HTML), que tornou possível a hipótese de unir milhares de bancos de dados sem que as informações sejam centralizadas.

Privacidade
Os defensores das liberdades civis questionam se o governo tem base legal ou constitucional para realizar buscas eletrônicas. E outros críticos já qualificaram o esquema como exageradamente futurista e, em última análise, inviável por motivos técnicos.
Os tecnólogos discordam desse último ponto. ""O sistema é muito bem fundamentado", disse Ramano Rao, executivo tecnológico chefe da Inxight, uma empresa da Califórnia que desenvolve softwares de busca.
Pessoas próximas ao programa de pesquisas do Pentágono disseram que Poindexter tem plena consciência do poder e do caráter invasivo de seu sistema experimental de vigilância. Em conversas particulares recentes, de acordo com várias fontes ligadas ao Departamento de Defesa, ele citou a possibilidade de que o controle do sistema Tia seja entregue a uma organização não-governamental independente, como a Cruz Vermelha, devido ao potencial que ele tem sofrer abusos.
Poindexter se negou a ser entrevistado para este artigo. A Darpa nega a possibilidade de que uma ONG venha a receber o controle do programa Tia.


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