São Paulo, Segunda-feira, 30 de Agosto de 1999
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MERCADOS
Oscilação do dólar e da Bolsa esta semana vai refletir o orçamento do governo para o próximo ano
Aumenta o risco do câmbio e das ações


da Redação

O governo deve encaminhar ao Congresso Nacional, nos próximos dias, seu orçamento para o ano 2000. A previsão dos gastos do governo para o próximo ano pode sacolejar suas aplicações no curto prazo. Dólar e Bolsa são os mercados mais sensíveis.
Se o orçamento estiver dentro da austeridade fiscal desejada, esses mercados devem refletir otimismo, a Bolsa registrando altas e o dólar, queda. Mas, se os gastos estiverem acima das expectativas, o movimento será inverso.
Para quem tem dívidas em dólar, os analistas recomendam buscar uma proteção contra as flutuações, o chamado "hedge cambial". Para quem não tem dívidas, o dólar passou a ser mais uma alternativa de aplicação de risco e tem despertado o apetite em alguns investidores mais agressivos. Tanto que a oferta de produtos cambiais vem aumentando.
A proteção cambial pode ser obtida de algumas formas, ainda que nenhuma seja perfeita. Os fundos cambiais são os mais populares. "Mas é importante checar o que há dentro das carteiras desses fundos", diz Marcelo Peano, diretor da UAM (Unibanco Asset Management).
Quanto mais curto for a duração dos papéis que o fundo tiver em carteira, melhor será a proteção. Isso ocorre porque esses papéis são títulos de renda fixa prefixados com correção cambial. Assim, se há uma desvalorização no câmbio, o papel acompanha, mas pode perder com o movimento dos juros. Se as taxas sobem, por ser um papel prefixado, perdem e, quanto maior a duração do papel, maior será a perda.
O ouro é outra opção de "hedge cambial", pois é um ativo dolarizado, mas apenas no curto prazo. No longo prazo, corre o risco do preço do metal no mercado internacional, que, nos últimos anos, só tem caído. Na Bolsa, você também pode encontrar proteção cambial comprando ações de grandes e boas empresas exportadoras. Elas têm a receita em dólar e o preço de suas ações tendem a subir com o dólar em alta.
O Fiex (fundo de investimento no exterior) também é uma aplicação dolarizada. São fundos que aplicam em papéis da dívida externa brasileira. Correm o risco desses papéis, que podem sofrer com uma deterioração do risco Brasil.
Nas próximas semanas, outras instituições devem lançar produtos dolarizados. O CCF lançará, hoje, um fundo Fiex que concentra sua carteira em IDU (papel que corresponde aos juros não pagos e renegociados). São papéis que pagam, atualmente, uma taxa, em dólar, de 12% ao ano. Como o vencimento do papel está próximo, sua oscilação diminui, o que o torna uma opção atraente a quem quer aplicações em dólar.


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