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OUTRO LADO
Venceslau
diz que não
"entregou"
da Redação
O economista Paulo de Tarso Venceslau disse à Folha que
vai processar Emiliano José, o
autor de "Carlos Marighella -
O Inimigo Número Um da Ditadura Militar".
"Nem gostaria de ler esse livro, mas vou ter que lê-lo para
poder processá-lo", disse
Venceslau, que é citado na
obra como sendo a pessoa
"que abriu o esquema dos padres". O "esquema dos padres" seria a participação de
frades dominicanos no grupo
de Marighella, a ALN. Segundo o livro, após ser muito torturado, Venceslau acabou entregando os nomes dos frades.
"Essa versão é absurda! Como pode? Ele publica um livro
me acusando e nem me ouve?", questiona o economista.
Além disso, completa Venceslau, o livro foi escrito em
pouco tempo. "Como pode
alguém escrever uma obra sobre um dos maiores personagens da história do Brasil em
apenas seis meses?"
Segundo o economista, naqueles dias -novembro de
69-, ele foi preso, torturado e
entregou alguns nomes. "Tinha um telefone do Convento
dos Dominicanos anotado no
talão de cheques. Para não entregar os dominicanos, falei
que nosso contato era o frei
Oswaldo Resende. Isso, porque eu sabia que ele estava na
França e, assim, não seria preso. Foi o que ocorreu."
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