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dez anos de mais!
Conheça algumas das principais edições do caderno
desde seu primeiro número, no dia 16 de fevereiro de 1992
16/2/1992 Em sua estréia, o caderno
destacava exposição de 167 obras do
artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) em Roterdã, Paris e Barcelona,
entre outras cidades. Além do texto
do catálogo, escrito por Waly Salomão, a edição trazia ensaio de Haroldo de Campos sobre o criador do conceito de "Tropicália".
8/3/1992 O especial "O Feminismo
Abre as Pernas" fez do Dia Internacional da Mulher ocasião para tematizar as bandeiras "moralistas" -entre elas, a denúncia do "assédio sexual"- em que teria desaguado o
movimento feminista, em contradição com as promessas libertárias dos
anos 60 e 70.
31/5/1992 Pouco depois da eclosão
das denúncias que levariam ao impeachment de Fernando Collor de
Mello, o escândalo se torna o mote de
reflexões sobre o público e o privado,
em entrevista com Jean Baudrillard e
ensaios de Renato Janine Ribeiro, Roberto DaMatta e Roberto Romano.
27/6/1993 "Temos tudo para vencer", disse Tostão sobre as chances do
Brasil na Copa de 94. A entrevista
com o ex-jogador e hoje colunista da
Folha fez parte de edição especial
que, a um ano da conquista do tetra,
trazia também depoimentos dos críticos Décio de Almeida Prado e José
Lino Grünewald sobre os nexos entre
futebol e cultura.
17/10/1993 Em entrevista exclusiva,
os compositores Caetano Veloso e
Gilberto Gil faziam um balanço do
tropicalismo, revelavam detalhes sobre a gênese de músicas como "Sampa" e "Super-Homem - A Canção" e
comentavam as novas tendências da
cultura brasileira.
3/7/1994 Publicado dois dias após o
lançamento do real, o caderno trouxe ensaio do economista e cientista
político José Luiz Fiori sobre as correlações entre o projeto presidencial de
Fernando Henrique Cardoso e a cartilha neoliberal do Consenso de Washington, termo que adquiriu visibilidade no país a partir de então. A réplica do então candidato FHC sairia
na semana seguinte.
17/7/1994 De modo pioneiro na grande imprensa brasileira, o caderno deu
ampla cobertura a uma novidade
quase "bombástica" no país: a internet, rede mundial de computadores
que, de peça estratégica anti-soviética
durante a Guerra Fria, se tornaria um
dos maiores emblemas da cultura e
sociabilidade da virada do século.
30/10/1994 Um dos livros mais polêmicos dos anos 90 nos EUA, "The Bell
Curve" (A Curva do Sino), de Charles
Murray e Richard Herrnstein, propunha a tese de que a inteligência é hereditária e distribuída desigualmente
entre asiáticos, brancos e negros. O
"Mais!" trouxe análises e trechos da
então recém-lançada obra.
15/1/1995 Primeira antologia de poesia homossexual publicada na grande
imprensa, essa edição especial chegou a ser transformada em peça de
teatro e montada no Rio de Janeiro.
Trazia a tradução de poemas de, entre
outros, Federico García Lorca, Jean
Cocteau, W.H. Auden e Elizabeth Bishop.
9/7/1995 O destaque da edição foi o
artigo do historiador Robert Darnton
sobre a relação entre a literatura libertina do século 18 e os ideais do Iluminismo. Uma onda de protestos de leitores se levantou não tanto contra o
texto, mas contra a iconografia de
apoio -gravuras dos séculos 17 e 18
que traziam cenas eróticas.
8/10/1995 O destaque da edição foi o
ensaio em que o crítico literário Roberto Schwarz reavaliava a trajetória
de Fernando Henrique Cardoso a partir da experiência do "seminário do
Capital", grupo de estudos uspiano
que, tendo Schwarz e FHC entre seus
participantes, analisou, entre 1959 e
1964, a obra de Karl Marx.
8/12/1996 Em comemoração dos 40
anos do concretismo, seus três principais representantes -Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos-comentaram, em entrevista, a trajetória
do movimento, as críticas que receberam e também a situação da poesia
brasileira no presente.
22/12/1996 O "matriarcado musical"
brasileiro foi tema de um especial
que homenageava 23 das principais
intérpretes em atividade no país, como Gal Costa, Marina, Elza Soares e
Nana Caymmi.
25/5/1997 O caderno divulgou pesquisa nacional do Datafolha sobre a
"felicidade brasileira". Os resultados
revelavam uma contradição: a maioria (65%) dos entrevistados se considerava pessoalmente feliz, mas apenas 23% acreditavam que os outros
brasileiros também o fossem.
20/7/1997 Em uma das edições do
caderno que mais geraram polêmica,
o órgão genital feminino se tornou o
foco de elaboração poética por 15 escritores brasileiros, entre eles Nelson
Ascher, Arnaldo Antunes, Carlito Azevedo, Waly Salomão e Rubens Rodrigues Torres Filho.
12/4/1998 Como mostrava esse número, a "modernidade" tucana teve
entre seus efeitos, nos primeiros
anos do Plano Real, um boom de consumo de TVs, aparelhos de som e CDs
pelas classes mais baixas -o que fez
do pagode, da "bunda music" e das
baixarias televisivas os principais
motores da indústria cultural no período.
20/9/1998 Carecas de rabinho e patins, flácidos tatuados, avôs surfe-praianos: essas, segundo Contardo
Calligaris, são algumas das figurações do "adultescente" -pessoa
que, mesmo tendo já passado do limiar dos 30 ou dos 40, mantém os
olhos no retrovisor, imitando atitudes "teen". Também Nicolau Sevcenko, Maria Rita Kehl e Renato Mezan
discutiram o tema.
24/1/1999 Um dos piores momentos
do governo FHC, a crise cambial que
enterrou o modelo do "real forte" foi
tema do especial "Caindo na Real",
coletânea de ensaios dos cientistas
políticos Gabriel Cohn, José Luís Fiori
e Wanderley Guilherme dos Santos e
do economista Celso Furtado, entre
outros.
1/8/1999 O "jardim de caminhos que
se bifurcam" legado pelo escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1984)
foi revisitado nessa edição especial sobre o centenário do seu nascimento.
Em verbetes de A a Z, temas centrais
da obra borgiana foram discutidos
por nomes como o filósofo Newton da
Costa e a crítica Leyla Perrone-Moisés.
12/12/1999 Circula a primeira edição
do "Mais!" em formato tablóide. Na
estréia, o destaque foi um ensaio em
que Contardo Calligaris relia o conceito de "homem cordial" (Sérgio Buarque de Holanda) à luz da "vulgaridade" das elites brasileiras .
23/7/2000 Fugindo ao bordão da "decadência" da literatura brasileira nos
anos 90, a crítica Flora Süssekind não
só revaloriza obras do período, mas
também as relaciona ao tipo de inserção do país na nova ordem global e às
tendências estéticas de outras artes.
27/8/2000 Uma entrevista exclusiva,
artigo inédito de Caetano Veloso e
uma homenagem feita por Federico
Fellini compunham esse especial sobre Pina Bausch, uma das principais
coreógrafas do século 20, que viria ao
Brasil em dezembro daquele ano.
31/12/2000 Este "guia para entender
o futuro" trazia, em forma de verbetes de A a Z, a reflexão de especialistas
como Laymert Garcia dos Santos, Luiz
Felipe de Alencastro e Silviano Santiago sobre as perspectivas para o novo
milênio em áreas diversas do saber e
da vida social -da sexualidade à violência, da democracia à genética.
29/4/2001 Um dos principais cientistas brasileiros, o zoólogo e compositor
Paulo Vanzolini discutiu com Drauzio
Varella, nessa edição, os bastidores da
biologia do século 20 no país e no
mundo.
9/9/2001 O caderno chega à edição
de número 500. Em destaque, uma
carta inédita de Thomas Mann criticando o nazismo e um artigo do historiador Eric Hobsbawm sobre os riscos
para a democracia no século 21, decorrentes da crise do Estado-nação e da
crescente percepção popular, sobretudo na América Latina, de que eleições livres não conseguiram assegurar o bem-estar social.
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