São Paulo, domingo, 23 de abril de 2000


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Brasileiro crê pouco no valor do cinema e da política; São Paulo é eleita cidade que representa o futuro
Esporte será maior contribuição

da Redação

O esporte é a atividade brasileira que mais dará contribuições ao mundo no futuro. Segundo 85% dos entrevistados, trata-se de um campo em que o país se destacará muito, contra apenas 2% que pensam exatamente o contrário. De acordo com o índice de contribuição calculado pelo Datafolha para facilitar a comparação entre as várias áreas, esporte (186) fica bem à frente do segundo bloco de atividades mais citadas, que inclui música (169), televisão (165), agricultura (164), o jeito de se relacionar com as pessoas (164) e a miscigenação (161). O esporte é citado com maior ênfase sobretudo por quem recebe mais de 20 salários mínimos (91%), se autoclassifica de cor amarela (91%) e tem entre 16 e 26 anos (87%). A música recebe mais menções entre os habitantes da região Nordeste (76%), os que possuem nível superior (75%) e os solteiros (73%). Já a televisão se destaca entre as mulheres (70%), habitantes do país pertencentes às classes D e E e aqueles que se autoclassificam de cor negra. No lado oposto da tabela, estão o cinema nacional (120) e a política (115). No caso da "sétima arte", considera que ela não trará contribuição nenhuma principalmente quem tem mais de 60 anos (24%), pertence ao sexo masculino (16%) e cursou o primeiro grau (16%).

O presente
Assim como venceu em relação ao futuro, o esporte também é considerado como a área em que o Brasil mais contribui com o mundo atualmente, com ampla vantagem sobre os segundos colocados, a música e a agricultura (35%, contra 12% e 11%). O dado é curioso uma vez que, com uma exceção permanente -o futebol- e algumas esporádicas -como, no momento, o tênis, com Gustavo Kuerten, ou o iatismo, com Robert Scheidt-, o país está longe de ser uma potência esportiva. Em 1996, nos últimos Jogos Olímpicos (Atlanta, EUA), por exemplo, a delegação nacional terminou com um modesto 17º lugar (levando-se em conta o total de medalhas, se o critério fosse apenas a quantidade de medalhas de ouro a posição seria ainda mais baixa). Acreditam que o esporte é o campo em que o Brasil mais contribui os homens (42%), aqueles que têm 16 ou 17 anos (41%) e que recebem entre 10 e 20 salários mínimos (42%).

Cidades do futuro
São Paulo é a cidade brasileira que mais bem representa o futuro do país para um quarto dos entrevistados na pesquisa. Em seguida, vêm Curitiba (11%) e Brasília (8%).
A capital paulista surge com destaque entre o sexo masculino (28%), pessoas com mais de 60 anos (32%) e habitantes da região em que se encontra o Estado, o Sudeste (31%). A região com menor percentual de menções ao local é o Sul (16%), onde vence Curitiba (22%).
A capital do Paraná também derrota São Paulo entre aqueles que possuem nível superior (27% contra 23%) e as pessoas que recebem mais do que 20 salários mínimos (25% contra 23%).
Dentre as razões citadas para justificar a escolha de um lugar, as duas principais são "ter mais empregos" (32%) e "ter mais empresas e indústrias" (19%). Nas duas, a metrópole mais rica do país recebe mais do que o dobro de votos de Curitiba (58% e 43%).
O Rio de Janeiro se sobressai como lugar turístico (23%), bonito (15%) e pelo seu mercado de trabalho (27%), e Brasília, pela concentração de "políticos importantes" (49%).
Porto Alegre recebe menções destacadas pela "honestidade de seus políticos" (26%), e Salvador, pela solidariedade de seu povo (6%).


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