São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OS ANOS REBELDES

A PARTIR DE 1970, OCIDENTE PRESENCIOU A MAIS ESPETACULAR REVOLUÇÃO DE COMPORTAMENTO SOCIAL E PESSOAL DE TODA A HISTÓRIA, A QUAL DEVE SE ACENTUAR AINDA MAIS COM O AVANÇO NAS PESQUISAS GENÉTICAS

por Eric Hobsbawm

A família é um tema sobre o qual, por motivos óbvios, não faltam opiniões, públicas ou privadas. O Google registra 368 milhões de artigos com a palavra "família" e apenas 170 milhões com "guerra". Todos os governos tentaram encorajar ou desencorajar a procriação e aprovaram leis sobre uniões e desuniões humanas.
Todas as religiões do mundo (com a possível exceção do budismo) e todas as ideologias do século 20 têm fortes convicções sobre o assunto.
O mesmo ocorre com massas de cidadãos que, de outro modo, são politicamente inativos, como indica o aumento do apoio eleitoral aos fundamentalistas religiosos. Afirmou-se de maneira plausível que "questões morais" (isto é, o aborto e o casamento homossexual) conquistaram para George W. Bush seu segundo mandato de presidente.
A paixão com que essas opiniões são defendidas é quase sempre inversamente proporcional ao conhecimento dos fatos, mesmo no próprio país do defensor: a maior parte do discurso público sobre as relações entre homens, mulheres e sua prole é ao mesmo tempo anti-histórica e profundamente provinciana.
A pesquisa comparativa de Göran Therborn sobre os sistemas familiares do mundo e as maneiras como eles mudaram (ou deixaram de mudar) ao longo do último século -em "Sexo e Poder", resultado de oito anos de intenso pensamento e pesquisa- é uma correção necessária em ambos os aspectos.
Graças a sua perspectiva global e compilação única de dados, deveria de hoje em diante ser o guia padrão sobre o assunto. Além disso, oferece os resultados às vezes surpreendentes de uma geração de pesquisas demográficas, etnográficas e sociológicas registradas em uma bibliografia de mais de 40 páginas.
Quantas pessoas sabiam, por exemplo, que até meados do século 20 o maior índice de divórcios -até 50%- se verificou entre malaios que se declaram muçulmanos; que hoje existe menos preconceito de gênero no trabalho doméstico nas cidades chinesas do que nos EUA; que o maior índice de divórcios na segunda metade do século 20 se registrou entre os principais protagonistas da Guerra Fria, EUA e Rússia; ou que a população ocidental mais sexualmente ativa é a finlandesa?
Está longe do conhecimento comum que as duas ou três décadas da metade do século 20 "foram a grande era do casamento e da sexualidade intramarital na história moderna ocidental" -em 1960, 70% das mulheres norte-americanas entre 20 e 24 anos eram casadas, contra 23% em 2000.

O não-casamento
Therborn, cujos livros anteriores incluem "European Modernity and Beyond - The Trajectory of European Societies, 1945-2000" [Modernidade Européia e Além - A Trajetória das Sociedades Européias, 1945-2000], de 1994, se ocupa aqui particularmente de três temas, todos envolvendo mudanças nos valores familiares e na prática real, embora o texto nem sempre torne fácil acompanhá-las (o empenho escandinavo de Therborn a pôr fim à "longa noite patriarcal da humanidade" não é um recurso analítico).
Dois desses temas -o declínio do patriarcalismo e o aumento do controle de natalidade- não apresentam problemas, ao contrário do terceiro, canhestramente descrito como "o papel do casamento e do não-casamento na regulação do comportamento sexual e das ligações sexuais em particular".
Apesar de alguns desenvolvimentos globais comuns, notadamente a disseminação do controle de natalidade, os padrões familiares mundiais não convergiram; o processo de "mudança familiar (...) não foi evolucionário nem unilinear".
O mundo em 1900 estava dividido a grosso modo em cinco sistemas familiares -o europeu (incluindo os assentamentos no Novo Mundo), o africano subsaariano, o asiático oriental, o asiático meridional e o asiático ocidental/norte-africano- pertencentes aos dois ramos principais que o antropólogo social Jack Goody nos ensinou a identificar: o africano e o eurasiático.
Therborn prefere uma divisão "geocultural" a uma baseada na religião, já que, no seu entender, a geocultura geralmente prevalece.
As práticas hinduístas e muçulmanas no norte da Índia são semelhantes, mas marcadamente distintas das práticas hinduístas no sul da Índia, e o cristianismo africano teve de fazer concessões práticas substanciais à poliginia africana. Os sistemas do Sudeste Asiático e mestiço americano ("creole") são "intersticiais".
No primeiro, "os rígidos patriarcalismos do confucionismo, do islamismo e do catolicismo foram atenuados pela indiferença budista por questões familiares"; e, no segundo, a conquista européia criou a curiosa combinação de patriarcalismo rígido entre os governantes, miscigenação das massas e um padrão familiar não-marital desenraizado entre os indígenas conquistados e as populações escravas importadas. A conquista imperial do Hemisfério Ocidental, sugere Therborn, produziu a primeira transformação súbita da estrutura familiar antes do século 20.
Entre os mestiços americanos, o poder masculino era machista, mais que institucional, mas a grande maioria dos sistemas familiares até o século 20 foi patriarcal, mesmo na minoria de sistemas matrilineares. Ele repousava no poder dos homens mais velhos sobre os jovens de ambos os sexos e na superioridade institucionalizada dos homens sobre as mulheres, embora a Europa, o Sudeste Asiático e a África fossem menos desfavoráveis às mulheres que outros locais.
A família européia-ocidental, lembra-nos o autor, "era de longe a menos patriarcal em um mundo muito patriarcal". Inesperadamente, as mulheres também se beneficiaram na única região de poligamia sistemática, o sul do Saara, talvez graças ao fato de a família africana ser essencialmente não-nuclear ("os parentes eram sempre mais importantes que o cônjuge") e ao reconhecimento público precoce de que o sexo é um prazer humano legítimo.
O patriarcalismo também repousava na predominância do casamento, não necessariamente indissolúvel, mesmo no Sudeste Asiático e na África, onde os matrimônios não são ritos de passagem centrais.
Therborn afirma plausivelmente que, à diferença das estruturas sociais de poder e produção, "os sistemas familiares não parecem possuir uma dinâmica intrínseca -suas mudanças são exógenas", isto é, na ausência de um estímulo externo, eles se reproduzirão.

A Cortina de Ferro
Os primeiros demógrafos do século 18 consideravam quase axiomático que em qualquer ano o número de casamentos variasse inversamente ao preço do milho. De modo mais geral, o "sistema de casamento europeu-ocidental" há muito estabelecido, que prevaleceu a oeste da linha histórica de Trieste a São Petersburgo, a "Cortina de Ferro" original, supunha que os casamentos levariam a novos lares ("neolocalidade"), o que exigia que o novo casal tivesse recursos -nas sociedades agrárias, acesso à terra.
Mas, afirma Therborn, em regiões estabelecidas, como a Europa Ocidental medieval e do início da era moderna, isso exigia sistemas de transferência de terra entre gerações, por meio da herança. Foi o que, ele sugere, levou ao sistema de casamento "ocidental" característico (depois exportado para as sociedades de outros continentes): casamentos tardios em idades variáveis, uma grande proporção de não-casados e "uma combinação de (...) informalidade sexual não-hierárquica (...) com uma ordem sexual fortemente normativa".
Por outro lado, na África, onde a maior parte da agricultura de subsistência, sem mencionar o comércio em certas partes, era desempenhada pelas mulheres, o casamento, mais que em outros lugares, foi uma forma crucial de oferta de trabalho.
Quais são os impulsos externos que provocam mudanças na família com uma rapidez histórica sem paralelo? Um tanto inesperadamente, o que Therborn se sente obrigado a explicar é a longa demora nos séculos 18 e 19 antes do rápido declínio e queda do patriarcalismo ocidental no século 20.

Capital e patriarcalismo
Não seria de esperar que a industrialização o enfraquecesse, ao separar o local de trabalho do local de residência, que a proletarização privasse os pais de poder, tanto por não terem propriedade a transmitir quanto por serem agora claramente dependentes dos donos da terra ou do capital? A urbanização não enfraqueceu a autoridade como tal? De fato, o predomínio masculino não pareceu recuar, pelo menos entre os pobres, na era da "proto-industrialização" (o que costumava ser chamado de "putting-out system" ou de produção por encomenda)?
Na verdade, a ascensão da sociedade capitalista industrial protegeu e reproduziu o patriarcalismo, no mínimo porque até a ascensão da empresa corporativa ele não foi, e ainda não poderia ser, um sistema operando basicamente, e muito menos unicamente, pela racionalidade do mercado (como ainda é o caso em muitos países). A família patriarcal não era apenas "uma pesada âncora social", mas um mecanismo essencial de empreendimento econômico.
Além disso, como demonstra a industrialização britânica no século 19, um capitalismo industrial próspero transformaria seus proletários em uma classe trabalhadora manufatureira, muito provavelmente com consciência de classe mas também cada vez mais composta de homens funcionando como provedores básicos de suas famílias. Essa se tornou "a aspiração normativa das classes trabalhadoras européias".
Talvez a surpresa de Therborn se deva em parte ao que ele considera a prioridade do argumento antipatriarcal sobre as mudanças no comportamento real, embora ele mostre que as idéias não se traduziram em ação do Estado nacional antes do século 20. Ele situa a discussão no surgimento, no Iluminismo escocês do século 18, da idéia de que a posição das mulheres na sociedade era um indicador de progresso social, embora isso ainda não significasse direitos iguais para os sexos.
Possivelmente, tinha ligações com o protestantismo radical que, com o socialismo (ateu), Therborn considera os principais desafiadores do patriarcalismo no século 19. Enquanto as revoluções Americana e Francesa não se preocuparam com a liberação das mulheres, esse seria um elemento central nas revoluções socialista e comunista.
Assim, ele vê no século 21 as principais "correntes ideológicas amplas por trás dos ataques decididos à fortaleza do patriarcalismo", como, em ordem de importância: o movimento revolucionário socialista/comunista (sobretudo por meio dos vastos efeitos e influências da Revolução Russa); os "desenvolvimentistas nacionalistas" não-ocidentais (sobretudo na Turquia); os movimentos feministas, que para ele não tiveram grande significado fora das regiões anglo-saxãs; e "um liberalismo secularizado principalmente de proveniência cristã-protestante e judia -raramente católica".
De um ponto de vista global, evidentemente faz sentido insistir, juntamente com Therborn, que "o comunismo internacional teve um papel crucial, senão predominante" em todos os grandes saltos à frente no recuo do patriarcalismo no século 20 -a Primeira Guerra, o pós-Segunda Guerra e a grande virada de meados dos anos 60 para os 80.

O peso da classe média
No Ocidente, o declínio e a queda do patriarcalismo, muito maiores do que em outros lugares até o último terço do século, basearam-se na dinâmica indígena. O impacto da ideologia organizada e do poder estatal -este principalmente preocupado em incentivar os nascimentos, até o inesperado "baby boom" pós-1945- foi portanto menos importante e menos necessário.
A educação primária estatal compulsória para meninas e meninos e a proibição do trabalho infantil, os quais aumentaram o custo dos filhos para os pais, foram as principais maneiras como a ação do Estado afetou diretamente a família.
O padrão ocidental geral parece ser de que as idéias que favorecem a modernidade se disseminam no interior das sociedades a partir das elites secularizadas e educadas (classe média) e de movimentos políticos "progressistas" e -para fora- pela imitação de modelos influentes de modernidade no exterior.
Na verdade, o último terço do século 20 viu a mudança global mais rápida e radical na história do gênero humano e nas relações entre gerações, embora ainda não tenha penetrado muito profundamente no resto do mundo.
Therborn é melhor ao registrar e monitorar essa revolução sem precedente do comportamento humano nos países capitalistas desenvolvidos -e as rebeliões correspondentes nas regiões pós-comunistas- do que em analisar suas causas e sua relação com a extraordinária aceleração do crescimento socioeconômico e da transformação de que faz parte.
Um tanto inesperadamente, suas conclusões sobre a situação da família no final do último quarto de século de revolução comportamental são insossas, para não dizer banais.
A humanidade provavelmente continuará apresentando variações da família antiga ("o padrão modal de parceria heterossexual duradoura e institucionalizada"), mas -ao menos no Ocidente pós-1968- de uma forma burguesa menos padronizada. Alguns desenvolvimentos recentes são preocupantes, como a "mercantilização" das relações sexuais e pessoais, mas nenhum é "necessariamente fatal ou ameaçador para o esquema institucional existente".
"Eles indicam somente que o futuro também terá seus problemas." Essas declarações são surpreendentes, porque divergem tanto da própria análise de Therborn quanto de certas evidências para as quais ele chama a atenção incidentalmente.
Ele mesmo formulou o problema com lucidez: os sistemas familiares são mantidos em equilíbrio. Quando são perturbados por contradições internas ou -nesse caso- exógenas, um determinado conjunto de arranjos social é desestabilizado. A ruptura pode ou não ser administrada por mecanismos de reequilíbrio ou reestabilização. Caso contrário, "surge a necessidade de uma segunda fase de mudança (...), uma fase em que se define uma direção para mudar e organizar novamente a instituição". Mas, se isso não acontecer, "haverá um período mais curto ou mais longo de anarquia, depois do qual a instituição em questão mudará (inclusive desaparecendo) ou retornará a sua forma anterior".
É difícil negar que os desenvolvimentos pesquisados por Therborn representam uma ruptura historicamente repentina e espetacular das antigas normas e arranjos pelos quais os gêneros e as gerações se ligaram nas sociedades, pelo menos desde a invenção da agricultura.
Quando o número de nascimentos extramaritais nos países desenvolvidos aumenta em 40 anos de 1,6% para 31,8% (Irlanda), de 1,4% para quase 25% (Holanda), de 3,7% para 49% (Noruega) ou quando, como no Canadá, a média de filhos por mulher cai de 3,77 para 2,33 somente na década de 1960, estamos claramente diante de uma revolução do comportamento social e pessoal.

Ruptura extraordinária
Poderíamos esperar uma investigação menos superficial das conseqüências dessa ruptura extraordinária. O único aspecto que Therborn considera seriamente é o estritamente demográfico, que deverá reduzir a população européia de um quarto da população mundial em 1900 para 1/ 15 em 2050.
Aqui, a própria identificação forte de Therborn com os ideais escandinavos de progressiva emancipação de gênero e sexo interfere em sua análise, determinando sua visão das funções sociais históricas da família.
Talvez não seja por acaso que o índice do livro contenha mais referências a "divórcio" do que a "filhos", a "sexualidade" do que a "herança", muito mais a "casamento" do que a todas essas juntas e nenhuma a qualquer forma de "adoção" ou outros modos de parentesco construídos.
Seu livro considera o casamento basicamente como uma ordem sexual, separada, mas entrelaçada com a ordem social, o que incidentalmente lhe permite abri-la a parcerias entre o mesmo sexo. Para ele, essa função vem antes das outras ("uma opção derivada da experiência do início do século 21"): como um arranjo para a procriação e educação de filhos, como um mecanismo de intercâmbio social e integração em comunidades maiores e como um definidor de status social de grupos etários e lares.
Ainda é adequado desde os anos 70 -na medida em que a desigualdade econômica aumenta acentuadamente nas sociedades capitalistas desenvolvidas- ver o declínio da "família dona-de-casa" de seu apogeu em meados do século 20 como totalmente "conduzida não pela pobreza -como ocorreria mais tarde em muitos países pobres-, mas por uma nova prioridade de rumo de vida, de renda independente e de uma carreira"?
Incidentalmente, as próprias conclusões de Therborn sugerem que o casamento como ordem sexual é historicamente uma norma ou um ideal social, mais que uma descrição da realidade, exceto em alguns sistemas, que ele força todas as mulheres ao casamento formal ainda virgens e torna o sexo (heterossexual) virtualmente impossível fora dele.
Os próprios dados de Therborn sugerem uma visão menos complacente da situação criada no início do século 21 pelo terremoto que abala a família tradicional.
Provavelmente a tendência básica do século 20 -essencialmente, a emancipação das mulheres de sua antiga posição de inferioridade social e institucional em relação aos homens- ainda prevalece, mas ele também observa que, "onde os pais e maridos não dominam, a falocracia ou o poder sexual masculino assimétrico pode dominar a ordem sociossexual, como nas sociedades populares mestiças ou nas favelas inchadas da África".
No próprio período do colapso mais dramático dos padrões tradicionais da moral e do comportamento sexuais, a família dominada pelo homem foi reforçada pelo renascimento religioso, "muitas vezes com intensas preocupações patriarcais". Embora isso seja mais forte no islã, está longe de ser claro que as vitórias do fundamentalismo cristão nos EUA sejam tão "relativas" quanto Therborn sugere. Na verdade, atualmente parece que sob George W. Bush ele está prestes a marcar novas vitórias "no primeiro e até agora único país a ver uma reação antifeminista de sucesso na área do sistema familiar europeu".
Therborn também reconhece que a supremacia do ideal compartilhado entre a emancipação liberal e o capitalismo de consumo -qual seja, a satisfação dos desejos individuais, incluindo o sexual- tem algumas conseqüências aberrantes: não apenas a queda da fertilidade ocidental muito além dos índices de substituição mas o nascimento de menos filhos do que as mulheres realmente desejam.

Futuro perturbador
Ele não menciona as conseqüências, especialmente em uma sociedade de mercado, da nova e rapidamente crescente capacidade humana de manipular a genética de nossa espécie (clonagem etc.). Elas serão quase inevitavelmente substanciais, imprevisíveis e quase certamente perturbadoras. Os problemas criados nas sociedades de preferência masculina nos anos 90, pela combinação do controle natal com a capacidade de os pais conhecerem o sexo dos embriões, já são evidentes.
Esse é um livro profundamente impressionante de um importante sociólogo, original e principalmente convincente em sua análise histórica e notável em sua pesquisa do cenário marital e sexual global. Mas subestima o efeito real e potencial das recentes mudanças evolucionárias na família, sem precedentes em escala e velocidade, tanto globalmente quanto nas sociedades ocidentais em que elas mais avançaram.
Na minha opinião, também subestima a relação entre as conseqüências para a família da revolução cultural ocidental do último terço do século 20 e seu equivalente econômico: a crença em um capitalismo teoricamente libertário que pensa poder funcionar sem a herança que lhe deu grande força no passado -a saber: regras de obrigação e lealdade dentro e fora da família tradicional e outras inclinações que não tinham conexão intrínseca com a busca da vantagem individual que abasteceu seu motor.
Enquanto o neoliberalismo triunfou na economia, sua inadequação não poderia mais ser ocultada. À luz do conteúdo deste livro, pode-se sugerir que também estamos atingindo esse ponto na ideologia do libertarismo cultural.


Eric Hobsbawm (1917) é historiador inglês, autor de "Era dos Extremos" (Cia. das Letras), "Era das Revoluções" e "História Social do Jazz" (ambos pela ed. Paz e Terra). A íntegra deste texto foi publicada no "London Review of Books" (www.lrb.co.uk).
Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves.


Texto Anterior: A queda do patriarca
Próximo Texto: Ode ao patriarca
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.