São Paulo, domingo, 23 de abril de 2000


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Entrevistados esperam que o país tenha governantes melhores e desejam que o desemprego termine nos próximos anos
O trabalho é o sonho

da Redação

A utopia dos brasileiros está dominada pela preocupação com o emprego. Ao serem questionados sobre a primeira coisa que lhes vem à cabeça quando pensam no futuro, a maior parte (18%) respondeu: "Ter um emprego e trabalhar". A pesquisa mostrou que a idéia de ter um emprego é mais forte nos que vivem no Nordeste (24%) do que no Sudeste (15%). A perspectiva de ter um trabalho é também dominante na faixa etária que vai dos 18 aos 24 anos (24%) e mais urgente para índios (24%) e negros (22%) do que para brancos (15%). No horizonte dos brasileiros, a segunda imagem que surge é de uma situação financeira estável e melhor (16%). O apelo da prosperidade fala mais alto aos ouvidos e à imaginação de quem ganha entre 10 e 20 salários mínimos e daqueles que têm de 25 a 34 anos (19%). Já para os nordestinos, esse índice cai para 12% -o mais baixo entre as regiões consultadas. Em seguida, foram citados a educação (7%), o bem-estar dos filhos (6%), a casa própria (5%) e a saúde (5%).

O futuro do Brasil
Quanto ao futuro do país, as coisas mudam um pouco de figura. Empatados em primeiro lugar, há o desejo de que o Brasil simplesmente melhore (12%) ou que os governantes sejam mais competentes e bons (12%). Dentre os consultados pela pesquisa, aqueles que mais cobram governos melhores são os indivíduos cuja renda se situa entre 10 e 20 salários mínimos (16%) e têm de 45 a 59 anos (16%). A pesquisa revelou ainda que os menos insatisfeitos com o governo são os que se autodefiniram brancos (11%) e negros (11%), contra 14% de amarelos e pardos que esperam governos melhores. A criação de novos postos de trabalho ficou em terceiro lugar (8%) na preocupação dos brasileiros com o futuro do país. No entanto, a demanda por emprego é muito mais baixa entre os que têm nível superior de escolaridade (3%) do que os que possuem o primeiro e o segundo graus completos -respectivamente 9% e 7%. Em seguida, foram citados o fim da corrupção (7%) e da violência (5%), a necessidade de um novo presidente (4%), o fim da miséria e melhor educação (3%). Convidados a responder sobre suas expectativas em relação ao futuro pessoal, os entrevistados confirmaram basicamente as duas questões anteriores. Para 16%, aquilo que mais importa é melhorar a situação financeira. Para 15%, o principal é ter um emprego. Os mais ansiosos por melhorar a situação financeira são justamente os mais abastados, que ganham acima de 20 salários mínimos (24%). Na maior parte, são homens (18%) -contra 14% das mulheres-, têm nível superior de escolaridade (22%), estão entre os 35 e os 44 anos (20%) e vivem no Sul (19%). Para as mulheres, ter um emprego e melhorar de vida aparecem empatados com 14%, seguidos do item saúde (10%). Por motivos óbvios, saúde é a questão primordial para a população mais velha. Entre os que têm 60 anos ou mais, a saúde responde por 22% -os outros tópicos são estabilidade financeira (11%) e emprego (6%), enquanto para os jovens de 16 a 17 anos o quesito "saúde" não tem nenhuma relevância (0%). Outros elementos que fazem parte dos sonhos pessoais são: ter uma casa (6%), estudar (6%), ser um profissional qualificado (4%), ter filhos (4%) e ser feliz (3%).

Sonhos nativos
Quando a pergunta é "qual o maior sonho para o futuro do Brasil", o mundo do trabalho volta a ocupar o primeiro plano.
A maior parte (11%) dos brasileiros sonha com o fim do desemprego, sobretudo os negros (12%) e os que ganham até 10 salários mínimos (12%).
Os entrevistados também sonham com governantes honestos e o fim da violência (8%), a erradicação da miséria (6%) e justiça social (4%).


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