São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

+ DEPOIMENTOS

Nas últimas décadas a cultura, entendida como um campo interdisciplinar em que interagem as artes, a ciência e a teoria, se tornou o foco catalisador da experiência humana. A razão disso é que a maior mudança dos tempos atuais é a rapidez, intensidade e amplitude com que as mudanças ocorrem. Nenhum cânone ou sistema fixo de idéias dá conta dessa escala de transformações. As corporações patrocinam as artes; para os Estados, o investimento estratégico é a educação; para a sociedade civil, as prioridades da gestão pública passam a ser a transparência e o acesso à informação. Hoje a luta política se trava no espaço multipolarizado da cena cultural. A luta pela democracia e justiça se fortalece pela multiplicação da inteligência crítica. Quando o Mais! surgiu veio cumprir um papel importante. Dez anos depois, essa relevância é ainda maior.

Nicolau Sevcenko é professor de história na USP.

Para mim, o Mais! é um caderno no qual leio as coisas além do meu interesse imediato, coisas bem escritas e aprofundadas sobre as quais eu normalmente não iria ler.

Andrew Simpson é geneticista do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer.

Vivendo no Reino Unido, não tenho a possibilidade de acompanhar o Mais! com a regularidade que gostaria. Mas sempre que posso o leio com satisfação. O suplemento dosa bem temas brasileiros com questões internacionais, contando com colaboradores de prestígio em ambos os sentidos. Para mim é um bom recurso para me manter atualizado sobre a cena cultural do Brasil.

John Gledson é crítico literário inglês.

Quanto "Mais!", melhor. Há suplementos e suplementos. Uns são sentenciosos, outros são sinuosos. Uns são provincianos, outros são cosmopolitas. Mais! é simplesmente mais. De tal modo que, no seu desempenho cotidiano, ele logo se desprendeu do designativo suplemento. Ele nem suplementa nem complementa. Ele recolhe, reprograma, aponta, não raro se antecipa. O Brasil, o seu projeto mais ou menos histórico, tem sido beneficiário dessa interpelação certeira e tenaz, que o Mais! nos entrega semanalmente.

Eduardo Portella é presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

Contando com uma editoria inteligente e afinada com os movimentos culturais mundiais, o Mais! vem contribuindo para elevar o debate nacional nas mais variadas áreas do conhecimento.

Glaci Zancan é presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.

No Brasil, entende-se a cultura sobretudo como um ornamento que enfeita os salões. O colapso da escola pública, o impasse vivido pelas universidades federais e o desinteresse pelos museus públicos são sintomas desse entendimento. Ao contrário, o Mais! é importante porque, além de estimular a produção intelectual e artística, abre espaço para sua crítica: a opção pela cultura entendida como exercício crítico.

João Cezar de Castro Rocha é professor de literatura comparada na Universidade Estadual do Rio.

A idéia que tenho do Mais! me vem do fato de que muitas vezes vejo antigos números sendo vendidos em bancas de jornal e até em livrarias. O caderno é um dos poucos em que os debates sobre temas atuais e questões de fronteira das diversas ciências e da filosofia ganham um tratamento que vale a pena ser conservado. Talvez por isso mesmo fosse interessante se suas páginas se abrissem mais para manifestações culturais regionais, como por exemplo alguns movimentos literários no norte do país.

Newton Bignotto é professor de filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais.



Texto Anterior: + depoimentos
Próximo Texto: + depoimentos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.