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CONEXÃO AMERICANA
Para ex-embaixador dos EUA, ligar OPS ao SNI é "fantasioso"
Ex-embaixador nega envolvimento
especial para a Folha
O ex-embaixador norte-americano no Brasil, Lincoln Gordon,
um dos personagens centrais do
período do movimento militar de
1964, afirmou, em conversa via telefone e por e-mail, de seu escritório em Washington (EUA), "que
não estava envolvido diretamente
com o golpe".
Segundo ele, o presidente
Lyndon Johnson só foi informado
sobre o movimento militar um dia
antes de ele eclodir. "Este episódio é uma demonstração de que
nós não estávamos diretamente
envolvidos com o planejamento
do golpe. Se estivéssemos, saberíamos bem antes da noite de 30 de
março, quando a mensagem foi
enviada."
O mesmo pode ser dito em relação à Operação Brother Sam, na
opinião de Gordon. "Se fosse nossa intenção participar diretamente
do golpe, como tem sido alegado,
e se estivéssemos bem informados
sobre o andamento do golpe, não
deixaríamos a nossa força-tarefa a
dez dias de navegação do sudeste
do Brasil."
Sobre o programa de treinamento da polícia brasileira patrocinado pelos EUA, por meio da OPS,
Gordon afirmou que ele "foi desenvolvido para melhorar a qualidade da polícia municipal, instruindo em controle de multidão,
identificação de criminosos e arquivo, para reduzir a corrupção e
melhorar a relação da polícia com
a comunidade".
"A AID (que controlava a OPS)
e a CIA eram e são entidades completamente diferentes. A noção de
que o SNI e o DOI/Codi foram sugeridos pela CIA (como afirma a
pesquisadora Martha Huggins)
me cheira a fantasia", disse.
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