São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 2000


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DÚVIDAS

Ações
Dividendos distribuídos por empresas prescrevem após o prazo de cinco anos
"Meu marido morreu há dez anos e me deixou como herança 58.705 ações da Companhia Assam de Hotéis Eldorado, adquiridas em 1987, e 1,834 milhão de ações ordinárias nominativas do Banco Bandeirantes de Investimentos, compradas em 1978. Gostaria de saber se consigo vender esses papéis hoje e se ainda posso receber os dividendos distribuídos aos acionistas nesse período." (Vilma Fernandes Cardia, SP)
Resposta: Por lei, os dividendos não reclamados num período de cinco anos prescrevem. Isso significa que a investidora não teria direito aos dividendos distribuídos num prazo superior a esse.
Como a Hotéis Eldorado teve prejuízo de 95 até hoje, a investidora não tem também nenhum dividendo a receber relativo aos últimos cinco anos.
Quanto à venda dos papéis, Vilma pode procurar uma corretora de valores.
O papel Hotéis Eldorado é negociado num mercado de menor liquidez e informalidade, chamado mercado de balcão.
Na corretora, ela poderá verificar o preço do papel. (Departamento de relações com investidores da Companhia Assam de Hotéis Eldorado)
Nos registros do Banco Bandeirantes não consta o nome de referida pessoa e nenhum acionista com o número mencionado de ações.
O que pode ter ocorrido: a) que a cautela seja ao portador e que nunca nos tenha sido enviada para conversão, ou também que nunca tenha sido apresentado alvará judicial de transferência do nome do falecido para a esposa ou sentença passando essas ações para seu patrimônio (cabe esclarecer que hoje as ações são escriturais, porém todas nominativas); b) que, como em 1978 as cautelas ao portador eram emitidas com o capital do Banco Bandeirantes daquela época, a pessoa esteja confundindo esse valor (relativo ao capital) com o número de ações que realmente possui.
O que ela pode fazer neste momento: apresentar a(s) cautela(s) na instituição para atualização do proprietário e trazer a sentença homologada do inventário que transfere as ações do falecido para ela; após a atualização das cautelas junto ao nosso departamento de acionistas, procurar uma corretora de valores, se ela quiser vender as ações. Estamos sempre à disposição dos acionistas para quaisquer esclarecimentos. (Banco Bandeirantes)

IMÓVEL
Investidor não sabe se aplica ou financia
"Gostaria de adquirir um imóvel no valor de R$ 135 mil. Atualmente, possuo R$ 35 mil aplicados em fundos DI. Tenho possibilidade de guardar de R$ 1.000 a R$ 1.500 ao mês. O que é melhor fazer: continuar aplicando ou dar o valor como entrada e financiar o restante?" (Patrícia, por e-mail)
Resposta: A primeira possibilidade seria a permanência no fundo DI. Você poderia aplicar mensalmente R$ 1.500 a uma taxa real de juros (descontada a inflação) em torno de 7% ao ano. Contando com os recursos já existentes, de R$ 35 mil, em um prazo aproximado de 54 meses você obteria o montante de R$ 135 mil desejados para comprar o imóvel.
Nesse caso, é preciso alertar que ao final dos 54 meses o imóvel poderá apresentar um valor diferente de R$ 135 mil. Já se você optar pelo financiamento (a uma taxa média de mercado de TR mais 12% ao ano), dando uma entrada de R$ 35 mil, seriam necessários aportes mensais de aproximadamente R$ 2.500 para ao final do mesmo prazo (54 meses) obter o valor necessário. (Leandro Bren Vianna, gerente de informações da Sul América Investimentos)

LONGO PRAZO
Ações e renda fixa são alternativas
"Não tenho disciplina para economizar para uma compra futura, mas quero imobilizar meu dinheiro por um longo período. Peço sugestão de aplicações rentáveis diferentes de imóveis." (Aquiles Campagnaro)
Resposta: O leitor não deixa claro seu objetivo. Portanto, assumiremos duas hipóteses: primeiro, que ele não pretende investir sempre, mas está disposto a manter o dinheiro aplicado por longo prazo. Segundo, como a expressão longo prazo é relativa, sugerimos mais duas possibilidades. Se a intenção for deixar os recursos aplicados pelo período de um a três anos, uma opção é investir 80% em fundos de renda fixa e 20% em fundos de renda variável. Se o dinheiro puder ficar indisponível por mais de três anos, pode-se investir de 30% a 40% em renda variável (de acordo com a disposição ao risco). Portanto, de 60% a 70% do dinheiro ficariam em fundos de renda fixa. Nas duas aplicações, as perspectivas de rentabilidade são superiores à dos imóveis. Algumas empresas distribuem dividendos maiores que a média do mercado. Investir nelas -ou em fundos que busquem companhias como essas- significa uma eventual renda semestral (ou anual), além da valorização do patrimônio. (Gilberto Poso, da Lloyds TSB Asset Management)

IMÓVEIS
Pagamento de dívida imobiliária deve vir antes de opção por investimento
"Preciso saldar uma dívida de compra de imóvel daqui a 20 meses. O valor corrigido equivale a R$ 40 mil. Hoje tenho R$ 20 mil. Gostaria de saber qual a melhor aplicação para esses R$ 20 mil, durante os 20 meses, e qual deve ser meu desembolso mensal para que eu consiga atingir esse valor." (Rogério Sampaio Gilberti)
Resposta: Provavelmente, a melhor aplicação para os R$ 20 mil de que o leitor dispõe corresponde à liquidação parcial do financiamento imobiliário. Isso porque é mais provável que a taxa usada para corrigir o valor do empréstimo seja superior aos ganhos que podem ser obtidos nas aplicações de renda fixa. De qualquer forma, se o leitor realmente preferir manter seus recursos aplicados e quitar a dívida somente daqui a 20 meses, a melhor alternativa é procurar um fundo de renda fixa para investir. Nesse tipo de aplicação, o dinheiro, com objetivo claro, corre baixo risco. A recomendação é de que o investimento mensal mínimo seja de aproximadamente R$ 750,00. Nessas condições, será possível chegar juntar os R$ 40 mil no período mencionado pelo investidor. (Gilberto Poso, diretor da Lloyds TSB Asset Management)

APLICAÇÃO

"Quanto eu consigo se aplicar em DI?"
"Quanto dinheiro eu acumularia em 20 anos se eu aplicasse todo mês num fundo DI ou renda fixa o valor de R$ 190?" (Eduardo, por e-mail)
Resposta: Se prevalecer o atual cenário positivo no país- com a inflação sob controle, equilíbrio nas contas públicas, crescimento do PIB nacional e a expectativa de bons resultados para as empresas- seria plausível acreditar em uma taxa real de juros em torno de 7%.
Assim sendo, ao aplicar R$ 190 ao longo dos próximos 20 anos o total acumulado seria de aproximadamente R$ 98,5 mil. Caso esse cenário não se confirme, o montante final poderá apresentar substancial modificação, dependendo da inflação e da taxa de juros nominal no período. (Leandro Bren Vianna, gerente de informações da Sul América Investimentos)


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