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Fragmentos
especial para a Folha
Schlegel escreveu muitos fragmentos sobre Camões. A seleção feita
aqui se refere a um período próximo à viagem à França. A datação deles não é inteiramente certa, podendo em alguns casos remontar até
mesmo a um período anterior. Todos eles se encontram nos "Fragmentos de Poesia e Literatura" ("KA", vols. 16 e 17). O número do fragmento é indicado entre parênteses.
(MS)
"Homero não é propriamente épico, mas mítico.
-" (9, 313)
"A métrica portuguesa é a raiz da rima. - A rima é
oriental ou moderna? -" (9, 726)
"Houve dois Homeros - um original, outro complementar, e é deste a diferença entre "nóstos" e
"aristeía'/ o fim da Ilíada e da Odisséia." - (9, 727)
"A epopéia de Camões ao mesmo tempo "nóstos" e
"aristeía" (ao mesmo tempo Odisséia e Ilíada)." (9,
732)
"Camões parece estar inteiramente num ponto de
vista mais alto que a poesia espanhola. A poesia
portuguesa já é uma síntese da italiana e da espanhola." (9, 812)
"Dante é ainda mais subjetivo que Camões. Em geral, os poetas românticos são muito românticos na
epopéia e no drama, isto é, não em demasia, mas
de uma maneira que se torna um obstáculo para a
epopéia e para o drama. -" (9, 918)
"Camões, no fundo, fantasticamente, romanticamente belo; Dante, sublime à antiga." (9, 931)
"A estança alcançou, no português, o seu supremo
acabamento, e também isso só podia ter ocorrido
num tal florescimento e flexibilidade da língua."
(9, 204)
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