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MERCADOS
Oscilação do dólar e da Bolsa esta semana vai refletir o orçamento do governo para o próximo ano
Aumenta o risco do câmbio e das ações
da Redação
O governo deve encaminhar ao
Congresso Nacional, nos próximos dias, seu orçamento para o
ano 2000. A previsão dos gastos
do governo para o próximo ano
pode sacolejar suas aplicações no
curto prazo. Dólar e Bolsa são os
mercados mais sensíveis.
Se o orçamento estiver dentro
da austeridade fiscal desejada, esses mercados devem refletir otimismo, a Bolsa registrando altas e
o dólar, queda. Mas, se os gastos
estiverem acima das expectativas,
o movimento será inverso.
Para quem tem dívidas em dólar, os analistas recomendam buscar uma proteção contra as flutuações, o chamado "hedge cambial". Para quem não tem dívidas,
o dólar passou a ser mais uma alternativa de aplicação de risco e
tem despertado o apetite em alguns investidores mais agressivos. Tanto que a oferta de produtos cambiais vem aumentando.
A proteção cambial pode ser
obtida de algumas formas, ainda
que nenhuma seja perfeita. Os
fundos cambiais são os mais populares. "Mas é importante checar o que há dentro das carteiras
desses fundos", diz Marcelo Peano, diretor da UAM (Unibanco
Asset Management).
Quanto mais curto for a duração dos papéis que o fundo tiver
em carteira, melhor será a proteção. Isso ocorre porque esses papéis são títulos de renda fixa prefixados com correção cambial. Assim, se há uma desvalorização no
câmbio, o papel acompanha, mas
pode perder com o movimento
dos juros. Se as taxas sobem, por
ser um papel prefixado, perdem e,
quanto maior a duração do papel,
maior será a perda.
O ouro é outra opção de "hedge
cambial", pois é um ativo dolarizado, mas apenas no curto prazo.
No longo prazo, corre o risco do
preço do metal no mercado internacional, que, nos últimos anos,
só tem caído. Na Bolsa, você também pode encontrar proteção
cambial comprando ações de
grandes e boas empresas exportadoras. Elas têm a receita em dólar
e o preço de suas ações tendem a
subir com o dólar em alta.
O Fiex (fundo de investimento
no exterior) também é uma aplicação dolarizada. São fundos que
aplicam em papéis da dívida externa brasileira. Correm o risco
desses papéis, que podem sofrer
com uma deterioração do risco
Brasil.
Nas próximas semanas, outras
instituições devem lançar produtos dolarizados. O CCF lançará,
hoje, um fundo Fiex que concentra sua carteira em IDU (papel
que corresponde aos juros não
pagos e renegociados). São papéis
que pagam, atualmente, uma taxa, em dólar, de 12% ao ano. Como o vencimento do papel está
próximo, sua oscilação diminui, o
que o torna uma opção atraente a
quem quer aplicações em dólar.
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