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Brasileiro crê pouco no valor do cinema e da política; São Paulo é eleita cidade que representa o futuro
Esporte será maior contribuição
da Redação
O esporte é a atividade brasileira que
mais dará contribuições ao mundo no
futuro. Segundo 85% dos entrevistados,
trata-se de um campo em que o país se
destacará muito, contra apenas 2% que
pensam exatamente o contrário.
De acordo com o índice de contribuição calculado pelo Datafolha para facilitar a comparação entre as várias áreas,
esporte (186) fica bem à frente do segundo bloco de atividades mais citadas, que
inclui música (169), televisão (165), agricultura (164), o jeito de se relacionar com
as pessoas (164) e a miscigenação (161).
O esporte é citado com maior ênfase
sobretudo por quem recebe mais de 20
salários mínimos (91%), se autoclassifica
de cor amarela (91%) e tem entre 16 e 26
anos (87%).
A música recebe mais menções entre
os habitantes da região Nordeste (76%),
os que possuem nível superior (75%) e
os solteiros (73%).
Já a televisão se destaca entre as mulheres (70%), habitantes do país pertencentes às classes D e E e aqueles que se autoclassificam de cor negra.
No lado oposto da tabela, estão o cinema nacional (120) e a política (115).
No caso da "sétima arte", considera
que ela não trará contribuição nenhuma
principalmente quem tem mais de 60
anos (24%), pertence ao sexo masculino
(16%) e cursou o primeiro grau (16%).
O presente
Assim como venceu em
relação ao futuro, o esporte também é
considerado como a área em que o Brasil
mais contribui com o mundo atualmente, com ampla vantagem sobre os segundos colocados, a música e a agricultura
(35%, contra 12% e 11%).
O dado é curioso uma vez que, com
uma exceção permanente -o futebol-
e algumas esporádicas -como, no momento, o tênis, com Gustavo Kuerten, ou
o iatismo, com Robert Scheidt-, o país
está longe de ser uma potência esportiva.
Em 1996, nos últimos Jogos Olímpicos
(Atlanta, EUA), por exemplo, a delegação nacional terminou com um modesto
17º lugar (levando-se em conta o total de
medalhas, se o critério fosse apenas a
quantidade de medalhas de ouro a posição seria ainda mais baixa).
Acreditam que o esporte é o campo em
que o Brasil mais contribui os homens
(42%), aqueles que têm 16 ou 17 anos
(41%) e que recebem entre 10 e 20 salários mínimos (42%).
Cidades do futuro
São Paulo é a cidade brasileira que mais bem representa
o futuro do país para um quarto dos entrevistados na pesquisa. Em seguida,
vêm Curitiba (11%) e Brasília (8%).
A capital paulista surge com destaque
entre o sexo masculino (28%), pessoas
com mais de 60 anos (32%) e habitantes
da região em que se encontra o Estado, o
Sudeste (31%). A região com menor percentual de menções ao local é o Sul
(16%), onde vence Curitiba (22%).
A capital do Paraná também derrota
São Paulo entre aqueles que possuem nível superior (27% contra 23%) e as pessoas que recebem mais do que 20 salários
mínimos (25% contra 23%).
Dentre as razões citadas para justificar
a escolha de um lugar, as duas principais
são "ter mais empregos" (32%) e "ter
mais empresas e indústrias" (19%). Nas
duas, a metrópole mais rica do país recebe mais do que o dobro de votos de Curitiba (58% e 43%).
O Rio de Janeiro se sobressai como lugar turístico (23%), bonito (15%) e pelo
seu mercado de trabalho (27%), e Brasília, pela concentração de "políticos importantes" (49%).
Porto Alegre recebe menções destacadas pela "honestidade de seus políticos"
(26%), e Salvador, pela solidariedade de
seu povo (6%).
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