|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BOA-VIDA
Executivos aprendem a
se organizar, manter a
qualidade de vida,
conviver com a família e
se divertir com aparatos
como computadores
portáteis e celulares
Tecnologia vence o estresse
CÁSSIO AOQUI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
THAIS ABRAHÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles trabalham duro, até 12 horas por dia, vivem cercados por
seus laptops, celulares wap e centenas de e-mails, mas são felizes.
Esses são os executivos "desencanados", que dependem da tecnologia mas não deixam isso atrapalhar a sua qualidade de vida.
Diferentemente de muitos de
seus colegas, não reclamam de estresse por excesso de informação,
conseguem proezas como almoçar em casa e aproveitam os recursos da tecnologia para se informar e se divertir.
Segundo Sandra Moreira, gerente de desenvolvimento de talentos humanos da Manager Assessoria em RH, há dois tipos de
executivos. Um é o típico estressado, que convive com a tecnologia
mas reclama dela, acumulando
todo tipo de informação, sem utilizá-la adequadamente.
Esse profissional se sobrecarrega por causa da má utilização dos
equipamentos e não consegue ter
tempo para a equipe e para formular estratégias de ação.
"O outro é o que usa a tecnologia a serviço da informação, conseguindo tirar proveito dela para
dinamizar o seu dia."
Um exemplo desse perfil é o do
consultor de carreiras Rubens Gimael. Apesar da correria do dia-a-dia, entre reuniões, ligações telefônicas e textos especializados em
sua área de atuação, Gimael afirma que sempre lê romances.
Também diz ser essencial o contato com a família para aguentar a
maratona de 10 a 12 horas de trabalho por dia. Por isso não dispensa o almoço em casa pelo menos duas vezes por semana.
"O importante é saber utilizar as
ferramentas, e não ser utilizado
por elas", diz. Segundo ele, a melhor forma de fazer isso é julgar e
refletir sobre as informações realmente úteis. "Quem compra a
idéia de que a quantidade é fundamental tem um problema grave. O importante é saber o que é
descartável e o que é verdadeiro."
Outro caso de executivo que diz
conviver bem com os acessórios
eletrônicos é o do diretor-geral da
firma de soluções empresariais
Metha Quality, Rogério Lipper,
que acha que os aparelhos de fax,
computadores, micros de mão e
outros equipamentos são fundamentais para a qualidade dos serviços que presta, por facilitar as
negociações, a coleta de dados e a
comunicação com o cliente.
Ele conta que frequentemente
utiliza, ao mesmo tempo, o telefone (para fazer ligações importantes), o micro de mão (para redefinir a agenda) e o computador (para enviar e receber e-mail e fax).
"Sempre afirmo que é fundamental não se esquecer de que são
as pessoas que comandam a tecnologia. Ela é só um meio de alcançar o objetivo final, e nunca o
objetivo em si", afirma.
Usuário de notebook, micro de
mão, fax, celular, pager e computador desktop, Paulo Faria, presidente da Avanade -empresa da
Andersen Consulting e da Microsoft que atua na área de informática corporativa-, diz que o segredo para estar informado sem se
perder no excesso de dados é planejar o que fazer todo dia.
"Primeiro, classifico tudo o que
quero ler. Depois, procuro ver o
horário do dia mais adequado para isso: à noite, no avião ou a caminho da empresa", afirma.
O executivo diz ler, no mínimo,
dois jornais diários, duas revistas
semanais de negócios e duas revistas internacionais mensais,
além de receber diariamente mais
de cem e-mails em seu notebook.
"Se não me organizasse, passaria o dia todo só lendo e respondendo os e-mails." Faria procura
ler apenas o que considera realmente importante no momento,
separando o que pode ser potencialmente interessante para outra
ocasião. "O melhor dessa conectividade moderna é que somos nós
que a controlamos. Podemos estabelecer quando queremos ser
encontrados ou não", diz.
O analista de pesquisas Waldir
Arévolo descobriu na tecnologia
utilidades não só para a sua vida
profissional. Como viaja com frequência, gravou no notebook vozes e fotos do filho e da mulher,
para matar a saudade. "Sempre
encontro uma utilidade interessante para a tecnologia", afirma.
Arévolo conta que não se separa
do celular e do notebook. "Eles
me acompanham onde for e facilitam bastante meu dia-a-dia.
Posso resolver problemas de
clientes em qualquer lugar e consigo programar minha semana,
decidindo quando vou trabalhar
em casa ou no escritório."
A tecnologia pode até ser uma
ameaça ou uma fonte de estresse,
mas para os que conseguem assimilar seus efeitos sem traumas,
acaba se tornando estilo de vida.
Alexandre Campos, administrador de fundos do ING Investment Management também não
economiza em tecnologia.
"Sempre compro rápido e, se
não uso depois, vendo, troco, ou
dou de presente. Nunca deixo nada encostado", declara.
Ele usa o mesmo equipamento
para organizar o trabalho e a vida
pessoal. "Sem sair do lugar, dá para resolver quase tudo, desde
comprar comida para o cachorro
e pagar uma conta até enviar relatórios para a empresa."
Marcelo Maia, gerente de marketing da IBM, não vive sem seus
novos aparelhos, como micro de
mão e notebook.
"A tecnologia proporciona mais
tempo livre para a família e para
mim", diz.
Colaborou Paula Lago, da Reportagem
Local
Texto Anterior: E-commerce: Empresa erra ao subestimar o mundo real Próximo Texto: Tensão: Escritórios portáteis podem roubar tempo Índice
|