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NÓS, ROBÔS
Equipes de todo o mundo vão aos EUA e máquinas viram gladiadores; disputa teve representante nacional
Brasileiros encaram rinha de autômatos
DA REPORTAGEM LOCAL
Rinhas de animais, como galos
ou cachorros, além de politicamente incorretas, são crimes. Os
pobres bichos, quando têm sorte,
saem apenas feridos.
Mas no universo dos robôs também existem rinhas. São os campeonatos de lutas de robô. A vantagem é que, se o perdedor sair literalmente quebrado, ele não sentirá dor e ainda por cima poderá
ser consertado.
A edição 2005 de uma das mais
importantes competições mundiais do tipo, a Robolympics
(www.robolympics.net), terminou no último domingo.
O torneio foi realizado na universidade estadual de San Francisco (EUA). Representantes de
12 países disputaram 46 modalidades. O público delirou com as
lutas, mas também prestigiou jogos de futebol, disputas de tiro ao
alvo e corridas.
Entre os lutadores da categoria
meio-pesado, era possível ver um
robô cuja arma de ataque era uma
hélice. Seus criadores o batizaram
de Crap.
Crap foi idealizado, projetado e
construído por um grupo de estudantes da Escola de Engenharia
Mauá (www.maua.br). Representaram a equipe de engenheiros-competidores, batizada de
Soh Toskeira, os alunos Thacia
Frank e Paulo Lenz, além do engenheiro Ricardo Doll, formado na
faculdade em 2004. Também
compõem a equipe os estudantes
de mecatrônica Marcelo Conrrallo, Leandro Bortoletto, Rafael
Gianesi e Rodrigo Siqueira.
É claro que eles tiveram ajuda
para viabilizar o projeto, que custou cerca de R$ 5.000. Graças a uma parceria
com o Instituto Mauá de Tecnologia, com a NSK Motion & Control
e com a Delphi Automotive
Systems, eles puderam equipar
Crap com um motor de 3 CV de
potência que aciona a hélice de 6
kg a uma velocidade de 2.000 rotações por minuto. Essa é a principal arma dele.
"Crap é uma palavra que pode
ser traduzida como "tosco", como
falamos no Brasil. Mas é apenas
uma brincadeira, pois esse está
super bem feito", afirmou à Folha
Thacia Frank.
Mesmo assim, ele não chegou à
competição com status de favorito, como Max Wedge, o robô da
equipe Rotordesign (www.rotordesign.com), que não possui armas como hélices ou serras, mas
sua estrutura utiliza titânio, aço e
policarbonato, materiais resistentes que dificilmente sofrem danos
com os ataques adversários.
Crap voltou inteiro para o Brasil, mas não foi muito longe. Após
duas lutas, um problema no cristal, parte responsável pelos sinais
de controle, impediu que ele fosse
adiante na disputa.
Aparentemente, Max Edge iria
confirmar seu favoritismo, mas o
robô da equipe Team Attitude,
também dos EUA, levou a melhor
na final, ficando com o título.
Calendário nacional
Brasileiros podem pensar que
nunca poderão acompanhar de
perto um torneio de robôs.
Estão errados. O calendário nacional é repleto de eventos do tipo. Um dos próximos é o Winter
Challenge, que acontecerá em
Campos do Jordão, no interior do
Estado de São Paulo.
O internauta confere a agenda
de competições no site Guerra de
Robôs (www.guerraderobos.com.br). No endereço, há fotos e
vídeos dos participantes das competições já realizadas.
Também está em destaque a lista das equipes brasileiras, com as
principais informações de cada
uma delas, inclusive dados sobre
os integrantes e as fotos das estrelas das competições, os robôs.
(FERNANDO BADÔ)
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