São Paulo, domingo, 19 de janeiro de 2003 |
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+ música O BOM e VELHO RoCK AND RoLL
Cantor e compositor comenta história do estilo musical que esmiúça os bastidores de três décadas de showbiz
Lobão especial para a Folha
Quando fui convidado a fazer
este texto, confesso que relutei um pouco. Estava em
plena imersão na obra do
Proust, no meio de uma das suas biografias. E me vem pela frente esse tal
de rock and roll que quase sempre me
deixa meio desconfiado, meio com o
pé atrás.
Pois bem, aceitei o desafio, fechei o
Proust e caí dentro do "Rock and Roll
- Uma História Social" (ed. Record),
do norte-americano Paul Friedlander.
Começo percebendo que o livro
saiu aqui no Brasil meio atrasado (foi
publicado originalmente em 1996) e,
com isso, perdemos praticamente
uma década, já que a saga do livro termina antes do "grunge" de Seattle, ficando também de fora toda a cena
eletrônica, o "trip hop", as "boys
bands", o nu metal, a internet e a pirataria.
O livro inicia com um tom meio didático (o que na verdade, no final, não
fica ruim) e vai direto para uma reconstituição de três décadas de rock
pop por meio da biografia dos seus
principais ícones, seguida de comentários e fatos que acabam por costurar
todo o livro.
O bacana da parada é perceber como as rádios AM e depois FM, a indústria fonográfica (oficial e independente), a MTV, as rádios piratas (comunitárias), o jabá etc. participam
ativamente de todo o processo, ora na
vanguarda -como a atuação das rádios comunitárias e das gravadoras
independentes (num dado momento,
até a MTV)-, ora no extremo controle conservador -com a indústria
fonográfica, as rádios oficiais, os empresários...-, num desfile emocionante e emocionado de ascensões e
quedas de vários astros e estrelas e
suas estreitas relações com o showbiz
e seu ritmo cruel. Lobão é músico e letrista, autor dos álbuns "A Vida É Doce" e "A Noite", entre outros. Texto Anterior: ET + cetera Próximo Texto: + brasil 503 d.C.: Homenagem a Drummond Índice |
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