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Entrevistados esperam que o país tenha governantes melhores e desejam que o desemprego termine nos próximos anos
O trabalho é o sonho
da Redação
A utopia dos brasileiros está dominada
pela preocupação com o emprego. Ao
serem questionados sobre a primeira
coisa que lhes vem à cabeça quando pensam no futuro, a maior parte (18%) respondeu: "Ter um emprego e trabalhar".
A pesquisa mostrou que a idéia de ter
um emprego é mais forte nos que vivem
no Nordeste (24%) do que no Sudeste
(15%). A perspectiva de ter um trabalho
é também dominante na faixa etária que
vai dos 18 aos 24 anos (24%) e mais urgente para índios (24%) e negros (22%)
do que para brancos (15%).
No horizonte dos brasileiros, a segunda imagem que surge é de uma situação
financeira estável e melhor (16%). O apelo da prosperidade fala mais alto aos ouvidos e à imaginação de quem ganha entre 10 e 20 salários mínimos e daqueles
que têm de 25 a 34 anos (19%). Já para os
nordestinos, esse índice cai para 12%
-o mais baixo entre as regiões consultadas.
Em seguida, foram citados a educação
(7%), o bem-estar dos filhos (6%), a casa
própria (5%) e a saúde (5%).
O futuro do Brasil
Quanto ao futuro do país, as coisas mudam um pouco
de figura. Empatados em primeiro lugar,
há o desejo de que o Brasil simplesmente
melhore (12%) ou que os governantes sejam mais competentes e bons (12%).
Dentre os consultados pela pesquisa,
aqueles que mais cobram governos melhores são os indivíduos cuja renda se situa entre 10 e 20 salários mínimos (16%)
e têm de 45 a 59 anos (16%).
A pesquisa revelou ainda que os menos
insatisfeitos com o governo são os que se
autodefiniram brancos (11%) e negros
(11%), contra 14% de amarelos e pardos
que esperam governos melhores.
A criação de novos postos de trabalho
ficou em terceiro lugar (8%) na preocupação dos brasileiros com o futuro do
país. No entanto, a demanda por emprego é muito mais baixa entre os que têm
nível superior de escolaridade (3%) do
que os que possuem o primeiro e o segundo graus completos -respectivamente 9% e 7%. Em seguida, foram citados o fim da corrupção (7%) e da violência (5%), a necessidade de um novo presidente (4%), o fim da miséria e melhor
educação (3%).
Convidados a responder sobre suas expectativas em relação ao futuro pessoal,
os entrevistados confirmaram basicamente as duas questões anteriores.
Para 16%, aquilo que mais importa é
melhorar a situação financeira. Para
15%, o principal é ter um emprego.
Os mais ansiosos por melhorar a situação financeira são justamente os mais
abastados, que ganham acima de 20 salários mínimos (24%). Na maior parte, são
homens (18%) -contra 14% das mulheres-, têm nível superior de escolaridade
(22%), estão entre os 35 e os 44 anos
(20%) e vivem no Sul (19%).
Para as mulheres, ter um emprego e
melhorar de vida aparecem empatados
com 14%, seguidos do item saúde (10%).
Por motivos óbvios, saúde é a questão
primordial para a população mais velha.
Entre os que têm 60 anos ou mais, a saúde responde por 22% -os outros tópicos são estabilidade financeira (11%) e
emprego (6%), enquanto para os jovens
de 16 a 17 anos o quesito "saúde" não tem
nenhuma relevância (0%).
Outros elementos que fazem parte dos
sonhos pessoais são: ter uma casa (6%),
estudar (6%), ser um profissional qualificado (4%), ter filhos (4%) e ser feliz (3%).
Sonhos nativos
Quando a pergunta
é "qual o maior sonho para o futuro do
Brasil", o mundo do trabalho volta a
ocupar o primeiro plano.
A maior parte (11%) dos brasileiros sonha com o fim do desemprego, sobretudo os negros (12%) e os que ganham até
10 salários mínimos (12%).
Os entrevistados também sonham
com governantes honestos e o fim da
violência (8%), a erradicação da miséria
(6%) e justiça social (4%).
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