São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2002

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dez anos de mais!

Conheça algumas das principais edições do caderno desde seu primeiro número, no dia 16 de fevereiro de 1992

16/2/1992 Em sua estréia, o caderno destacava exposição de 167 obras do artista plástico Hélio Oiticica (1937-1980) em Roterdã, Paris e Barcelona, entre outras cidades. Além do texto do catálogo, escrito por Waly Salomão, a edição trazia ensaio de Haroldo de Campos sobre o criador do conceito de "Tropicália".

8/3/1992 O especial "O Feminismo Abre as Pernas" fez do Dia Internacional da Mulher ocasião para tematizar as bandeiras "moralistas" -entre elas, a denúncia do "assédio sexual"- em que teria desaguado o movimento feminista, em contradição com as promessas libertárias dos anos 60 e 70.

31/5/1992 Pouco depois da eclosão das denúncias que levariam ao impeachment de Fernando Collor de Mello, o escândalo se torna o mote de reflexões sobre o público e o privado, em entrevista com Jean Baudrillard e ensaios de Renato Janine Ribeiro, Roberto DaMatta e Roberto Romano.

27/6/1993 "Temos tudo para vencer", disse Tostão sobre as chances do Brasil na Copa de 94. A entrevista com o ex-jogador e hoje colunista da Folha fez parte de edição especial que, a um ano da conquista do tetra, trazia também depoimentos dos críticos Décio de Almeida Prado e José Lino Grünewald sobre os nexos entre futebol e cultura.

17/10/1993 Em entrevista exclusiva, os compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil faziam um balanço do tropicalismo, revelavam detalhes sobre a gênese de músicas como "Sampa" e "Super-Homem - A Canção" e comentavam as novas tendências da cultura brasileira.

3/7/1994 Publicado dois dias após o lançamento do real, o caderno trouxe ensaio do economista e cientista político José Luiz Fiori sobre as correlações entre o projeto presidencial de Fernando Henrique Cardoso e a cartilha neoliberal do Consenso de Washington, termo que adquiriu visibilidade no país a partir de então. A réplica do então candidato FHC sairia na semana seguinte.

17/7/1994 De modo pioneiro na grande imprensa brasileira, o caderno deu ampla cobertura a uma novidade quase "bombástica" no país: a internet, rede mundial de computadores que, de peça estratégica anti-soviética durante a Guerra Fria, se tornaria um dos maiores emblemas da cultura e sociabilidade da virada do século.

30/10/1994 Um dos livros mais polêmicos dos anos 90 nos EUA, "The Bell Curve" (A Curva do Sino), de Charles Murray e Richard Herrnstein, propunha a tese de que a inteligência é hereditária e distribuída desigualmente entre asiáticos, brancos e negros. O "Mais!" trouxe análises e trechos da então recém-lançada obra.

15/1/1995 Primeira antologia de poesia homossexual publicada na grande imprensa, essa edição especial chegou a ser transformada em peça de teatro e montada no Rio de Janeiro. Trazia a tradução de poemas de, entre outros, Federico García Lorca, Jean Cocteau, W.H. Auden e Elizabeth Bishop.

9/7/1995 O destaque da edição foi o artigo do historiador Robert Darnton sobre a relação entre a literatura libertina do século 18 e os ideais do Iluminismo. Uma onda de protestos de leitores se levantou não tanto contra o texto, mas contra a iconografia de apoio -gravuras dos séculos 17 e 18 que traziam cenas eróticas.

8/10/1995 O destaque da edição foi o ensaio em que o crítico literário Roberto Schwarz reavaliava a trajetória de Fernando Henrique Cardoso a partir da experiência do "seminário do Capital", grupo de estudos uspiano que, tendo Schwarz e FHC entre seus participantes, analisou, entre 1959 e 1964, a obra de Karl Marx.

8/12/1996 Em comemoração dos 40 anos do concretismo, seus três principais representantes -Décio Pignatari, Haroldo e Augusto de Campos-comentaram, em entrevista, a trajetória do movimento, as críticas que receberam e também a situação da poesia brasileira no presente.

22/12/1996 O "matriarcado musical" brasileiro foi tema de um especial que homenageava 23 das principais intérpretes em atividade no país, como Gal Costa, Marina, Elza Soares e Nana Caymmi.

25/5/1997 O caderno divulgou pesquisa nacional do Datafolha sobre a "felicidade brasileira". Os resultados revelavam uma contradição: a maioria (65%) dos entrevistados se considerava pessoalmente feliz, mas apenas 23% acreditavam que os outros brasileiros também o fossem.

20/7/1997 Em uma das edições do caderno que mais geraram polêmica, o órgão genital feminino se tornou o foco de elaboração poética por 15 escritores brasileiros, entre eles Nelson Ascher, Arnaldo Antunes, Carlito Azevedo, Waly Salomão e Rubens Rodrigues Torres Filho.

12/4/1998 Como mostrava esse número, a "modernidade" tucana teve entre seus efeitos, nos primeiros anos do Plano Real, um boom de consumo de TVs, aparelhos de som e CDs pelas classes mais baixas -o que fez do pagode, da "bunda music" e das baixarias televisivas os principais motores da indústria cultural no período.

20/9/1998 Carecas de rabinho e patins, flácidos tatuados, avôs surfe-praianos: essas, segundo Contardo Calligaris, são algumas das figurações do "adultescente" -pessoa que, mesmo tendo já passado do limiar dos 30 ou dos 40, mantém os olhos no retrovisor, imitando atitudes "teen". Também Nicolau Sevcenko, Maria Rita Kehl e Renato Mezan discutiram o tema.

24/1/1999 Um dos piores momentos do governo FHC, a crise cambial que enterrou o modelo do "real forte" foi tema do especial "Caindo na Real", coletânea de ensaios dos cientistas políticos Gabriel Cohn, José Luís Fiori e Wanderley Guilherme dos Santos e do economista Celso Furtado, entre outros.

1/8/1999 O "jardim de caminhos que se bifurcam" legado pelo escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1984) foi revisitado nessa edição especial sobre o centenário do seu nascimento. Em verbetes de A a Z, temas centrais da obra borgiana foram discutidos por nomes como o filósofo Newton da Costa e a crítica Leyla Perrone-Moisés.

12/12/1999 Circula a primeira edição do "Mais!" em formato tablóide. Na estréia, o destaque foi um ensaio em que Contardo Calligaris relia o conceito de "homem cordial" (Sérgio Buarque de Holanda) à luz da "vulgaridade" das elites brasileiras .

23/7/2000 Fugindo ao bordão da "decadência" da literatura brasileira nos anos 90, a crítica Flora Süssekind não só revaloriza obras do período, mas também as relaciona ao tipo de inserção do país na nova ordem global e às tendências estéticas de outras artes.

27/8/2000 Uma entrevista exclusiva, artigo inédito de Caetano Veloso e uma homenagem feita por Federico Fellini compunham esse especial sobre Pina Bausch, uma das principais coreógrafas do século 20, que viria ao Brasil em dezembro daquele ano.

31/12/2000 Este "guia para entender o futuro" trazia, em forma de verbetes de A a Z, a reflexão de especialistas como Laymert Garcia dos Santos, Luiz Felipe de Alencastro e Silviano Santiago sobre as perspectivas para o novo milênio em áreas diversas do saber e da vida social -da sexualidade à violência, da democracia à genética.

29/4/2001 Um dos principais cientistas brasileiros, o zoólogo e compositor Paulo Vanzolini discutiu com Drauzio Varella, nessa edição, os bastidores da biologia do século 20 no país e no mundo.

9/9/2001 O caderno chega à edição de número 500. Em destaque, uma carta inédita de Thomas Mann criticando o nazismo e um artigo do historiador Eric Hobsbawm sobre os riscos para a democracia no século 21, decorrentes da crise do Estado-nação e da crescente percepção popular, sobretudo na América Latina, de que eleições livres não conseguiram assegurar o bem-estar social.



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