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OLHOS NAS RUAS
17 de abril de 2009
Caro Paul
É claro que o Outside.in
não faz um trabalho
de reportagem original. Eu dei o exemplo
do Atlantic Yards para
mostrar o volume de informações já criadas sobre uma questão pública no Brooklyn. Eu
não estava me atribuindo o crédito por esses conteúdos.
Questões locais
O que acho promissor nessa
página, e em milhares de outras, é que informações estão
sendo criadas e obtidas de uma
gama diversificada de fontes,
mas são espalhadas por centenas de sites diferentes.
Embora boa parte dessas informações diga respeito explicitamente a questões hiperlocais -questões imobiliárias,
sobre escolas ou crimes-, frequentemente é difícil encontrar notícias geograficamente
próximas ao leitor.
Ajudamos os jornais a se conectarem com os blogueiros e
ajudamos estes a fazer seus artigos chegarem aos sites de
"mídia antiga".
Parte de nossas desavenças
se deve ao fato de destacarmos
tipos diferentes de engajamento cívico. Há questões maiores
-se um governador recebe
propina de uma construtora.
E há milhões de questões locais: uma proposta para fechar
uma ciclovia ou um diretor de
colégio que os pais dos alunos
querem que seja substituído.
As primeiras vêm sendo cultivadas pelos jornais há cem
anos, e as segundas têm sido insuficientemente atendidas.
É verdade que são necessárias habilidades jornalísticas
tradicionais para as questões
macro, mas, no nível hiperlocal, os verdadeiros especialistas
são as pessoas na rua.
Inovações
Acho que nós dois concordamos que o futuro desse segundo tipo de noticiário é bom. A
questão é se o primeiro poderá
ser mantido no nível que
aprendemos a esperar.
Acho que poderá, sim, mas
concordo que isso vai exigir trabalho. Temos mais participação, uma distribuição mais barata e o fim dos monopólios sobre as informações locais.
Sim, podemos ter menos jornalistas investigativos completos, mas também teremos um
aumento enorme nas pessoas
que mantêm "seus olhos voltados às ruas", nas palavras da socióloga urbana Jane Jacobs.
Com certeza deveríamos ser
capazes de aproveitar esses ingredientes e moldar um sistema mais eficaz de limites ao poder institucional.
Mesmo com os jornais em
crise, estamos assistindo a inovações sem precedentes e a novos e instigantes modelos de
criação de notícias. Seu argumento descreve muito bem o
que corremos o risco de perder
com o fim do modelo de jornalismo impresso antigo.
Eu gostaria muito de ouvir o
que você pensa que devemos
criar para tomar o lugar dele.
Steven
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