São Paulo, domingo, 23 de abril de 2000


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Para 37% corrupção é o grande obstáculo para o desenvolvimento do país, que 79% acham muito importante para o mundo
Superpotência em cinco anos

da Redação

O Brasil se tornará no futuro uma superpotência econômica, segundo a opinião de 60% dos entrevistados pelo Datafolha. Outros 30% acham que não, e 10% não souberam responder. Os mais jovens são um pouco mais céticos (57%) sobre essa projeção, enquanto pessoas com idade acima de 60 anos são mais confiantes (64%). Há divergências, nesse caso, entre aqueles que possuem curso superior e aqueles que ganham acima de 20 salários mínimos. Entre os primeiros, só 57% crêem que o Brasil será uma superpotência (contra 61% dos que têm primeiro grau e 59% dos que têm o segundo grau). Já entre aqueles de renda mais elevada, 67% acreditam que o Brasil se tornará uma superpotência econômica. Para a maior parte das pessoas (37%) o Brasil se tornará potência em até 5 anos. Para 28%, esse prazo será mais dilatado: entre 5 e 10 anos. Outros 15% acham que demorará entre 10 e 20 anos, e 16% acham que levará mais de 20 anos. O percentual de entrevistados que diz acreditar que o Brasil já é uma superpotência não chegou a 1%.

Contenção masculina
A maior parte das mulheres crê que o prazo para o Brasil se tornar superpotência econômica não passa de 5 anos (44%). Os homens são mais contidos: a maior parte acha que demorará entre 5 e 10 anos (31%). Conforme aumenta o grau de escolaridade, diminui o otimismo: 47% dos que têm primeiro grau, 28% dos que têm segundo grau e apenas 6% dos que têm curso superior crêem que o Brasil se tornará uma potência em até 5 anos. Em contrapartida, aumenta o prazo conforme é mais elevado o nível de formação: 11%, 18% e 45%, respectivamente, acreditam que o Brasil só se tornará superpotência depois de 20 anos. A corrupção é o principal motivo por que o Brasil não será uma superpotência, na opinião de 34% dos que não crêem nessa possibilidade. Em seguida, é apontada a falta de competência do governo (16%), o desemprego, os políticos (ambos com 10%) e a falta de educação do povo (8%). Ainda 6% afirmaram que o Brasil não se tornará potência porque os EUA impedem.

Importância mundial
O Brasil é um país muito importante no mundo de hoje. Isso é o que afirmam 79% dos entrevistados. Para 18% o país tem um pouco de importância, enquanto para 3% não tem nenhuma importância. Só 1% diz não saber.
À medida que aumenta a faixa etária dos entrevistados, o Brasil adquire mais relevo no cenário internacional. Para aqueles que se situam entre os 16 e 17 anos, o país é muito importante no mundo atual para 67% e tem um pouco de importância para 31%. Já para os que têm mais de 60 anos, os percentuais chegam a 84% e 10%, respectivamente.
O Brasil sobressai no cenário mundial sobretudo para os entrevistados que moram nas regiões Norte e Centro-Oeste (85%). Apenas 12% consideram que o país só tem um pouco de importância.
Entre os moradores do Sul o entusiasmo é mais moderado: só 73% crêem que o Brasil tem muita importância, enquanto 24% acham que tem um pouco.
Tomando como distinção a cor da pele, os entrevistados que atribuíram a si próprios a cor amarela são os que menos consideram o Brasil como relevante no cenário internacional (72%).
O brasileiro é otimista quanto ao futuro de seu país. Para 73%, o país terá mais importância no cenário internacional, enquanto apenas 6% crêem que o país terá menos importância. O país terá a mesma importância para 19%, e 2% declaram não saber.
Os jovens entre 16 e 17 anos são os mais reticentes: 65% acreditam que o país adquirirá mais importância. Quase um terço (30%) crê que o status internacional do país não sofrerá alteração no futuro.
Entrevistados com mais de 60 anos, a exemplo da pesquisa acima, são os mais confiantes no futuro: 79% deles acham que a importância do país aumentará.
Aqueles que ganham acima de 20 salários mínimos e possuem curso superior são ligeiramente mais otimistas: 78% e 77%, respectivamente, acham que o país terá mais relevo no cenário mundial.


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