São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2005

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Nos EUA, drive substitui material escolar

DA ASSOCIATED PRESS

Neste ano, os alunos da Escola Preparatória de Eastside, em Washington, estão levando seu material escolar de uma maneira nova: usando diminutos drives de memória flash que se conectam à porta USB dos computadores.
Suficientemente pequenas para serem penduradas no pescoço, essas "mochilas digitais" podem guardar dicionários, livros virtuais, calculadoras e praticamente qualquer tipo de conteúdo digitalizado.
Graças a uma queda contínua nos preços (modelos com 1 Gbyte custam menos de US$ 100), os drives estão sendo usados não só para guardar dados como também para rodar softwares completos e guardar senhas encriptadas -tudo feito muito rapidamente, com a ajuda dos velozes processadores de hoje.
Essa pequena revolução começou há alguns anos, quando Jay Elliot procurava uma maneira de ajudar médicos na transferência de dados sobre pacientes de forma segura. Ele concluiu que as memórias USB eram a solução.
Com o preço dos dispositivos continuando a cair, ele imaginou que haveria espaço para trabalhar não apenas com dados. Foi então que inventou o programa Migo, que permite aos drives USB terem as mesmas funções elementares de um PC.
Conecte um drive com Migo em um computador, informe a sua senha pessoal e o programa mostrará ferramentas para receber e enviar seus e-mails e editar documentos e ainda reproduzirá ícones e papel de parede do seu PC.
Quando você remover a unidade de memória, todos os rastros do uso do "seu computador" serão removidos. Da próxima vez em que você colocar a unidade em outro computador, todos os dados serão sincronizados e será como se você tivesse usado o mesmo micro.
Além disso, várias pessoas podem compartilhar um drive USB usando senhas diferentes para criar diferentes perfis para cada uma. Durante suas férias, Elliot, sua mulher e seus dois filhos levaram seus desktops personalizados para o computador do hotel: todos em um chaveiro USB menor do que um isqueiro.
"As pessoas estão comprando aparelhos muito caros, mas elas só usam 4% ou 5% de sua capacidade. É um desperdício", diz Elliot, que atualmente é o chefe da PowerHouse Technologies, empresa que desenvolve o Migo. "Em vez de fazer isso", sugere ele, "as pessoas deveriam levar seus dados para qualquer lugar a que fossem. Então só precisariam achar um micro para usá-los".
Outra razão para essa flexibilidade é que agora as fabricantes conseguiram desenvolver códigos que tornam possível a execução de programas nos diminutos drives de memória flash.
Duas fabricantes de hardware, a SanDisk e a M-Systems, formaram uma nova empresa chamada U3 para licenciar esse tipo de tecnologia. Vários dispositivos compatíveis com o padrão U3 chegarão ao mercado, com ferramentas que vão de programas de gerenciamento de fotos digitais a navegadores e softs para troca de mensagens instantâneas.
Até o Skype já tem uma versão compatível com o padrão U3. Isso significa que qualquer computador com uma porta USB e conexão à internet pode ser usado para realizar ligações pela rede (VoIP).
"Na próxima vez em que você instalar um programa e vir que ele está limitado a funcionar apenas em seu PC, sua primeira reação será dizer: "Cara, gostaria de colocar isso no meu U3 e levá-lo para todo lugar'", prevê a executiva da U3, Kate Purmal.
A SanDisk, por exemplo, aprimorou os processadores que ficam dentro dos chaveiros USB para que eles reconheçam os mecanismos de proteção dos direitos autorais dos arquivos.
Com um drive chamado Cruzer Freedom, a empresa permite que estudantes façam download de materiais educacionais assim que o aparelho é conectado ao computador. É essa função que está sendo usada na escola de Eastside.


Tradução de Juliano Barreto


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